Destaque
Vice Primeiro-Ministro da Itália destaca possibilidades de cooperação entre os dois países nos mercados de energia nuclear, agricultura, entre outros

“Investimentos italianos no Brasil estão concentrados nos setores de telecomunicações e na indústria da transformação”, diz Diretor-geral da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas
“O governo italiano quer fazer mais na América Latina e no Brasil, país do qual não podemos estar longe, já que é o primeiro mercado dos investimentos diretos italianos na região.” A afirmação é do Vice Primeiro-Ministro e Ministro das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, e foi feita hoje (9/10) durante o Fórum Empresarial Brasil-Itália. O evento reuniu mais de 300 empresários brasileiros e italianos, além de autoridades, e foi aberto pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva.
Tajani lembrou que ontem (8) foi inaugurado em São Paulo o 4º escritório mundial da Simest, empresa que apoia, desde 1991, o crescimento das empresas italianas por meio da internacionalização de suas atividades. Ressaltou também as possibilidades de cooperação entre os dois países, que podem ser dar por meio de joint-venture entre empresas do Brasil e da Itália de setores econômicos como os mercados de energia nuclear, agricultura, infraestrutura e indústria do esporte. “Queremos ser os intermediários do Brasil na União Europeia”, afirmou o Vice Primeiro-Ministro, destacando que “podemos oferecer segurança jurídica e oportunidades de investimentos na Itália”. E concluiu dizendo esperar “que as mensagens positivas desse evento se transformem em ações concretas”.
Além do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, participou do Fórum também o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que enfatizou os indicadores macroecônomicos brasileiros, entre os quais a alta de 3,3% no PIB do segundo trimestre desse ano. Costa afirmou que a economia brasileira combina crescimento sustentável, inflação sob controle, redução da pobreza e da desigualdade e consolidação fiscal, criando as bases para um novo ciclo de desenvolvimento”.
O Fórum Empresarial Brasil-Itália foi organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da República Italiana e conta com a colaboração da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italiana / Departamento para a Promoção de Intercâmbios da Embaixada da Itália e da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. São apoiadores a CDP – Cassa Depositi e Prestiti, a SACE, agência italiana gestora de fundos garantidores, a SIMEST- Società Italiana per le Imprese all’Estero e a Confindustria – Confederação Italiana das Indústrias.
Agência ICE: comprometida em construir sólidas relações comerciais
Encerrada a apresentação dos ministros, foi iniciado o painel sobre A infraestrutura a favor do desenvolvimento das relações econômicas entre Itália e Brasil, com destaque para a participação do diretor-geral da Agência ICE, Lorenzo Galanti, que ressaltou a importância da agência ao afirmar que “permanece firmemente comprometida em promover a excelência italiana e construir sólidas relações comerciais, contribuindo assim para o crescimento e a competitividade das empresas italianas no Brasil”.
Galanti lembrou que “observando os dados dos primeiros sete meses de 2024, há sinais de melhoria nas relações comerciais entre Itália e Brasil. As exportações italianas aumentaram para 3,42 bilhões de euros, com um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as importações do Brasil somam 2,8 bilhões de euros, com uma leve diminuição de 3%. O intercâmbio total entre Itália e Brasil soma 6,2 bilhões de euros, com um crescimento de 3,8% em relação ao período correspondente em 2023”
O diretor-geral da Agência ICE enfatizou ainda que “a presença italiana no Brasil está longe de ser negligenciável. Em 2023, o estoque de investimentos italianos no país somava 13,2 bilhões de euros, com concentração nos setores de eletricidade e gás, na indústria de transformação e nos serviços de telecomunicações”.
E fez questão de lembrar que “um aspecto fundamental da presença italiana no Brasil é representado pela dimensão cultural. O país abriga a maior comunidade de descendentes de italianos no mundo, estimada em cerca de 32 milhões de pessoas, além de cerca de 846 mil cidadãos com passaporte italiano.”
Galanti encerrou sua participação afirmando que “a organização do Fórum Empresarial Itália-Brasil representa um claro sinal do renovado interesse da classe político-institucional italiana e do mundo empresarial pelo Brasil.
O Fórum contou ainda com dois outros painéis sobre As relações econômicas entre os dois países, perspectivas e novas oportunidades; e Os instrumentos públicos a favor da internacionalização das empresas, dos quais participaram, entre outros, a CEO da SACE, Alessandra Ricci; a Head of Business Promotion and Portfolio Management International Development Cooperation do Grupo CDP – Caixa de Depósitos e Empréstimos, Antonella Baldino; a CEO da SIMEST, Regina Corradini D’Arienzo; a vice-presidente para Exportações e Atração de Investimentos da Confederação Italiana das Indústrias – CONFINDUSTRIA, Barbara Cimmino; e a presidente da ABGF – Associação Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, Maíra Barbosa da Silva.
Acordos assinados
Durante o evento foram assinados acordos entre Brasil e Itália. O primeiro deles foi um memorando de entendimento entre Cassa Depositi e Prestiti, banco de desenvolvimento do Governo Italiano análogo ao BNDES, SACE, agência de seguros e de crédito à exportação do Governo Italiano, e o Banco do Brasil para um acordo de parceria e possível financiamento ao banco brasileiro com o objetivo de apoiar sua carteira de projetos ESG (Environmental, Social e Governance), bem como projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul e de fortalecimento do comércio exterior entre os clientes do Banco e a cadeia de fornecimento Italiana.
Outro foi um acordo entre a Valente spa, empresa italiana fundada em 1919 e especializada na engenharia e fabricação de diversos componentes ferroviários e de mineração, e a Imetame Logística Porto, grupo brasileiro fundado em 1980, atuante em diversas áreas e presença significativa no setor da logística, para a realização de obras de infraestrutura no porto de Aracruz, no Estado do Espírito Santo.
E, por fim, um memorando de Entendimento entre a agência italiana de promoção de exportações SIMEST e a INVEST SP, agência de promoção de investimentos e competitividade do estado de São Paulo, para reforçar a colaboração entre a República Italiana e o Estado de São Paulo, favorecendo a troca de informações e a exploração de oportunidades mútuas de conhecimentos e experiências entre as instituições.
Perfil das organizações
ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas (ITA – Italian Trade Agency) / Departamento da promoção de intercâmbios da Embaixada da Itália
Agência do governo italiano que tem a missão de promover o intercâmbio comercial e tecnológico entre a Itália e os demais países, principalmente no que tange às empresas de pequeno e médio portes, trabalho que realiza ininterruptamente há quase um século.
Com uma rede de escritórios espalhados pelo mundo, garante apoio abrangente às empresas italianas que desejam atuar no exterior, por meio do fornecimento de informações econômicas, legais, fiscais e mercadológicas, bem como identificando parceiros e oportunidades de negócios e realizando um acurado plano de ações promocionais, que incluem os Pavilhões Oficiais Italianos em exposições.
A Agência atua em estreito contato com os governos das diversas regiões italianas, câmaras de comércio, indústria, artesanato e agricultura, organizações empresariais e outras entidades públicas e privadas, italianas e estrangeiras, de acordo com uma linha de pensamento e estratégia, em matéria de promoção e internacionalização das empresas, estabelecida por um Comitê de Coordenação institucional, composto pelas principais personalidades do mundo político e empresarial italiano. Além disso, utiliza as mais modernas ferramentas de promoção e comunicação multicanal e atua para afirmar a excelência do Made in Italy no mundo.
Em 2023 investiu mais de 220 milhões de euros em atividades promocionais que beneficiaram mais de 21 mil empresas italianas: 266 pavilhões italianos em feiras internacionais, 143 missões de compradores e jornalistas a feiras italianas e 142 acordos assinados com a grande distribuição organizada de 40 países. Os serviços de assistência às empresas italianas somaram quase 32 mil, solicitados por cerca de 12,8 mil empresas dos mais variados setores.
Fundada em 1926 e prestes a completar 100 anos, a agência opera no Brasil desde 1968.
As organizações italianas presentes
Confindustria – Confederação geral da indústria italiana
Confindustria é a principal associação de representação das empresas manufatureiras e de serviços na Itália. Reúne mais de 150 mil empresas de pequeno, médio e grande portes, que empregam mais de 5,3 milhões de pessoas. Sua missão é promover a empresa como motor do crescimento econômico e social e do país.
Para isso define caminhos comuns e compartilha – respeitando a autonomia e influência – objetivos e iniciativas com os setores da economia e finanças, instituições nacionais, europeias e internacionais, administração pública, parceiros sociais, cultura e pesquisa, ciência e tecnologia, política, mídia e sociedade civil.
Sua rede se estende da sede em Roma à Delegação em Bruxelas, ponto de referência para todo o Sistema Itália na União Europeia, e às 210 organizações afiliadas presentes no território e em diferentes setores.
Graças à sua experiência de internacionalização associativa, a Confindustria ampliou sua rede no exterior com a criação de grandes associações de representação de empresas italianas, como a Confindustria Assafrica & Mediterrâneo, Confindustria Europa Oriental (que reúne as representações na Albânia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Macedônia do Norte, Montenegro, Polônia, Romênia, Sérvia, Eslovênia e Hungria), Confindustria Rússia e Confindustria Cazaquistão.
Confapi – Confederação Italiana de Pequenas e Médias Indústrias Privadas
Membro do Cnel – Conselho Nacional da Economia e do Trabalho, a Confapi representa mais de 116 mil empresas com mais de 1 milhão e 200 mil funcionários; 63 sedes territoriais e distritais; 13 Uniões nacionais e uma Associação nacional de categoria, além de dois Grupos de interesse.
Entre seus principais focos de atuação estão o trabalho com instituições italianas e europeias para promover políticas de internacionalização, desenvolvendo estratégias de apoio às PMEs nos mercados externos e identificando oportunidades de negócios e financiamento em âmbito nacional; apoio ao Made in Italy para valorizar a produção italiana de alta qualidade e enfrentar a concorrência global.
Além disso, a organização promove pesquisas e estudos sobre o sistema econômico e produtivo das PMEs; apoia as indústrias associadas no desenvolvimento de projetos de inovação e transição digital por meio do Digital innovation Hub; e promove o desenvolvimento do empreendedorismo feminino e a valorização e promoção da cultura empresarial, especialmente entre os jovens.
Simest
Empresa do Grupo CDP, a Simest apoia, desde 1991, o crescimento das empresas italianas por meio da internacionalização de suas atividades. Tem como acionistas a CDP – Cassa Depositi e Prestiti e um grande grupo de bancos italianos e associações empresariais.
Seu trabalho inclui o acompanhamento das empresas italianas durante todo o ciclo de crescimento no exterior, desde a primeira avaliação para abertura de um novo mercado até a expansão por meio de investimentos diretos. Sua atuação envolve financiamentos para a internacionalização, apoio ao crédito às exportações e participação no capital das empresas.
Integrante da rede EDFI – European Development Financial Institutions, é parceira das principais instituições financeiras globais. Entre os principais resultados de 2023 estão 310 milhões de euros em investimentos participativos e venture capital, 6,2 bilhões de euros em apoio à exportação e atuação em 125 países.
Sace
Grupo segurador e financeiro italiano controlado pelo Ministério da Economia e Finanças, Sace é especializado no apoio às empresas e à economia nacional por meio de instrumentos e soluções para garantir a competitividade na Itália no mundo.
O grupo atua há mais de 45 anos e é uma referência para as empresas italianas que exportam e se expandem nos mercados externos. Também apoia o sistema bancário para facilitar o acesso ao crédito das empresas com suas garantias financeiras.
Está presente globalmente com 13 escritórios em países-alvo para o Made in Italy. Tem um portfólio de operações seguradas e investimentos garantidos no valor de 260 bilhões de euros e está ao lado de cerca de 50 mil empresas, principalmente pequenas e médias, apoiando seu crescimento na Itália e em cerca de 200 países.
CDP – Cassa Depositi e Prestiti
Fundada em 1850, a CDP promove o desenvolvimento sustentável na Itália, utilizando a poupança para suportar o crescimento e ampliar o emprego, apoiando a inovação, a competitividade empresarial, a infraestrutura e o desenvolvimento local.
Outros focos de atuação são financiamento à infraestrutura, investimentos em mobilidade sustentável e novas formas de habitação. Presta serviços de consultoria técnica para todas as etapas das obras públicas. Oferece financiamento integrado, capital e serviços de consultoria, contribui para a aceleração da inovação e digitalização na Itália e o fortalecimento do mercado de private equity e venture capital.
A CDP também é a Instituição Financeira Italiana para a Cooperação ao Desenvolvimento, financiando iniciativas econômicas, ambientais e sociais de alto impacto em setores estratégicos e promovemos programas especializados para mudanças climáticas, inclusão financeira e empreendedorismo feminino em países em desenvolvimento e mercados emergentes.
Perfil
Lorenzo Galanti, diretor-geral da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas, nasceu em Stuttgart em 1968. Graduou-se em Ciências Políticas na Faculdade de Ciências Políticas “Cesare Alfieri”, em Florença, e iniciou a carreira diplomática em 1993, tendo desde então ocupado diversos cargos no Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional e servido nas Embaixadas da Itália na Síria, Senegal e Estados Unidos.
Entre 2010 e 2014, na Embaixada em Washington D.C., foi responsável por assuntos econômicos, comerciais e financeiros, bem como ciência e tecnologia.
De 2018 a 2022, foi Embaixador da Itália nos Reinos da Tailândia e do Camboja, bem como na República Democrática Popular do Laos, com sede em Bangkok, e Observador Permanente na Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico (UNESCAP). Posteriormente, até julho de 2023, foi Assessor Diplomático do Ministro para as Pessoas com Deficiência na Presidência do Conselho de Ministros.
Em sua atividade profissional, especialmente durante seu serviço no exterior, sempre deu prioridade a iniciativas relacionadas à internacionalização de empresas italianas, promoção de exportações e atração de investimentos.
Em 28 de julho de 2023, por Decreto do Presidente da República, foi nomeado Diretor Geral da ITA, tendo assumido suas funções em agosto de 2023.

Destaque
A nova era da produção leiteira: como a automação e os dados transformam a rotina na atividade

Robôs de ordenha e softwares de gestão garantem decisões estratégicas e maior controle sobre a produção
A automatização tem remodelado o setor leiteiro, permitindo que fazendas adotem práticas mais eficientes e embasadas em dados. Equipamentos como robôs de ordenha e softwares de gestão trouxeram à pecuária leiteira a possibilidade de monitorar o rebanho em tempo real, identificando oportunidades de melhorias e problemas antes que se tornem críticos.
Um exemplo dessa transformação está na história de superação e inovação da Cabanha DS, localizada em Vila Lângaro, no Rio Grande do Sul. Após enfrentar dificuldades que quase resultaram no encerramento da atividade leiteira, a propriedade retomou a produção há pouco mais de um ano, agora focada em um modelo de gestão automatizado.
A propriedade é administrada pela família Secco. Em processo de sucessão familiar, o grupo apostou na modernização como caminho para superar os desafios e tornar o negócio sustentável e competitivo. Com robôs de ordenha da Lely e o software de gestão Horizon, a fazenda alcançou um nível inédito de precisão e eficiência.
Atualmente, cada vaca produz, em média, 48 litros de leite por dia. Essa performance é monitorada detalhadamente por meio de dados coletados automaticamente durante a ordenha e enviados para análise no sistema.
“Após implantarmos a automação, nossa abordagem mudou completamente. Agora tomamos decisões com base em informações confiáveis e atualizadas, o que nos permite agir rapidamente em situações críticas e planejar o futuro com maior segurança”, explica o médico-veterinário e gerente de Qualidade da Cabanha DS, Gustavo Moretti Secco.
Na prática: a transformação da rotina na gestão leiteira
A coleta e análise de dados tornaram-se parte fundamental da rotina da fazenda. Sensores instalados nos robôs e colares utilizados pelos animais oferecem informações detalhadas sobre produção de leite, ruminação, atividades físicas e até parâmetros de saúde, como temperatura corporal. Esses dados são reunidos no Horizon, que centraliza todas as informações e as organiza em relatórios e alertas.
“No pré-parto, conseguimos acompanhar a ingestão alimentar da vaca, a ruminação e a atividade dela. Isso nos ajuda a identificar qualquer alteração antes mesmo do parto acontecer. Se houver alguma queda nesses indicadores, já podemos agir preventivamente, ajustando o manejo ou a nutrição para evitar problemas no parto ou no início da lactação”, explica Secco.
O gerente de Qualidade também ressalta o monitoramento dos animais recém paridos como uma vantagem na identificação ágil de qualquer desvio na saúde ou na produção de leite. “O software nos alerta se a ruminação estiver baixa ou se houver alteração na condutividade do leite, que pode indicar um problema metabólico ou uma infecção inicial”, complementa.
O período de secagem na rotina da fazenda também recebe os benefícios desse tipo de coleta de dados. Com essas informações, é possível identificar o momento ideal para interromper a lactação sem comprometer a saúde do animal, conforme pontua Secco: “O sistema nos fornece uma projeção da produção de leite e analisa outros fatores, como a saúde da glândula mamária, para indicar se a vaca está pronta para esse processo”.
O sistema também projeta tendências e fornece insights estratégicos, como a identificação de vacas com maior potencial produtivo; ou riscos iminentes, como problemas de saúde e quedas na lactação. “O Horizon é como um guia. Ele indica os problemas, mas também sugere ações para solucioná-los de forma eficiente”, destaca a FMS (Farm Manegement Support) no Lelycenter Milkparts-RS, Cristiana Baruel Terra.
Ela ressalta que um dos grandes diferenciais do sistema Horizon é a capacidade de antecipar problemas antes que eles se tornem visíveis no rebanho. “Com os sensores instalados nos robôs e nos colares das vacas, conseguimos identificar alterações no comportamento ou na saúde de um animal até 48 horas antes de ele apresentar sintomas clínicos. Isso permite que intervenções sejam realizadas de maneira muito mais eficaz e rápida, reduzindo os impactos na produção e no bem-estar do rebanho”, explica.
Além disso, o software oferece uma visão completa da fazenda, permitindo que os produtores otimizem cada etapa do processo produtivo. “O Horizon integra todos os dados coletados, o que facilita a análise e a tomada de decisões estratégicas. Desde ajustes na nutrição até o manejo reprodutivo, o sistema oferece recomendações que ajudam a melhorar os índices da propriedade e a tornar o trabalho mais assertivo”, acrescenta Cristiana.
Um futuro moldado pela tecnologia
Com o foco em um modelo produtivo de alta eficiência, a Cabanha DS também utiliza os dados para planejar a longo prazo. “Os dados nos ajudam a ajustar a dieta das vacas, otimizar a reprodução e avaliar a viabilidade de investimentos futuros. Isso nos dá segurança para tomar decisões e crescer de forma sustentável”, pontua Secco.
Para a família Secco, a tecnologia tem sido um divisor de águas, consolidando a fazenda como um exemplo de resiliência e inovação no setor. “Hoje temos a certeza de que automatizar foi a escolha certa. Os dados nos dão a segurança de que estamos no caminho correto e nos ajudam a melhorar continuamente a produção”, finaliza o gerente de Qualidade da Cabanha DS.
Destaque
Mercado de farelo de soja: política 45Z nos EUA aumenta oferta global e pressiona estratégias de compra

Mudança na política de biocombustíveis favorece esmagamento de soja nos Estados Unidos, enquanto seca severa na Argentina ameaça o abastecimento global. JPA Agro analisa impactos e orienta estratégias para o setor
O mercado global de farelo de soja entra em 2025 sob forte influência de fatores externos que alteram sua dinâmica de oferta e demanda. Nos Estados Unidos, as recentes mudanças na política de biocombustíveis, especialmente no modelo de crédito fiscal 45Z, devem impulsionar um aumento no esmagamento da soja, colocando mais farelo no mercado. Ao mesmo tempo, a Argentina enfrenta uma das secas mais severas dos últimos anos, reduzindo as expectativas para a produção do maior exportador mundial do derivado.
De acordo com Gabriel Dias, especialista da JPA Agro, marketplace de agro que conecta produtores e consumidores, esse choque de forças traz desafios e oportunidades para compradores e fornecedores.
“A nova estrutura do 45Z nos Estados Unidos restringe incentivos para biocombustíveis oriundos de óleo de cozinha usado importado, favorecendo combustíveis à base de óleos vegetais, como o óleo de soja. Isso significa que haverá um maior esmagamento da soja americana, elevando a produção de farelo e pressionando os preços”, explica.
Argentina: clima extremo pode frear produção e criar pressão no mercado
Se, por um lado, o mercado americano deve registrar um aumento na oferta de farelo, a seca intensa na Argentina pode reduzir a disponibilidade do produto na América do Sul. Segundo dados do relatório de janeiro de 2025 da JPA Agro Inteligência – frente da empresa que fornece análises estratégicas para orientar empresários e produtores na tomada de decisões mais assertivas – o clima excepcionalmente quente e seco já afeta as lavouras argentinas, comprometendo a capacidade do país de manter sua posição como o maior exportador mundial de farelo de soja.
“A Argentina tem um papel crucial no abastecimento global de farelo, pois concentra a maior parte do esmagamento do grão para exportação. Se a safra for severamente impactada, o mercado pode entrar em um período de incertezas, dependendo da magnitude dessa quebra produtiva”, alerta Dias.
Produção e exportações no Brasil se mantêm fortes
No Brasil, a produção de farelo de soja para a safra 2024/25 foi mantida em 43,31 milhões de toneladas, um crescimento de 7,31% em relação ao ciclo anterior. O esmagamento nacional também segue em alta, projetado em 56,6 milhões de toneladas, impulsionado pela elevação da mistura de biodiesel ao diesel, que passará de 14% para 15% neste ano.
As exportações brasileiras também seguem firmes, com expectativa de 22,9 milhões de toneladas exportadas na safra 2023/24, podendo alcançar um recorde histórico. Em dezembro de 2024, o Brasil embarcou 1,98 milhão de toneladas de farelo, um crescimento de 18,14% em relação ao mês anterior. Os principais destinos foram Indonésia, Holanda, Tailândia, Alemanha e Espanha, consolidando o país como um dos grandes players do setor.
“Mesmo com a volatilidade no cenário global, o Brasil continua demonstrando competitividade e capacidade de manter o fluxo de exportação aquecido. A questão agora é acompanhar os efeitos do aumento da oferta nos EUA e a possível redução na Argentina para entender a dinâmica de precificação nos próximos meses”, reforça Gabriel Dias.
Demanda segue crescendo, mas oferta ainda prevalece
Apesar do crescimento da demanda global por farelo de soja, o avanço da produção nos EUA e no Brasil ainda mantém um cenário de oferta maior que a demanda, o que pode pressionar os preços do produto. Dados da JPA Agro Inteligência indicam que, para a safra 2023/2024, a produção global de farelo de soja é estimada em 266,6 milhões de toneladas, enquanto a demanda prevista é de 265,64 milhões, resultando em um leve excedente de 2,3% na disponibilidade do produto.
Destaque
Maior pneu agrícola produzido na América Latina será apresentado no Show Rural Coopavel

Durante a feira, que ocorre de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel, Titan Pneus terá como destaque o LSW1250/35R46, o mais largo da categoria, um gigante de 710kg
O Oeste paranaense será palco da apresentação do maior pneu agrícola já produzido na América Latina. Trate-se do LSW1250/35R46A, um gigante que será o destaque da Titan Pneus, durante a 37ª edição do Show Rural Coopavel, que acontece de 10 a 14 de fevereiro de 2025, em Cascavel. Reconhecida como uma das maiores vitrines de tecnologias do agronegócio, a feira vai reunir centenas de visitantes das mais diversas regiões em busca de novidades.
O LSW1250/35R46A impressiona por sua robustez, afinal o pneu tem nada menos que 1.210mm de largura e 2.055 mm de altura e pesa 710 kg. “Esse lançamento foi desenvolvido para atender equipamentos aplicados em grandes áreas, ou seja, tratores de alta potência, acima de 350 CV, que normalmente estão acoplados a plantadeiras acima de 40 linhas ou subsoladores com alta densidade de profundidade, de mais de sete hastes”, destacou, Thiago Rodrigues, coordenador de produto da Titan.
Tradicionalmente estes tratores de alta potência saem de fábrica com os pneus standard e utilizam nos eixos dianteiros e traseiro rodados duplos, (dual). Entretanto, esse conjunto pode gerar uma série de desvantagens, como por exemplo, maior tempo para montagem e desmontagem como também dificuldade de transporte, no caso de deslocamento de caminhão entre propriedades.
O lançamento da Titan conta com a tecnologia Low Sidewall (LSW), que proporciona nos equipamentos melhor aderência, baixo índice de patinagem sempre dando a tração que o implemento precisa, com isso, melhoram a velocidade do plantio e geram maior conforto para o operador e maior conforto cabine da máquina. Outro ganho importante é com relação a redução de consumo e custos com combustível, gerando mais economia a propriedade e consequentemente maior rentabilidade no fim da safra.
Segundo Rodrigues, além desses benefícios, o LSW1250/35R46A comprovou ser mais eficiente em relação ao conjunto Dual, pois, pelo fato de ser o mais largo do mercado, sua área de contato com o solo é maior. Por exemplo, olhando o eixo traseiro de um trator, 8370R, se somarmos a dimensão do conjunto dual, ela teoricamente será superior ao lançamento da Titan.
Porém, é preciso considerar o vácuo gerado entre os dois pneus que diminui a área de contato no solo. “Desta forma o LSW1250/35R46A na prática tem essa pegada maior em relação ao dual, que além de melhorar a tração do trator, colabora com a redução da compactação do solo tornando a operação mais eficiente em todos os aspectos”, destacou. “Hoje temos mais de 550 equipamentos convertidos para a tecnologia LSW no Brasil, e com esta nova medida, pretendemos crescer esse número para atingir equipamentos de alta potência”, complementou.
Mais novidades
Durante o Show Rural Coopavel, a Titan também apresentará uma nova medida de pneu para continuar a expansão da linha de produtos. Trata-se do Goodyear 520/85R38 Optitorque 155D TL R-1, que foi desenvolvido para atender à demanda do mercado de colheitadeiras de média potência, aplicado principalmente no cultivo de grãos.
O pneu Optitorque possui barras mais largas, com a terminação na linha de centro reforçada e maior área de contato. Essas barras com ângulo otimizado e maior raio no ombro geram um maior espaço para canal de autolimpeza. Além disso, possui desenho exclusivo com uma maior área de contato, propicia uma melhor distribuição de pressão em sua superfície, gerando menor compactação de solo e maior vida útil. “Este é um produto de excelente capacidade de autolimpeza e tração moderada, oferecendo maior estabilidade”.
A Titan Pneus também apresentará oficialmente, durante o evento, a marca Carlstar. A empresa foi recém adquirida, e ampliará o portfólio da companhia trazendo o que há de melhor para mercado de equipamentos de jardinagem, carrinhos de golf, veículos ATV e UTV (quadriciclos), entre outros.
Soluções para cada aplicação
Os visitantes que passarem pelo estande da Titan durante a feira, além de poder tirar dúvidas com toda equipe técnica da empresa, poderão ver de perto outros produtos do portfólio. Entre os destaques estará o 14.9-24 6 PR TL Titan “Irrigator”, pneu exclusivo para pivôs de irrigação que ajuda a reduzir a formação de valas durante operação tornando ainda mais precisa a irrigação.
Como o pivô é um equipamento que realiza movimentos circulares repetidos, geralmente na mesma área, é comum a formação de um rastro onde os pneus passam. Segundo Rodrigues, devido a essa característica, com o tempo e a umidade, formam-se grandes valas que podem causar afundamentos, impactando diretamente o desempenho desses equipamentos. “Este é o primeiro pneu no Brasil com design específico para pivôs, pensado para proporcionar melhor desempenho dos equipamentos”, reforçou o especialista.
Focada justamente em desenvolver tecnologias e produtos específicos para cada aplicação e necessidades do campo, a Titan Pneus disponibiliza também a classe produtora a linha Ultra Sprayer, exclusiva aos pulverizadores. De acordo com José Luiz Coelho, gerente de Engenharia de Campo na Titan, com a tendência das fabricantes de produzir equipamentos cada vez mais robustos, as exigências nos pneus aumentaram e por isso a preocupação da companhia em acompanhar o cenário. “Desenvolvemos, por exemplo, a tecnologia IF/VF para pneus de pulverizadores, ou seja, é possível subir de 20% até 40% de carga do equipamento com a mesma pressão nos rodados. Ou ainda reduzir até 40% da pressão na carga nominal de um pneu standard”, destacou.
Os pneus da linha Ultra Sprayer se destacam ainda por sua estrutura reforçada de amortecedores, talões, barras e costado que asseguram uma excelente durabilidade nos pulverizadores. Além disso, sua construção é laminada, ou seja, processo diferenciado de fabricação do pneu com a tecnologia Orbitech, onde não há emendas nos componentes, o que diminui o risco de deslocamento. “Como as lavouras têm muitas vezes talos ou sobras das culturas colhidas anteriormente, pensamos em uma proteção extra contra perfurações com cintas de aramida”, disse Coelho.
Com sulcos menos profundos e barras mais largas, a linha Ultra Sprayer da Titan proporciona aos operadores dos pulverizadores melhor estabilidade no manejo, evitando desgaste prematuro e maior área de contato, reduzindo a compactação do solo. Somado a tudo isso, os produtos têm desenho diferenciado que reduzem o acúmulo de terra entre as garras (autolimpeza e maior poder de tração) e ao mesmo tempo, garantem melhor dirigibilidade nos deslocamentos longos e que exigem maior velocidade.
Sobre a Titan Pneus
Líder na produção de pneus agrícolas, a Titan Pneus é uma marca global que atende diferentes terrenos. Seus produtos são reconhecidos pela tecnologia, performance, robustez e durabilidade, além da confiança que só as marcas Titan e Goodyear Farm Tires oferecem. Saiba mais em https://www.titanlat.com/site/.