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Vice Primeiro-Ministro da Itália destaca possibilidades de cooperação entre os dois países nos mercados de energia nuclear, agricultura, entre outros

Divulgação: ICE

“Investimentos italianos no Brasil estão concentrados nos setores de telecomunicações e na indústria da transformação”, diz Diretor-geral da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas  

“O governo italiano quer fazer mais na América Latina e no Brasil, país do qual não podemos estar longe, já que é o primeiro mercado dos investimentos diretos italianos na região.” A afirmação é do Vice Primeiro-Ministro e Ministro das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, e foi feita hoje (9/10) durante o Fórum Empresarial Brasil-Itália. O evento reuniu mais de 300 empresários brasileiros e italianos, além de autoridades, e foi aberto pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva.

Tajani lembrou que ontem (8) foi inaugurado em São Paulo o 4º escritório mundial da Simest, empresa que apoia, desde 1991, o crescimento das empresas italianas por meio da internacionalização de suas atividades. Ressaltou também as possibilidades de cooperação entre os dois países, que podem ser dar por meio de joint-venture entre empresas do Brasil e da Itália de setores econômicos como os mercados de energia nuclear, agricultura, infraestrutura e indústria do esporte. “Queremos ser os intermediários do Brasil na União Europeia”, afirmou o Vice Primeiro-Ministro, destacando que “podemos oferecer segurança jurídica e oportunidades de investimentos na Itália”. E concluiu dizendo esperar “que as mensagens positivas desse evento se transformem em ações concretas”.

Além do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, participou do Fórum também o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que enfatizou os indicadores macroecônomicos brasileiros, entre os quais a alta de 3,3% no PIB do segundo trimestre desse ano. Costa afirmou que a economia brasileira combina crescimento sustentável, inflação sob controle, redução da pobreza e da desigualdade e consolidação fiscal, criando as bases para um novo ciclo de desenvolvimento”.

O Fórum Empresarial Brasil-Itália foi organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da República Italiana e conta com a colaboração da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italiana / Departamento para a Promoção de Intercâmbios da Embaixada da Itália e da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. São apoiadores a CDP – Cassa Depositi e Prestiti, a SACE, agência italiana gestora de fundos garantidores, a SIMEST- Società Italiana per le Imprese all’Estero e a Confindustria – Confederação Italiana das Indústrias.

Agência ICE: comprometida em construir sólidas relações comerciais

Encerrada a apresentação dos ministros, foi iniciado o painel sobre A infraestrutura a favor do desenvolvimento das relações econômicas entre Itália e Brasil, com destaque para a participação do diretor-geral da Agência ICE, Lorenzo Galanti, que ressaltou a importância da agência ao afirmar que “permanece firmemente comprometida em promover a excelência italiana e construir sólidas relações comerciais, contribuindo assim para o crescimento e a competitividade das empresas italianas no Brasil”.

Galanti lembrou que “observando os dados dos primeiros sete meses de 2024, há sinais de melhoria nas relações comerciais entre Itália e Brasil. As exportações italianas aumentaram para 3,42 bilhões de euros, com um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as importações do Brasil somam 2,8 bilhões de euros, com uma leve diminuição de 3%. O intercâmbio total entre Itália e Brasil soma 6,2 bilhões de euros, com um crescimento de 3,8% em relação ao período correspondente em 2023”

O diretor-geral da Agência ICE enfatizou ainda que “a presença italiana no Brasil está longe de ser negligenciável. Em 2023, o estoque de investimentos italianos no país somava 13,2 bilhões de euros, com concentração nos setores de eletricidade e gás, na indústria de transformação e nos serviços de telecomunicações”.

E fez questão de lembrar que “um aspecto fundamental da presença italiana no Brasil é representado pela dimensão cultural. O país abriga a maior comunidade de descendentes de italianos no mundo, estimada em cerca de 32 milhões de pessoas, além de cerca de 846 mil cidadãos com passaporte italiano.”

Galanti encerrou sua participação afirmando que “a organização do Fórum Empresarial Itália-Brasil representa um claro sinal do renovado interesse da classe político-institucional italiana e do mundo empresarial pelo Brasil.

O Fórum contou ainda com dois outros painéis sobre As relações econômicas entre os dois países, perspectivas e novas oportunidades; e Os instrumentos públicos a favor da internacionalização das empresas, dos quais participaram, entre outros, a CEO da SACE, Alessandra Ricci; a Head of Business Promotion and Portfolio Management International Development Cooperation do Grupo CDP – Caixa de Depósitos e Empréstimos, Antonella Baldino; a CEO da SIMEST, Regina Corradini D’Arienzo; a vice-presidente para Exportações e Atração de Investimentos da Confederação Italiana das Indústrias – CONFINDUSTRIA, Barbara Cimmino; e a presidente da ABGF – Associação Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, Maíra Barbosa da Silva.

Acordos assinados

Durante o evento foram assinados acordos entre Brasil e Itália. O primeiro deles foi um memorando de entendimento entre Cassa Depositi e Prestiti, banco de desenvolvimento do Governo Italiano análogo ao BNDES, SACE, agência de seguros e de crédito à exportação do Governo Italiano, e o Banco do Brasil para um acordo de parceria e possível financiamento ao banco brasileiro com o objetivo de apoiar sua carteira de projetos ESG (Environmental, Social e Governance), bem como projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul e de fortalecimento do comércio exterior entre os clientes do Banco e a cadeia de fornecimento Italiana.

Outro foi um acordo entre a Valente spa, empresa italiana fundada em 1919 e especializada na engenharia e fabricação de diversos componentes ferroviários e de mineração, e a Imetame Logística Porto, grupo brasileiro fundado em 1980, atuante em diversas áreas e presença significativa no setor da logística, para a realização de obras de infraestrutura no porto de Aracruz, no Estado do Espírito Santo.

E, por fim, um memorando de Entendimento entre a agência italiana de promoção de exportações SIMEST e a INVEST SP, agência de promoção de investimentos e competitividade do estado de São Paulo, para reforçar a colaboração entre a República Italiana e o Estado de São Paulo, favorecendo a troca de informações e a exploração de oportunidades mútuas de conhecimentos e experiências entre as instituições.

Perfil das organizações

ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas (ITA – Italian Trade Agency) / Departamento da promoção de intercâmbios da Embaixada da Itália

Agência do governo italiano que tem a missão de promover o intercâmbio comercial e tecnológico entre a Itália e os demais países, principalmente no que tange às empresas de pequeno e médio portes, trabalho que realiza ininterruptamente há quase um século.

Com uma rede de escritórios espalhados pelo mundo, garante apoio abrangente às empresas italianas que desejam atuar no exterior, por meio do fornecimento de informações econômicas, legais, fiscais e mercadológicas, bem como identificando parceiros e oportunidades de negócios e realizando um acurado plano de ações promocionais, que incluem os Pavilhões Oficiais Italianos em exposições.

A Agência atua em estreito contato com os governos das diversas regiões italianas, câmaras de comércio, indústria, artesanato e agricultura, organizações empresariais e outras entidades públicas e privadas, italianas e estrangeiras, de acordo com uma linha de pensamento e estratégia, em matéria de promoção e internacionalização das empresas, estabelecida por um Comitê de Coordenação institucional, composto pelas principais personalidades do mundo político e empresarial italiano. Além disso, utiliza as mais modernas ferramentas de promoção e comunicação multicanal e atua para afirmar a excelência do Made in Italy no mundo.

Em 2023 investiu mais de 220 milhões de euros em atividades promocionais que beneficiaram mais de 21 mil empresas italianas: 266 pavilhões italianos em feiras internacionais, 143 missões de compradores e jornalistas a feiras italianas e 142 acordos assinados com a grande distribuição organizada de 40 países. Os serviços de assistência às empresas italianas somaram quase 32 mil, solicitados por cerca de 12,8 mil empresas dos mais variados setores.

Fundada em 1926 e prestes a completar 100 anos, a agência opera no Brasil desde 1968.

As organizações italianas presentes

Confindustria – Confederação geral da indústria italiana

Confindustria é a principal associação de representação das empresas manufatureiras e de serviços na Itália. Reúne mais de 150 mil empresas de pequeno, médio e grande portes, que empregam mais de 5,3 milhões de pessoas. Sua missão é promover a empresa como motor do crescimento econômico e social e do país.

Para isso define caminhos comuns e compartilha – respeitando a autonomia e influência – objetivos e iniciativas com os setores da economia e finanças, instituições nacionais, europeias e internacionais, administração pública, parceiros sociais, cultura e pesquisa, ciência e tecnologia, política, mídia e sociedade civil.

Sua rede se estende da sede em Roma à Delegação em Bruxelas, ponto de referência para todo o Sistema Itália na União Europeia, e às 210 organizações afiliadas presentes no território e em diferentes setores.

Graças à sua experiência de internacionalização associativa, a Confindustria ampliou sua rede no exterior com a criação de grandes associações de representação de empresas italianas, como a Confindustria Assafrica & Mediterrâneo, Confindustria Europa Oriental (que reúne as representações na Albânia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Macedônia do Norte, Montenegro, Polônia, Romênia, Sérvia, Eslovênia e Hungria), Confindustria Rússia e Confindustria Cazaquistão.

Confapi – Confederação Italiana de Pequenas e Médias Indústrias Privadas

Membro do Cnel – Conselho Nacional da Economia e do Trabalho, a Confapi representa mais de 116 mil empresas com mais de 1 milhão e 200 mil funcionários; 63 sedes territoriais e distritais; 13 Uniões nacionais e uma Associação nacional de categoria, além de dois Grupos de interesse.

Entre seus principais focos de atuação estão o trabalho com instituições italianas e europeias para promover políticas de internacionalização, desenvolvendo estratégias de apoio às PMEs nos mercados externos e identificando oportunidades de negócios e financiamento em âmbito nacional; apoio ao Made in Italy para valorizar a produção italiana de alta qualidade e enfrentar a concorrência global.

Além disso, a organização promove pesquisas e estudos sobre o sistema econômico e produtivo das PMEs; apoia as indústrias associadas no desenvolvimento de projetos de inovação e transição digital por meio do Digital innovation Hub; e promove o desenvolvimento do empreendedorismo feminino e a valorização e promoção da cultura empresarial, especialmente entre os jovens.

Simest

Empresa do Grupo CDP, a Simest apoia, desde 1991, o crescimento das empresas italianas por meio da internacionalização de suas atividades. Tem como acionistas a CDP – Cassa Depositi e Prestiti e um grande grupo de bancos italianos e associações empresariais.

Seu trabalho inclui o acompanhamento das empresas italianas durante todo o ciclo de crescimento no exterior, desde a primeira avaliação para abertura de um novo mercado até a expansão por meio de investimentos diretos. Sua atuação envolve financiamentos para a internacionalização, apoio ao crédito às exportações e participação no capital das empresas.

Integrante da rede EDFI – European Development Financial Institutions, é parceira das principais instituições financeiras globais. Entre os principais resultados de 2023 estão 310 milhões de euros em investimentos participativos e venture capital, 6,2 bilhões de euros em apoio à exportação e atuação em 125 países.

Sace

Grupo segurador e financeiro italiano controlado pelo Ministério da Economia e Finanças, Sace é especializado no apoio às empresas e à economia nacional por meio de instrumentos e soluções para garantir a competitividade na Itália no mundo.

O grupo atua há mais de 45 anos e é uma referência para as empresas italianas que exportam e se expandem nos mercados externos. Também apoia o sistema bancário para facilitar o acesso ao crédito das empresas com suas garantias financeiras.

Está presente globalmente com 13 escritórios em países-alvo para o Made in Italy. Tem um portfólio de operações seguradas e investimentos garantidos no valor de 260 bilhões de euros e está ao lado de cerca de 50 mil empresas, principalmente pequenas e médias, apoiando seu crescimento na Itália e em cerca de 200 países.

CDP – Cassa Depositi e Prestiti

Fundada em 1850, a CDP promove o desenvolvimento sustentável na Itália, utilizando a poupança para suportar o crescimento e ampliar o emprego, apoiando a inovação, a competitividade empresarial, a infraestrutura e o desenvolvimento local.

Outros focos de atuação são financiamento à infraestrutura, investimentos em mobilidade sustentável e novas formas de habitação. Presta serviços de consultoria técnica para todas as etapas das obras públicas. Oferece financiamento integrado, capital e serviços de consultoria, contribui para a aceleração da inovação e digitalização na Itália e o fortalecimento do mercado de private equity e venture capital.

A CDP também é a Instituição Financeira Italiana para a Cooperação ao Desenvolvimento, financiando iniciativas econômicas, ambientais e sociais de alto impacto em setores estratégicos e promovemos programas especializados para mudanças climáticas, inclusão financeira e empreendedorismo feminino em países em desenvolvimento e mercados emergentes.

Perfil

Lorenzo Galanti, diretor-geral da ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas, nasceu em Stuttgart em 1968. Graduou-se em Ciências Políticas na Faculdade de Ciências Políticas “Cesare Alfieri”, em Florença, e iniciou a carreira diplomática em 1993, tendo desde então ocupado diversos cargos no Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional e servido nas Embaixadas da Itália na Síria, Senegal e Estados Unidos.

Entre 2010 e 2014, na Embaixada em Washington D.C., foi responsável por assuntos econômicos, comerciais e financeiros, bem como ciência e tecnologia.

De 2018 a 2022, foi Embaixador da Itália nos Reinos da Tailândia e do Camboja, bem como na República Democrática Popular do Laos, com sede em Bangkok, e Observador Permanente na Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico (UNESCAP). Posteriormente, até julho de 2023, foi Assessor Diplomático do Ministro para as Pessoas com Deficiência na Presidência do Conselho de Ministros.

Em sua atividade profissional, especialmente durante seu serviço no exterior, sempre deu prioridade a iniciativas relacionadas à internacionalização de empresas italianas, promoção de exportações e atração de investimentos.

Em 28 de julho de 2023, por Decreto do Presidente da República, foi nomeado Diretor Geral da ITA, tendo assumido suas funções em agosto de 2023.

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Como o agronegócio tem se beneficiado das soluções tecnológicas voltadas para o RH

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Implementar ferramentas inovadoras nos recursos humanos resulta em benefícios diretos como maior segurança no trabalho, melhores condições para o colaborador e a manutenção dos melhores talentos

De drones pulverizando lavouras a sensores que monitoram a produtividade no campo, a chamada “Agroindústria 4.0” demonstra que os avanços tecnológicos vão muito além da colheita. Com o agronegócio se tornando mais dependente de inovações, como inteligência artificial, blockchain e automação, a gestão de pessoas também precisa evoluir para acompanhar esse avanço. Nesse cenário, o uso de soluções tecnológicas no RH ganha cada vez mais destaque, oferecendo ferramentas para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência na administração de equipes.

Nos últimos anos, essa mudança ganhou velocidade ao quebrar barreiras tradicionais no modelo de trabalho e gestão no agro. Antes associada ao pagamento de folhas salariais e funções administrativas, a área de Recursos Humanos evoluiu para se tornar um pilar estratégico na atração, retenção e desenvolvimento de talentos. Com a sazonalidade do setor, caracterizada por picos de demanda e gestão de recursos em períodos de safra, a busca por eficiência e agilidade no RH tornou-se essencial para garantir produtividade e sustentabilidade dos negócios.

Com a digitalização, surgiram soluções que permitem ao setor agropecuário gerenciar e engajar seus colaboradores de uma maneira nunca vista antes. Ferramentas como IA, portais de autosserviço e plataformas de gestão de talentos, como o SAP SuccessFactors, têm sido adotadas amplamente. Essas tecnologias não apenas automatizam tarefas rotineiras, mas ampliam a capacidade do RH de agir estrategicamente, com foco no desenvolvimento contínuo e na gestão da força de trabalho.

“Um exemplo claro dessa evolução ocorre durante as safras, quando cerca de 60% do quadro de colaboradores pode ser temporário. As ferramentas digitais tornam o recrutamento mais rápido e eficiente, facilitando desde o processo seletivo até a integração dos novos trabalhadores. Além disso, os portais de autosserviço permitem que os profissionais atualizem informações, consultem dados e solicitem serviços de forma independente, liberando as equipes de RH para ações mais táticas, como o desenvolvimento de lideranças e o planejamento de carreira”, explica Rodrigo Ike Yanagida, Arquiteto de Soluções da Intelligenza IT.

A construção de uma marca empregadora forte e transparente também é uma prioridade para este setor. O uso de tecnologias possibilita mapear a trajetória dos colaboradores, desde a contratação até o desenvolvimento de carreira, o que torna possível identificar lacunas de desempenho e direcionar treinamentos alinhados com as metas da organização – processo que não apenas eleva a produtividade, mas também fortalece o vínculo entre o funcionário e a empresa, criando um ambiente de trabalho mais motivador e com maior fidelidade.

Não à toa, a gestão da experiência do colaborador tem se tornado cada vez mais importante, especialmente para os trabalhadores temporários, pois a qualidade da jornada de trabalho pode impactar diretamente a decisão de retornar na próxima safra. “Proporcionar boas condições de trabalho, oportunidades de crescimento e uma clara conexão entre os valores da companhia e a experiência do colaborador são essenciais para garantir uma alta taxa de retenção de talentos e fortalecer a marca empregadora”, pontua Maurício Cavalheiro Fernandes, Relacionamento com Clientes da Intelligenza IT.

Vale pontuar que a segurança no trabalho também é uma preocupação constante no agronegócio, especialmente quando se trata do uso de defensivos agrícolas e maquinários pesados. E a digitalização tem contribuído para esse aspecto, integrando treinamentos obrigatórios com sistemas automatizados, garantindo que os profissionais só possam operar máquinas após a conclusão dos treinamentos necessários, o que reduz os riscos de acidentes.

Embora a tecnologia traga inúmeros benefícios, o setor agropecuário ainda enfrenta desafios, como a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de adaptar a força de trabalho às novas demandas. Profissões que eram inimagináveis há cinco anos, como operadores de drones e analistas de dados agrícolas, ilustram a velocidade dessa transformação e a necessidade das empresas investirem em tecnologias robustas e estratégias focadas nos colaboradores .

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O impacto da energia solar na vida de famílias de baixa renda

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*Por Rodrigo Bourscheidt

Uma pesquisa feita pelo Instituto Pólis, em parceria com a Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), com duas mil pessoas de todo o país, revelou que a conta de luz é uma das maiores despesas dos brasileiros e esse impacto é ainda mais significativo entre as famílias de baixa renda. De acordo com o levantamento, 25% das pessoas pertencentes às classes D e E relataram que precisaram deixar de comprar alimentos para conseguir pagar a conta de luz, 49% afirmaram que a alimentação e a conta de energia são os itens que mais pesam no orçamento familiar e 36% dos entrevistados disseram que gastam metade ou mais da sua renda mensal para pagar luz e gás. 

O custo da eletricidade tem um peso significativo para as famílias que não dispõe de recursos financeiros. No entanto, a instalação de sistemas de energia solar pode aliviar essa pressão, permitindo que elas utilizem sua renda de forma mais eficiente. Um sistema fotovoltaico tem o potencial de reduzir em  até 95% os gastos dos consumidores com eletricidade. Essa economia possibilita que os moradores possam investir em outras áreas de necessidades essenciais como educação, saúde ou alimentação. Isso resulta na melhoria não apenas para a redução da pobreza energética como na qualidade de vida das pessoas.

No Brasil, iniciativas como o programa Luz Para Todos, e linhas de crédito para instalações de sistemas fotovoltaicos, ajudam a gerar energia solar nas comunidades mais carentes e representam um passo importante para a construção de um futuro mais sustentável, igualitário, gerando ganhos em termos econômicos e fortalecendo a autonomia energética e social da população mais vulnerável.

Além disso,  existem diversos projetos e ações que buscam potencializar o setor fotovoltaico no país. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP),  criaram um  fogão solar para comunidades paulistas de baixa renda,  o dispositivo utiliza a energia do sol para cozinhar alimentos. O objetivo é trocar os fornos à lenha ou carvão, que podem provocar sérios danos à saúde devido à fumaça, melhorando a qualidade do ar respirado nas residências, sem haver qualquer dano ao meio ambiente. Outro projeto semelhante ocorre nos estados do Piauí e Rio Grande do Norte, onde foram criados incentivos para viabilizar que as pessoas tenham acesso a esse tipo de produto, visando reduzir os custos com o gás de cozinha. 

Os projetos sociais de energia solar no Brasil demonstram o potencial dessa tecnologia para criar um futuro mais sustentável e justo. Essas iniciativas não só fornecem energia limpa, mas também capacitam as comunidades e geram empregos locais. Com o crescimento contínuo do setor e o apoio de parcerias entre ONGs e empresas, a energia solar está se firmando como uma solução poderosa para os desafios energéticos e sociais do país.

Este é o momento ideal para aproveitar o crescimento do mercado de energia solar e canalizar uma parcela significativa dos novos investimentos na expansão da energia fotovoltaica para consumidores de baixa renda. A iniciativa trará benefícios ambientais, sociais e econômicos, gerando impactos positivos em diversas áreas.

*Rodrigo Bourscheidt é formado em Administração e Negócios pela Faculdade Sul Brasil. Atuou em equipes comerciais e estratégicas de empresas como AmBev, Grupo Embratel (Embratel, Claro e Net) e Grupo L’oreal, antes de se dedicar ao empreendedorismo. Em 2019 fundou a Energy+, rede de tecnologia em energias renováveis que oferece soluções voltadas para a geração de energia distribuída, onde atua como CEO. 
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Controle de verminoses no periparto: Uma estratégia fundamental para a pecuária leiteira

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O controle de verminoses no periparto é essencial para assegurar a saúde e a produtividade das vacas leiteiras, sendo um desafio significativo para a pecuária. As verminoses gastrointestinais, causadas por vermes redondos, impactam diretamente o desempenho dos animais. Embora os sinais clínicos como anemia, diarreia, perda de apetite e peso sejam mais comuns em casos severos, nas vacas adultas essas infecções tendem a se manifestar de forma subclínica. Em ambos os casos, há o comprometimento nutricional dos animais, com perda de nutrientes e menor eficiência alimentar o que afeta negativamente a produção leiteira. Desta forma, os vermes causam prejuízos produtivos e econômicos aos pecuaristas.

Durante o periparto, período que engloba de 6 a 8 semanas antes e após o parto, o impacto das verminoses é ainda mais crítico devido à imunossupressão natural das fêmeas. Essa vulnerabilidade aumenta os efeitos negativos das verminoses gastrointestinais, reduzindo a ingestão alimentar e agravando o Balanço Energético Negativo (BEN), que já é comum nessa fase. Como consequência, há prejuízo na produção de colostro e leite na lactação subsequente, além de possíveis impactos na eficiência reprodutiva das vacas. Isso não afeta apenas a saúde dos animais, mas também a sustentabilidade econômica das propriedades leiteiras, reduzindo a produtividade e aumentando os custos com tratamentos.

No campo, a eprinomectina, princípio ativo do Eprecis® da Ceva, tem se mostrado uma solução eficaz para o controle de verminoses gastrointestinais durante o periparto. Este endectocida controla as infecções pelos principais vermes redondos gastrointestinais, além de atuar no controle de infestações por importantes parasitas externos como carrapatos, mosca-do-chifre e berne.  Além disso, é o único produto autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o tratamento da estefanofilariose, também conhecida como úlcera do úbere, um problema conhecido nas vacas em lactação. Com um período de carência de zero dias para o leite, Eprecis® oferece uma abordagem segura e prática para o manejo de rebanhos leiteiros. Agrega-se a isto a carência de apenas 12 dias para o abate dos animais tratados com o produto.

Estudo realizado em fazendas leiterias da Região Sul de Minas Gerais reforçou os benefícios do uso do Eprecis® no periparto. Na pesquisa foram empregadas 192 vacas leiterias prenhes, divididas em 2 grupos sendo que um recebeu Eprecis® e o outro recebeu apenas o placebo (veículo sem o princípio ativo) do produto, permanecendo com o controle. As aplicações foram realizadas na semana prevista para o parto (entre 7 dias antes e 7 dias após o parto ocorrido), comumente momento de ápice da queda natural da imunidade contra os efeitos nocivos das verminoses gastrointestinais. Os animais foram acompanhados desde 7 a 8 semanas antes do parto até a 7ª semana após o parto, momento em que foram realizados exames coproparasitológicos para avaliações de Contagens de OPGF (Ovos de vermes Por Grama de Fezes) numa base semanal. Após o parto, além da avaliação de Contagens de OPG, a produção leiteria individual foi pesada semanalmente até a 7ª semana da lactação. Os resultados mostraram uma redução significativa na contagem de Ovos de Vermes por Grama de Fezes (OPGF) nas vacas tratadas com Eprecis®. Além disso, houve um aumento significativo na produção de leite. Com um incremento de + 1.2 kg de leite/dia/vaca até a 7ª semana pós-parto, evidenciando o impacto positivo do controle eficaz da verminose subclínica.

Esses resultados destacam a importância do controle das verminoses em momento preciso e com produto seguro para os animais e para o homem, eficaz, permitindo condições para melhor produtividade e a sustentabilidade nas propriedades leiteiras. Estratégias que combinem tratamentos eficazes, como o uso de antiparasitários modernos, nutrição balanceada e monitoramento contínuo da carga parasitária global são fundamentais para minimizar os prejuízos causados por parasitos. Ao adotar práticas baseadas em evidências científicas, os pecuaristas podem melhorar significativamente os resultados sanitários e econômicos, garantindo um rebanho mais saudável e uma produção leiteira mais eficiente e sustentável.

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