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Safra de tomate industrial encerra 2024 com produção estável, mas desafios futuros e mudanças polêmicas preocupam o setor

Divulgação Tomate

A safra de tomate industrial de 2024 fechou com uma produção de 1,7 milhão de toneladas, número que, embora estável em comparação a anos anteriores, reflete um mercado em alerta. A Tomate BR, associação brasileira dos processadores e utilizadores de tomate industrial, consolidou os dados apurados junto a 21 grupos industriais, que correspondem a 100% dos tomates para indústria processados no Brasil.

Com uma área cultivada de 18,7 mil hectares, os resultados retomam os patamares de 2022, mas em um cenário marcado por adversidades climáticas e agronômicas. “Chuvas intensas no início do ano atrasaram o transplante das mudas e, com as temperaturas elevadas, a proliferação de pragas como a mosca branca resultou na erradicação de 800 hectares de lavouras. Mesmo com os esforços dos produtores, o cenário foi de dificuldades significativas”, explicou Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR.

Enquanto Goiás e Minas Gerais registraram leve recuperação de volumes (13% e 11%, respectivamente), São Paulo, o terceiro maior produtor, teve queda de 6% na safra. Esses números, somados ao contexto internacional competitivo e aos altos custos de produção, limitam a capacidade do setor de sustentar um crescimento sólido.

Mudança na cesta básica gera controvérsia

Além das adversidades na produção, a inclusão do extrato de tomate na cesta básica em substituição ao molho de tomate trouxe uma nova preocupação ao mercado. Embora o extrato seja um produto que compõe o mercado de atomatados, o molho de tomate domina o consumo nacional, representando 91% do volume vendido.

A mudança foi recebida com críticas tanto pela indústria quanto por especialistas em nutrição e economia alimentar. O molho de tomate é considerado mais adequado às necessidades das famílias brasileiras, especialmente as de baixa renda, por ser prático, acessível e já temperado, o que facilita e barateia o preparo de refeições rápidas e nutritivas.

“Essa decisão ignora o hábito alimentar da maioria das famílias, que dependem do molho de tomate como uma solução simples e econômica no dia a dia. Além disso, transferir o foco para o extrato pode impactar negativamente a indústria, que terá que se adaptar a uma demanda artificial e desalinhada com as preferências reais do consumidor”, ressaltou Breternitz.

A medida também levanta questionamentos sobre o impacto na rotina das mulheres, que frequentemente assumem a responsabilidade de gerenciar a alimentação da família. Preparar alimentos com o extrato de tomate exige mais tempo e recursos, o que contraria o objetivo de facilitar o acesso a uma alimentação digna e prática.

Projeções preocupantes para 2025

A safra de 2024 pode ser vista como um “respiro” temporário para o setor, mas as perspectivas para 2025 são de retração. A Tomate BR estima uma redução de 10% na área cultivada, impulsionada pelas previsões de estiagem, ondas de calor e aumento de pragas. “O setor precisa de políticas mais alinhadas às reais necessidades das famílias e de estratégias robustas para enfrentar os desafios de produção”, concluiu Breternitz.

O contexto atual evidencia a necessidade de um diálogo mais atento entre o mercado, as políticas públicas e os consumidores, garantindo não apenas o fortalecimento da indústria, mas também o acesso a uma alimentação prática e digna para a população.

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Dimesol no tratamento de tendinopatias

Dimesol no tratamento de tendinopatias

Suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de transporte transdérmico o tornam uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico para o cuidado com os equinos

As tendinopatias são condições comuns em equinos atletas, especialmente devido às exigências físicas intensas impostas a esses animais. Essas lesões, que afetam os tendões e suas estruturas associadas, podem comprometer significativamente o desempenho atlético e a saúde geral dos equinos. O tratamento das tendinopatias equinas inclui uma variedade de abordagens, desde repouso e fisioterapia até o uso de terapias farmacológicas e regenerativas. Entre as opções farmacológicas, o uso do Dimesol, um composto baseado no dimetilsulfóxido (DMSO), tem ganhado atenção devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

No decorrer dos anos já foram descritas mais de trinta propriedades farmacológicas e terapêuticas do DMSO, como alta capacidade de penetração e difusão em todos os tecidos, carreadora e potencializadora de outros fármacos, anti-inflamatória, vasodilatadora, diurética, analgésica, miorrelaxante e antimicrobiana, dentre outras, garantindo seu reconhecimento como um dos fármacos mais versáteis da medicina equina.

Além da diversidade de mecanismos de ação, sua eficácia, uma baixa toxicidade e elevada segurança quando utilizado de forma correta de acordo com a bula do fabricante, fazem com que o dimetilsulfóxido seja um dos principais componentes da escolha terapêutica dos médicos- veterinários.

“O DMSO atua de forma bastante ampla no tratamento das tendinopatias. Ele tem a capacidade de neutralizar os radicais livres que surgem durante o processo inflamatório, o que ajuda a reduzir os danos teciduais secundários causados por essas moléculas. Além disso, o DMSO modula a liberação de mediadores inflamatórios, como as prostaglandinas, o que contribui para diminuir a inflamação local. Outro ponto importante é que ele melhora a microcirculação, reduzindo o edema e promovendo uma melhor oxigenação e nutrição dos tecidos lesionados, o que acelera o processo de recuperação. Por fim, uma das características mais marcantes do DMSO é a sua capacidade de penetrar profundamente através da pele, alcançando os tecidos subjacentes e potencializando a ação de outros medicamentos que possam ser usados em conjunto”, detalha Camila Senna, médica- veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal.

Como visto, o Dimesol representa uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico para o manejo de tendinopatias em equinos. Suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de transporte transdérmico o tornam especialmente eficaz na redução da dor e do edema, além de potencializar a regeneração tecidual.

Um estudo comparativo recente entre DMSO e metilsulfonilmetano (MSM), realizado com cavalos com tendinite crônica, demonstrou resultados promissores. A pesquisa analisou a eficácia do DMSO em relação ao MSM no tratamento de tendinites crônicas. O experimento incluiu 10 cavalos com lesões crônicas, divididos em dois grupos:

  • Grupo A: Tratado com 60 ml de solução aquosa a 90% de DMSO.
  • Grupo B: Tratado com 60 ml de solução aquosa a 90% de MSM.

Os tratamentos foram aplicados nos dias 0, 7, 14, 21, 28, 35 e 42, com avaliações clínicas e ultrassonográficas realizadas nos dias 0, 21 e 42.

Os resultados da pesquisa basearam-se nas avaliações de claudicação realizadas com base na escala da AAEP (American Association of Equine Practitioners), enquanto a dor foi analisada por meio da escala descritiva de dor (SDS). Os resultados mostraram que no grupo DMSO, houve uma redução significativa tanto na claudicação quanto na dor entre os dias 21 e 42. No grupo MSM, embora também tenha ocorrido uma redução, os resultados foram menos pronunciados em comparação ao grupo DMSO. Quanto à avaliação ultrassonográfica, dois parâmetros foram analisados: a ecogenicidade e o alinhamento das fibras  no tendão lesionado. No grupo DMSO, foi observada uma queda significativa no escore de ecogenicidade entre os dias 0 e 42, sugerindo uma regeneração tecidual mais eficaz em comparação ao grupo MSM, que apresentou uma redução menos pronunciada. Em relação ao alinhamento das fibras, o grupo DMSO apresentou uma melhora significativa no alinhamento das fibras aos 42 dias, enquanto no grupo MSM, as melhoras foram mais modestas, com menor reorganização estrutural das fibras.

Os resultados deste estudo destacam a eficácia do DMSO no tratamento de tendinopatias crônicas em equinos. Os cavalos tratados com DMSO apresentaram melhorias mais eficazes e duradouras, tanto na redução da dor e da claudicação quanto nos parâmetros ultrassonográficos de ecogenicidade e alinhamento das fibras.

“Essas observações corroboram os mecanismos de ação conhecidos do DMSO, como sua potente ação anti-inflamatória e antioxidante, além da capacidade de penetrar profundamente nos tecidos e promover um ambiente propício para a regeneração tendínea”, enfatiza Camila.

O Dimesol, devido às suas propriedades multifuncionais e aos resultados comprovados no tratamento de tendinopatias, é uma ferramenta valiosa para a medicina esportiva equina, favorecendo a regeneração tecidual e proporcionando alívio da dor e da claudicação. É importante, no entanto, que seu uso seja monitorado por profissionais qualificados para garantir a eficácia e evitar possíveis efeitos adversos. Assim, o Dimesol se apresenta como uma opção terapêutica promissora para a reabilitação de cavalos atletas, ajudando-os a retornar de forma segura e eficiente às suas atividades.

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A importância da indústria de máquinas na mineração

Gino Paulucci Jr

*Por Gino Paulucci Jr

Como em vários outros segmentos industriais, a indústria de máquinas e equipamentos desempenha um importante papel na mineração, fornecendo os equipamentos e tecnologias necessárias para extrair e processar minerais de forma eficiente e segura, como podemos observar nesse que é considerado um dos mais relevantes eventos de mineração da América Latina, a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM). Realizada anualmente pelo IBRAM, com participação das principais entidades relacionadas ao setor mineral, essa feira internacional é a maior vitrine para geração de negócios, com a presença de máquinas e equipamentos de última geração, que permitem a extração e o processamento de grandes volumes de minério com alta eficiência. Isso reduz o tempo necessário para concluir operações e aumenta a produtividade.

Todos sabemos que equipamentos avançados melhoram a segurança no ambiente de mineração, reduzindo a necessidade de trabalho manual em condições perigosas e minimizando o risco de acidentes. Máquinas automatizadas e robôs também podem operar em ambientes extremos, onde seria perigoso para os seres humanos, sendo que nesse cenário a automação e a mecanização ajudam a reduzir os custos operacionais ao aumentar a eficiência e a consistência das operações.

O avanço contínuo da indústria de máquinas e equipamentos nessa área, não só redefine a forma como extraímos e processamos minerais, mas também estabelece novos padrões de segurança e eficiência. Máquinas modernas oferecem um controle mais preciso sobre o processo de mineração, desde a perfuração até a separação de minerais. Isso melhora a qualidade dos produtos e permite uma melhor recuperação dos recursos. A importância da indústria de máquinas na mineração não pode ser subestimada. Ela não apenas melhora a eficiência e a segurança das operações, mas também promove práticas mais sustentáveis e inovadoras.

À medida que o setor mineral enfrenta desafios crescentes e oportunidades emergentes, a colaboração contínua com a indústria de máquinas será essencial para enfrentar essas demandas, o que garantirá não apenas a viabilidade econômica das operações, mas também um futuro mais seguro e responsável para a mineração. Neste cenário, é imperativo reconhecer e valorizar o papel vital que a indústria de máquinas desempenha, não apenas como um facilitador, mas como um pilar essencial para o sucesso e a evolução contínua da mineração.

*Gino Paulucci Jr é engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

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Safra 2025: Biond Agro projeta colheita de soja próxima de 170 milhões de toneladas

Produção por estado Fonte: Biond Agro

Brasil apresenta cenário promissor, enquanto Argentina enfrenta impactos climáticos

A Biond Agro divulgou um novo levantamento referente a expectativa de colheita da safra brasileira de soja 2024/25, apontando uma produção de 168,15 milhões de toneladas, superando as estimativas do último levantamento. 

Segundo Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da Biond Agro, “as condições climáticas amplamente favoráveis na maior parte do país sustentam esse desempenho, reforçando a liderança do Brasil no mercado global de soja”. A produtividade média foi ajustada para 58,9 sacas por hectare, um aumento expressivo que reflete o avanço no desenvolvimento das lavouras. 

O Centro-Oeste continua a liderar com 80,79 milhões de toneladas, porém, as adversidades climáticas no Sul exigem atenção. A confirmação do fenômeno La Niña já impacta a produtividade na região, com períodos prolongados de seca limitando o potencial de colheita. “O monitoramento contínuo será essencial para ajustar as estimativas e mitigar perdas”, afirma Jordy.

Desafios climáticos e logísticos

Embora o Sul do Brasil seja uma das regiões mais promissoras nesta safra, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão em alerta devido à falta de chuvas, resultado dos efeitos do La Niña. Além disso, a região sul do Mato Grosso do Sul também enfrenta impactos similares. Por outro lado, no Centro-Oeste, as chuvas durante a colheita podem afetar a qualidade da produção. A expectativa é de que o fenômeno natural impacte a safra, causando períodos prolongados de seca ou chuvas intensas, dependendo da região.

“Estratégias de manejo agora serão cruciais para minimizar os efeitos adversos do clima”, alerta Jordy.

Apesar do cenário, o Centro-Oeste segue compensando as perdas com condições climáticas mais estáveis e o avanço da colheita. A produtividade recorde em estados como Mato Grosso e Goiás contribuiu para elevar o volume nacional.

Os desafios logísticos no Brasil foram apontados como um dos principais obstáculos a serem superados, com potencial para atrasar exportações e pressionar os preços. Ainda assim, a ampla oferta brasileira tem desempenhado um papel fundamental no mercado global, ajudando a compensar parcialmente os impactos da seca na Argentina.

Reflexos no Mercado Internacional

O prolongamento da seca na Argentina gerou preocupações sobre a oferta global de soja, pressionando os preços internacionais. A produção no país vizinho, projetada em 52 milhões de toneladas, pode ser ainda mais reduzida devido à falta de chuvas e beneficiar a safra brasileira. “O Brasil está absorvendo parte dessa demanda global, o que reforça sua relevância no mercado de exportação”, explica Jordy.

Além disso, os ajustes feitos pelo USDA nos estoques globais e a menor competitividade americana nas exportações trouxeram um viés altista para o mercado. “A volatilidade deve permanecer até o final da safra, com o clima sendo o principal fator de influência nas cotações”, finaliza Jordy.

Sobre a Biond Agro

Empresa especializada em gestão e comercialização de grãos para o produtor brasileiro, originária de um grupo de companhias com 25 anos de experiência (Fyo, CRESUD e Brasil Agro). Compreendendo os números e especificidades do negócio e como interagir com os mercados. A Biond Agro desenha estratégias de comercialização e execução de negócios, profissionalizando a gestão de riscos para tornar o agronegócio sustentável no longo prazo. Saiba mais em https://www.biondagro.com/ 

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