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Grupo DVA retorna ao mercado de agroquímicos no Brasil

Após nove anos, a volta é marcada pela estreia de uma nova marca, a Agroallianz, com estratégia de acesso de forma inovadora, robusta e oferecendo aos agricultores 22 soluções para diferentes culturas. O objetivo principal é expandir o portfólio, dobrando-o até 2028, e atingir um faturamento superior a US$ 100 milhões
Por questões comerciais, em 2015 o Grupo alemão DVA, cessou seus negócios no Brasil. Porém, em 2021, a empresa retornou ao cenário nacional com soluções de especialidades, tecnologias para fertilizantes e adjuvantes. Com foco em soluções como os bioestimulantes fabricados na Espanha, recentemente investiu na fábrica no Brasil, capitalizando assim, um portfólio completo para todas as culturas, visando atender aos desafios do mercado e necessidades de toda a classe produtora, explorando o que há de melhor no potencial genético das plantas.
Agora, após o período de contrato, em que a DVA não poderia atuar com agroquímicos em território nacional, o grupo retoma este mês com o segmento, e coloca no mercado uma nova marca, a Agroallianz para atender o produtor brasileiro. Esta, que chega robusta, já com 22 produtos (fungicidas, inseticidas e herbicidas) para venda, além do portfólio inovador de especialidades já desenvolvido pela DVA.
Desde 2017 uma equipe de profissionais iniciou o trabalho de registros e pesquisa em crop protection. Paralelo a isso, conforme explica Fernando Fernandes, diretor geral da Agroallianz S.A., a companhia entendeu que o mercado de especialidades também era uma demanda importante e com um crescimento muito rápido no Brasil. “Frente a isso, ao longo dessa jornada, o Grupo DVA investiu mais de US$80 milhões para ofertar ao mercado a linha especialidades, distribuídos em INCENTIA – bioestimulantes e fertilizantes, ADYUVIA – adjuvantes e ESENCYS – biológicos, além dos protocolos de registros de agroquímicos”, detalha.
A retomada no segmento é estratégica, segundo o executivo, já que o mercado de defensivos é significativo e bem consolidado no país. “Entendemos que o produtor já sabe como usar essas ferramentas e já tem a compra programada. Vamos propor além destas tecnologias já conhecidas por ele, novas soluções com diferenciais para poder dar velocidade à linha das especialidades que já estávamos trabalhando”, ressalta.
A estimativa da Agroallinanz no mercado brasileiro é chegar a 44 produtos no pepiline até 2028, e em cinco anos pretende faturar aqui perto de US$100 milhões. “Em 2023, foram US$8 milhões somente com o segmento de especialidades, que é recente também. Contudo, para 2025, a expectativa com os agroquímicos é de saltarmos para US$25 milhões. Ou seja, três vezes mais a cada ano”, confidencia Fernandes.
Referência mundial em químicos
Nos outros países de atuação, esse é o grande faturamento da companhia, sendo mais de 800 registros de crop protection. Somente no Brasil eles não estavam sendo comercializados. “Aqui, nesta retomada, temos ciência de que é um ano atípico, ainda mais difícil. Entretanto, enxergamos o Brasil como uma das maiores potências para nossas soluções e objetivos. A ideia é que, de 8% hoje, o mercado brasileiro passe a representar metade do faturamento anual da DVA toda”, destaca o executivo.
Para atingir essa meta, a Agroalianz além do modo tradicional de vendas, terá um outro tipo diferenciado de acesso ao mercado e que será anunciado em breve, durante a Agrishow, que acontece de 29 de abril a 03 de maio, em Ribeirão Preto-SP. “Precisamos mudar a ótica de negócios dos produtos agrícolas, sem dúvida, é necessário integralização e verticalização”, opina Fernandes.
O mercado de crop protection no Brasil foi estimado em cerca de US$20,6 bilhões em 2022, mas ficando na mão de apenas poucas companhias. “É um segmento competitivo e ao mesmo tempo bem grande. Além disso, temos uma forte tendência neste cenário, principalmente nos últimos três anos, das indústrias optando por fazer o acesso direto ao produtor. Isso fez com que repensássemos o formato em que atuamos”, confidencia o diretor.
A menina dos olhos
Pensando exatamente no tamanho desse potencial de mercado é que a Agroallianz quer atingir todos os perfis de produtores. A ideia segundo Fernandes é que em 2028, o portfólio da marca tenha uma competitividade ainda maior.
Por exemplo, quando se fala especificamente da soja, aqueles US$20,6 bilhões representam metade desse potencial, com isso, a empresa teria uma cobertura de 98% do portfólio demandado.
“Isso quer dizer que nós teremos uma oferta de portfólio atendendo grande parte ou quase a totalidade da cultura e seu potencial. Assim como no milho, também acima de 90%, cana de açúcar, 57,4%, café, 86% e ainda o algodão, também acima de 80%, que são os principais cultivos”, enfatiza.
Em 2022 o Grupo foi reconhecido pelo Mapa como a segunda empresa que mais obteve priorizações de publicação e regulamentação de agroquímicos no Brasil. “Essa priorização acontece quando o Governo observa as dificuldades que o setor está enfrentando naquele momento, relacionado a pragas e doenças, e vê as empresas que protocolam as soluções que ajudem no combate ou controle àquela situação. Assim esse processo recebe prioridade. E assim ganhamos velocidade”, observa Fernandes.
Para ele isso demonstra sinergia com entre o que a classe produtora necessita e a pesquisa e desenvolvimento das equipes à campo, de pesquisa e regulatório. Hoje, o Grupo DVA conta com mais de 800 registros só na linha de Crop Protection Global e reinveste cerca de 4% do faturamento em Pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Sobre a DVA Group
A DVA Group é uma empresa multinacional alemã dedicada ao desenvolvimento de soluções agrícolas de alta qualidade para proteção de cultivos, nutrição vegetal, biológicos e adjuvantes especiais, visando uma agricultura sustentável. Com mais de 50 anos de experiência, a empresa opera em diversos países, incluindo o Brasil, onde sua tecnologia é comercializada pela marca AGROALLIANZ S.A.

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Nova sonda de medição da Vaisala garante melhor controle de câmara seca

Dispositivo fornece medições precisas em condições exigentes de processamento, como ocorre na produção de baterias de íons de lítio
A Vaisala lançou no começo de junho a nova Sonda de Ponto de Orvalho e Temperatura DMP1, para monitoramento das condições ambientais em salas e espaços industriais críticos. É ideal para salas secas: é compacta, tem capacidade de medição de ponto de orvalho de até -70 °C e resposta centena de vezes mais rápida do que outras tecnologias disponíveis.
Fornece, ainda, medições precisas em condições exigentes de processamento a seco, como as encontradas na produção de baterias de íons de lítio, onde o controle da umidade é fundamental para o desempenho das baterias fabricadas. Empregando tecnologia de medição avançada, a DMP1 garante que as condições do ponto de orvalho permaneçam conforme especificado em todas as áreas de uma câmara seca de fabricação, ajudando assim a manter a qualidade do produto e a segurança da fabricação, especialmente onde o controle da umidade é fundamental para a fabricação de baterias, como as de lítio.
“A resposta rápida da nova sonda torna os sistemas de controle capazes de dar uma resposta em tempo hábil, garantindo a proteção da qualidade e segurança do produto”, afirma Bruno Albuquerque, gerente comercial da Vaisala no Brasil. Na prática, os clientes podem controlar com eficiência quaisquer desvios no ponto de orvalho da câmara seca. “Tempos de reação rápidos se traduzem em maior segurança no local de trabalho, mantendo a alta qualidade do produto e evitando desperdícios no processo de produção das baterias”, garante o especialista.
Melhor visibilidade e controle
O DMP1 faz parte do ecossistema modular de medição Vaisala Indigo, oferecendo compatibilidade plug-and-play com dispositivos inteligentes conectados. Por exemplo, ele pode ser conectado a um transmissor Indigo300 para exibir dados e transmitir valores de medição para sistemas de automação e controle. A sonda também pode ser conectada a um dispositivo portátil Indigo80 para trabalhos de manutenção, e as sondas intercambiáveis minimizam o tempo de inatividade e simplificam o trabalho de manutenção.
Anteriormente, o controle do ponto de orvalho em salas secas era feito por sensores volumosos, com alcance de medição limitado e resposta lenta. “A sonda DMP1 representa, portanto, um grande avanço, pois resolve esses problemas, proporcionando aos gerentes de processo maior visibilidade das condições ambientais e mais tempo para responder quando as condições se desviam do ideal”, sintetiza Albuquerque.
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Digitalização no campo transforma o setor sucroalcooleiro com soluções financeiras personalizadas

A digitalização e as soluções financeiras personalizadas têm sido essenciais para modernizar o setor sucroalcooleiro; especialistas explicam que, mesmo com a sazonalidade e a atuação em locais remotos, sua equipe superou os desafios com soluções adaptadas e tecnologias aplicadas
A digitalização dos meios de pagamento e a personalização de benefícios têm se mostrado estratégias decisivas para modernizar o setor agroindustrial, especialmente no segmento sucroalcooleiro. Em entrevista, Angela Kerche, especialista em soluções de benefícios da p2xPay, detalha como sua equipe superou os desafios de um setor marcado por sazonalidade e operação em áreas remotas.
“O setor agroindustrial, especialmente o sucroalcooleiro, possui uma dinâmica muito específica: sazonalidade na contratação de mão de obra e equipes operando em áreas remotas”, conta Angela. “Um dos principais desafios foi adaptar nossas soluções de benefícios e premiação a esse contexto, garantindo usabilidade e criando formas de distribuir os cartões com agilidade”, destaca, e explica que a superação veio por meio de escuta ativa com os produtores e do envolvimento estratégico das cooperativas de cana-de-açúcar. “Esse apoio garantiu credibilidade às parcerias e abriu caminho para uma adoção mais rápida e eficaz”.
A tecnologia como motor de valorização e eficiência
Entre as soluções desenvolvidas estão os Cartões Premiação p2xPay e Cartões Benefícios de múltiplas bandeiras, que oferecem flexibilidade, segurança e gestão digital simplificada e podem ser considerados como parte de um verdadeiro case de sucesso. “Capacitamos os gestores na utilização das ferramentas, o que acelerou a aceitação e eficácia da nossa solução no campo”, afirma a especialista.
Os impactos foram expressivos. Segundo Felipe Andrade, COO da p2xPay, a introdução dos cartões como ferramenta de reconhecimento aumentou significativamente o engajamento das equipes, especialmente entre líderes, operadores de campo e motoristas. Além disso, empresas relataram melhora na retenção de talentos sazonais, aumento da produtividade e benefícios fiscais. “Muitas empresas relataram melhora na retenção de talentos sazonais e aumento da produtividade, pois os colaboradores passaram a se sentir mais valorizados”, diz. “Já para os gestores e equipes administrativas, os cartões e as ferramentas de meios de pagamento simplificaram a gestão financeira, reduziram retrabalho contábil, aumentaram o controle das verbas e trouxeram redução de custos”, reitera o executivo.
Andrade explica que, durante reuniões realizadas com empresas do setor, pôde perceber o quão importante é ouvir o cliente e adaptar as soluções à sua realidade. “Durante este mês, visitei clientes e parceiros do agronegócio nas regiões do Paraná e Goiás, e pude constatar na prática o quanto é transformador manter a proximidade. Ao ouvir suas demandas e adaptar soluções às suas realidades específicas, percebemos que é essencial acompanhar de perto todo o processo de implantação – isso tem sido um fator decisivo para o sucesso das iniciativas. Essa abordagem personalizada não apenas está impulsionando a produtividade no campo, como também está fortalecendo a retenção de talentos, promovendo um ambiente mais colaborativo, valorizado e genuinamente alinhado às necessidades reais do setor.”
Estudos comprovam: produtores rurais brasileiros já adotaram pelo menos uma tecnologia digital em suas atividades
Esses resultados estão alinhados com as tendências nacionais. Um estudo da Embrapa, Sebrae e INPE revelou que 84% dos produtores rurais brasileiros já adotaram pelo menos uma tecnologia digital em suas atividades. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios: o Índice Agrotech, da GS1 Brasil, aponta que o uso de softwares de gestão no agro caiu de 38% em 2021 para 20% em 2024. Isso mostra que, embora haja avanços, a digitalização ainda precisa de estímulo e apoio estratégico. Outro levantamento, realizado pela Universidade de Brasília, apontou que mais de 95% dos produtores utilizam algum tipo de tecnologia digital, sendo que 96,3% usam softwares ou aplicativos para operações bancárias, 90,7% para manejo agrícola e 70,3% para gestão da propriedade.
Esses dados mostram que a digitalização no campo não é apenas uma tendência, mas uma realidade crescente, ainda que desafios como conectividade e custo de investimento continuem sendo barreiras importantes.
Transformação digital no Agro: mais interesse com a automatização de tarefas
Nesse contexto, Ana Paula Campeão, Head Comercial Filial Pederneiras da p2xPay, observa um aumento no interesse por soluções financeiras personalizadas no campo. “O interesse tem crescido de forma consistente. O agronegócio está cada vez mais atento às ferramentas que otimizam tempo, aumentam a transparência e reduzem burocracias e custos, especialmente em áreas como folha de pagamento, gestão de premiações e benefícios”, reitera, e conclui com uma visão clara sobre o futuro do setor. “A inovação financeira deixou de ser tendência e passou a ser uma necessidade real no campo. Os produtores têm reagido de forma muito positiva, reconhecendo os ganhos em eficiência, segurança jurídica e valorização do capital humano”.
A transformação digital no agro não apenas moderniza a gestão, mas fortalece o compromisso com o bem-estar dos colaboradores e a sustentabilidade do setor. Com o apoio de cooperativas e o uso estratégico da tecnologia, os campos do Brasil se aproximam cada vez mais de um modelo produtivo mais eficiente, justo e competitivo.
Sobre a p2xPay
Com planos de expandir ainda mais sua presença em outras regiões-chave, a p2xPay almeja se consolidar como uma parceira indispensável para produtores e empresas do setor em todo o país. Além das soluções financeiras, a fintech enfatiza o valor das pessoas e dos parceiros, buscando impulsionar a economia das regiões onde atua, através de seus cartões e de suas ferramentas de benefícios e premiação.
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Pesquisadores desenvolvem solução para controle de pragas capaz de preservar organismos não-alvo, em especial os anfíbios

Sapos e rãs sofrem consideravelmente com os efeitos colaterais dos pesticidas; para evitar que isso siga ocorrendo, cientistas brasileiros criaram uma alternativa promissora aos inseticidas sintéticos
Estudos recentes, como o desenvolvido no Instituto Federal Goiano, alertam para o fato de que a exposição crônica a misturas de pesticidas em ambientes agrícolas pode resultar em reduções populacionais de até 70% em espécies locais de anuros (sapos e rãs), especialmente nas fases larvais. Nesse cenário, a publicação “Medindo o Colapso: Fatores que Causam a Extinção e o Declínio Global dos Anfíbios“, veiculada na revista científica internacional Plos One, revela que mais de um terço das espécies de anfíbios do mundo está ameaçado de extinção, tendo nos pesticidas um dos principais fatores que desencadeiam essa quadro. Em um ecossistema altamente interligado, a vulnerabilidade dos anuros pode impactar negativamente a própria agricultura, que deixará de contar com aliados naturais para o manejo de insetos que predam as plantações.
É nesse contexto que se insere o estudo desenvolvido pelos cientistas parceiros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAGro): Willian de Paula Santos, Caroline Santos, Letícia Paduan Tavares, Jhones Luís de Oliveira, Leonardo Fernandes Fraceto e Claudia Bueno dos Reis Martinez, recém publicado pelo Boletim de Contaminação Ambiental e Toxicologia. A partir de análises em laboratório, os pesquisadores descobriram que o geraniol nanoencapsulado (nGER) pode ser uma alternativa promissora aos pesticidas sintéticos atualmente utilizados, pois combina os efeitos pesticidas do geraniol com a proteção contra a degradação ambiental proporcionada pelas nanocápsulas de zeína, proteína presente em grãos de milho.
A pesquisa é uma das poucas do Brasil a investigar os efeitos causados por alternativas aos pesticidas em anfíbios, organismos não-alvo que sofrem consideravelmente com os impactos das substâncias, conforme pontua a Dra. Claudia Bueno dos Reis Martinez, pesquisadora do INCT NanoAgro. “Essa é uma linha de pesquisa fundamental para o futuro da agricultura. Precisamos cada vez mais de soluções que respeitem o meio ambiente, e os compostos naturais, quando bem estudados, oferecem um campo vasto de possibilidades”, afirma a cientista
Além de propor uma alternativa de pesticida capaz de preservar organismos não-alvo, o estudo também destaca a importância de que a ciência avance no sentido de entender os mecanismos moleculares envolvidos na ação de substâncias naturais, reforçando o papel da nanotecnologia na potencialização de sua eficácia e seletividade.
A pesquisa é parte das atividades do INCT NanoAgro, que reúne instituições e pesquisadores de diversas áreas para fomentar a inovação no campo da agroecologia por meio da aplicação de nanotecnologia. Confira os detalhes em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0001636.