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Desafios da eficiência e da sustentabilidade pautam maior feira latino-americana para as indústrias de nutrição animal e processamento de grãos

De 16 a 18 de setembro, São Paulo recebe a VICTAM LatAm e a Feed Formulation Latin America, reunindo mais de 250 expositores e 8 mil visitantes de 30 países
O Brasil, terceiro maior produtor mundial de ração e líder nas exportações de proteína animal, sediará em setembro um dos principais encontros técnicos da indústria global de nutrição animal e processamento de grãos. De 16 a 18 de setembro, São Paulo recebe a 2º edição da VICTAM LatAm e a 1º edição da FEED Formulation Latin America, que juntos devem reunir mais de 200 expositores, 350 marcas do setor e 8 mil profissionais de 30 países da América Latina. Além da feira de negócios, a programação inclui mais de 80 horas de conteúdo técnico, distribuídas em conferências e seminários conduzidos por instituições nacionais e internacionais. Os eventos acontecem no Expo Center Norte.
A edição deste ano terá como destaque a FEED Formulation Latin America, congresso técnico internacional focado em tecnologia, equipamentos, ingredientes e avanços em formulações para a indústria. Outro evento paralelo é o Grapas LatAm, voltado à moagem de farinha e manuseio de grãos, com conferências e cerca de 100 expositores do segmento.
Para Sebas van den Ende, diretor-geral da VICTAM Corporation, a combinação entre feira de negócios, workshops, congresso técnico internacional e seminários de parceiros reforça papel da VICTAM como ponto de convergência entre pesquisa, indústria e inovação. “A expectativa é ampliar em 2025 as conexões entre fabricantes de equipamentos, fornecedores de ingredientes e a indústria de nutrição animal na América Latina”, afirma.
Programação
A FEED Formulation Latin America é promovida pelo Feed Technology Institute (FTI), instituição criada pela Evonik, multinacional alemã referência global em aditivos para nutrição animal, a DSM-Firmenich, companhia holandesa-suíça especializada em ciência da nutrição, saúde e biotecnologia, e a Nutral/UFPR, centro acadêmico brasileiro voltado à pesquisa e inovação em formulação de rações. No total, a programação ultrapassa 80 horas de conteúdo técnico, distribuídas entre conferências e seminários conduzidos por instituições nacionais e internacionais. “O objetivo é criar conexões estratégicas entre diferentes mercados e impulsionar o setor da nutrição animal na América Latina”, reforça Sebas.
A programação contará com a Round Table on Responsible Soy Association (RTRS), associação internacional que promove padrões globais para a produção de soja responsável. A entidade realizará um bloco de conferências nos dias 17 e 18 de setembro reunindo produtores, empresas e organizações sociais para discutir rastreabilidade, agricultura regenerativa e regulamentações internacionais, como a EUDR (Regulamento Europeu de Desmatamento).
Outro destaque é a conferência organizada pela Embrapa, que reunirá cinco de suas unidades de pesquisa: Pesca e Aquicultura, Soja, Caprinos e Ovinos, Suínos e Aves, além da Embrapa Maranhão. Segundo Roberto Manolio Valladão Flores, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (CNPASA) e coordenador da conferência, os debates terão como tema deste ano ‘nutrição animal para sistemas sustentáveis e resilientes’, em alinhamento à preparação da instituição para a COP30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – que será realizada em novembro deste ano em Belém. sob o tema. “Queremos mostrar como a pesquisa pode contribuir para reduzir emissões de gases de efeito estufa e fortalecer a sustentabilidade em diferentes sistemas produtivos”, explica o pesquisador.
A programação conta ainda com a participação de entidades como a Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), GMP+ International, Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) e a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM).
Exposição com máquinas e soluções para nutrição animal
A feira também será vitrine de máquinas e tecnologias de nutrição animal, moagem e armazenagem de grãos. Empresas da Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina trarão equipamentos como extrusoras, misturadores, silos, sistemas de secagem, resfriadores, ensacadoras, dosadores, sensores e softwares de automação industrial. As soluções são voltadas a diferentes espécies, incluindo pet food, aves, suínos e bovinos, e perfis de produção. Conforme o diretor-geral da VICTAM, a presença desses expositores amplia as possibilidades de negócios, especialmente em um momento em que o dólar registra o menor patamar dos últimos 12 meses, o que pode favorecer a aquisição de equipamentos importados durante o evento.
O segmento de pet food também terá na área de estandes, com expositores ligados à formulação, aditivos funcionais para cães e gatos, digestibilidade e extrusão. A presença desse segmento reflete o crescimento contínuo do mercado de alimentação para pets, que consumiu 4 milhões de toneladas de alimentos industrializados em 2024 e deve chegar a 4,2 milhões em 2025, segundo o Sindirações.
Sobre a VICTAM
Criada na Holanda em 1964, a VICTAM é uma das principais feiras técnicas globais da indústria de nutrição animal e processamento de grãos. Com sede em Utrecht, realiza edições regulares na Europa, Ásia e África. Em 2024, a VICTAM Ásia, realizada na Tailândia, recebeu quase 9 mil visitantes de 73 países e contou com 315 expositores internacionais. O Brasil foi escolhido como sede da edição latino-americana por sua relevância na produção de proteína animal e pelo potencial de atrair profissionais de toda a América Latina. A primeira edição, realizada em São Paulo, em 2023, reuniu mais de 150 expositores e 4.300 visitantes de 43 países.
Serviço
VICTAM LatAm 2025 + Feed Formulation Latin America + Grapas LatAm + Seminário FTI
Data: 16 a 18 de setembro de 2025
Local: Expo Center Norte – São Paulo (SP)
Conferências: das 10 às 16h | Feira: das 12h às 19h
Credenciamento para visitação: gratuito
Participação nas conferências: mediante inscrições inscricaodeeventos.com.br
Mais informações e programação completa: www.victamlatam.com

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Entressafra das pastagens: nutrição adequada garante produtividade na virada de estação

Suplementação é essencial para evitar perda de peso e potencializar ganhos já no início da estação das pastagens
Entre os meses de maio e setembro, produtores rurais de diferentes regiões do Brasil enfrentam o desafio de manter o desempenho dos rebanhos diante da baixa qualidade dos pastos no inverno, causada, por exemplo, pela geada no Sul e pela seca no Centro-Oeste. O período exige atenção redobrada à nutrição dos bovinos de corte – e a suplementação estratégica surge como um caminho essencial não só para atravessar essa fase sem perdas produtivas, mas também para garantir resultados na primavera.
O engenheiro agrônomo e gerente técnico da Mig-PLUS, Rubem Frosi, explica que o uso de proteinados energéticos de qualidade é fundamental durante o inverno. Com base em décadas de pesquisas conduzidas pela Embrapa e por universidades, a Mig-PLUS desenvolveu produtos específicos para este período de menor valor nutricional das pastagens. Entre eles, estão o Mig Corte Proteinado 30 e o Mig Corte Proteinado Plus.
“Esses proteinados, oferecidos em livre acesso aos cochos, têm o papel de estimular o consumo do pasto, evitando a perda de peso característica da estação e proporcionando algum ganho de peso”, explica Frosi. Os produtos, segundo ele, são formulados com 30% a 45% de proteína, além de macro e microminerais fundamentais para suprir as necessidades dos animais.
Já a falta de atenção para esta demanda nutricional, de acordo com o especialista, impacta os rebanhos até mesmo na estação seguinte. “O produtor que suplementa no inverno chega à primavera com o animal pronto para aproveitar o melhor da pastagem, em vez de entrar recuperando o que perdeu”, afirma.
Olhar atento para a primavera
A chegada da primavera garante a melhora gradual da qualidade das pastagens, mas o período também exige atenção. Para essa fase de transição, o Mig Corte Energy é a principal recomendação. Com 20% de proteína, ele pode ser usado de forma mais ampla, funcionando como um produto “flex” para diferentes condições de pasto.
Já ao longo da primavera, quando a forragem está com bom desenvolvimento, existem outras opções de proteico energéticos: o Mig Corte Energy Pasto Plus e Mig Corte Energy Pasto VM, este último enriquecido com virginiamicina, aditivo que favorece o desempenho animal.
Manejo e cuidados
Além de saber escolher o suplemento mais adequado, o manejo correto é determinante para o sucesso, explica o engenheiro agrônomo. No período de inverno, isso inclui manter a oferta forrageira ainda que a qualidade esteja baixa, mas também garantir a localização e dimensionamento adequados dos comedouros – preferencialmente utilizando cochos cobertos – e assegurar a reposição constante do produto. Outro ponto importante é a inclusão de aditivos como a monensina sódica, que traz benefícios importantes para o desempenho animal.
Apesar das informações disponíveis e da facilidade de acesso a elas atualmente, ainda é necessário que muitos pecuaristas busquem essas orientações para garantir o manejo mais preciso. “O planejamento do produtor, a aquisição de produtos adequados e o cuidado com a distribuição dos comedouros garante o resultado efetivo para superar este período mais complexo”, garante Frosi.
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Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia lidera comitiva brasileira em visita a ambientes de inovação nos EUA

Comitiva analisa referências mundiais em inovação para planejar futuro Science Park em Piracicaba
Selecionada pela Universidade de São Paulo (USP) para conduzir o desenvolvimento do plano estratégico e operacional do Parque Científico e Tecnológico da Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT) liderou uma comitiva aos Estados Unidos para conhecer de perto a estrutura e o funcionamento de uns dos mais importantes ambientes de inovação do país: o Research Park da Universidade de Illinois, o Research Park da Purdue University e o Discovery Park District. As visitas fazem parte do processo de benchmarking internacional que embasa o planejamento do projeto da ESALQ/USP.
Estiveram presentes na comitiva representantes da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, da ESALQ/USP e da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ). O objetivo da comitiva é identificar práticas consolidadas em ecossistemas de referência e adaptá-las à realidade brasileira, no contexto de Piracicaba (SP), onde será implantado o novo parque. “Estamos observando modelos de governança, mecanismos de interação universidade-empresa e estratégias de atração de investimentos que possam fortalecer a construção de um ambiente de inovação de classe mundial no Brasil”, destacou o Prof. Dr. Elvis Fusco, superintendente executivo da FSNT.
O Parque Científico e Tecnológico da ESALQ está sendo concebido para estruturar um ecossistema de inovação voltado ao desenvolvimento tecnológico, à geração de soluções e ao estímulo ao empreendedorismo de base científica, com foco nos setores de agricultura, alimentos e meio ambiente. O projeto adota a abordagem da hélice quíntupla de inovação, promovendo a interação entre academia, indústria, governo, sociedade civil e sustentabilidade ambiental.
Para a FSNT, visitas como as realizadas nos Estados Unidos são decisivas para garantir que o projeto nasça ancorado nas melhores práticas globais. “Os research parks de Illinois e Purdue são referências mundiais em integração universidade-empresa e em estímulo à inovação. Observar seus modelos de governança, estratégias de atração de investimentos e mecanismos de apoio a startups e spin-offs nos ajuda a adaptar experiências de sucesso internacional ao contexto brasileiro”, explica Fusco.
O projeto liderado pela Fundação contempla ainda a definição da proposta de valor do Parque Científico e Tecnológico da ESALQ, estudos de viabilidade técnico-científica, social e econômico-financeira, o planejamento estratégico, além da criação de programas de inovação e empreendedorismo capazes de fortalecer a competitividade do agronegócio brasileiro. A viagem da comitiva reforça o compromisso da USP e da Fundação em projetar o Parque Científico e Tecnológico da ESALQ como um ambiente competitivo e conectado aos grandes desafios globais, especialmente os relacionados à segurança alimentar, à sustentabilidade e à inovação tecnológica.
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IA leva inovação das grandes fazendas para o pequeno produtor

Solução inédita, simples e inovadora permite monitorar a qualidade da terra. Além disso, recomenda as melhorias que devem ser feitas para ampliar a qualidade e produtividade do solo
Imagine só uma tecnologia toda baseada em Inteligência Artificial de alta performance, que permite monitorar e analisar a qualidade do solo, bem como recomenda as melhorias necessárias para que a terra se torne mais produtiva. Tudo realizado de forma simples, por celular na palma da mão do produtor.
É isso que a ferramenta AgroMetrics, solução desenvolvida pela Solaris Tech, traz para os pequenos e médios produtores rurais. Na prática, com um sensor portátil e uma base de dados desenvolvida com IA, a solução fornece, em tempo real, uma análise completa com diagnósticos precisos de nutrientes (NPK), pH e outras condições do solo diretamente no celular.
“Além disso, a plataforma recomenda automaticamente o que deve ser feito para melhorar a qualidade da terra de acordo com o perfil da plantação – seja hortaliça, fruta ou grão. O produtor não depende mais de visitas técnicas demoradas ou decisões no “feeling”: a análise vem de dados confiáveis, com recomendações práticas, otimizando tempo, insumos e aumentando a produtividade”, explica Gabriel Pincinato, CTO – Co-Fundador da Solaris Tech.
Segundo o executivo, com um investimento a partir de R$59,90 mensais, os pequenos produtores contarão com uma tecnologia que hoje só e usada pelas grandes agroindústrias. “Em algumas propriedades onde o sistema já é utilizado, além de uma economia média de R$ 20 mil por ano com insumos, equivalente a uma redução de até 35% nos custos com adubação, o produtor conseguiu reduzir em até 50% o tempo de resposta nas correções do solo. Com isso, observou-se um ganho médio de 25% na produtividade por hectare, podendo chegar a 40% em áreas com histórico de desequilíbrio nutricional”, completa.
A solução completa AgroMetrics entrega um ecossistema completo: sensor de solo, conectividade embarcada, plataforma de IA, atualizações contínuas e suporte remoto.