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Bem-estar animal se consolida como pilar da pecuária sustentável

CEO da Beckhauser compartilha em livro como as práticas adotadas podem contribuir para o desenvolvimento de empresas do setor
A importância das práticas ESG para a indústria pecuária, priorizando o bem-estar animal e humano, é um dos tópicos que a CEO da Beckhauser, Mariana Beckheuser, destaca em sua participação no livro “Bem-estar Animal como valor agregado nas cadeias produtivas da pecuária”, lançado em 23 de outubro durante o 9º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA). A obra, organizada pelo zootecnista Mateus J. R. Paranhos da Costa, é resultado da colaboração de mais de 60 especialistas em bem-estar animal.
Em seu capítulo “Pioneira no passado, na vanguarda para o futuro: o olhar e a contribuição da Beckhauser para o bem-estar animal e humano”, Mariana conta como a empresa paranaense especializada na produção de equipamentos de contenção bovina (Becksafe) tem como pilar a preocupação com o bem-estar animal. Ela descreve como a Beckhauser contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento de equipamentos inovadores e para a disseminação desses conceitos e boas práticas na pecuária brasileira.
Mais do que produzir novos aparelhos de contenção, Mariana lembra que a empresa trabalhou para fazer os produtores entenderem que o boi, assim como o responsável pelo seu manejo, também era um usuário desses apetrechos. Partindo desse princípio, a Beckhauser se aproximou de pessoas e instituições que compartilhavam dessa visão, como o próprio organizador do livro, Paranhos, hoje parceiro da empresa, e o Grupo ETCO, que há mais de 30 anos coordena estudos e pesquisas sobre o tema.
“Decidimos levar os conceitos e os benefícios das boas práticas a produtores, vaqueiros e técnicos, e promovemos rodas de conversa, palestras, cursos e treinamentos em eventos, sindicatos e fazendas sobre o assunto. Fizemos questão de sempre valorizar o conhecimento empírico desses profissionais e como ele poderia ser usado a favor de uma melhor relação no manejo”, destaca.
Mariana pontua no livro que, com o sucesso da iniciativa, em 2012 surgiu uma parceria com a Fazenda Arca de Noé e o Frigorífico Argus para criar o Centro Experimental de Manejo Racional (CEM), localizado em Guairaçá (PR). O CEM tem como base a difusão de conhecimento por meio de dias de campo, palestras e cursos de manejo, nos quais pecuaristas, vaqueiros, técnicos e estudantes podem vivenciar os conceitos de bem-estar animal e manejo racional, unindo teoria e prática. O local conta com um curral modelo equipado com Becksafe automatizado, mostrando o que há de mais avançado em tecnologia para o manejo de bovinos e diversas linhas de manejo, permitindo que os alunos possam ter contato com diferentes alternativas de contenção.
A evolução do mercado
A CEO também aborda em seu capítulo que, com a evolução da sociedade e a crescente preocupação com o futuro do planeta, o conceito de ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança, em inglês) tem sido cada vez mais adotado por empresas de diversos setores, incluindo o agronegócio. Ela pontua que pensar as estratégias das organizações a partir do olhar atento a todos os seus públicos — de colaboradores a clientes, de fornecedores a comunidade — e aos impactos gerados pelo negócio, é um imperativo para o futuro.
“O bem-estar animal é um dos aspectos essenciais a ser considerado na implantação de políticas ESG em qualquer negócio pecuário — da fazenda ao frigorífico, passando pela indústria de insumos e equipamentos. Por isso, a adoção de boas práticas de manejo atende a um consumidor cada vez mais atento e exigente quanto à cadeia produtiva de alimentos, ao mesmo tempo em que melhora as condições de trabalho da equipe. Além disso, essas práticas colaboram com a descarbonização, uma vez que o bem-estar animal é um dos pilares da pecuária sustentável”, frisa.
Para Mariana, um dos fatores de sucesso para o avanço da consciência quanto ao bem-estar animal foi entender que era preciso estender o conhecimento dos líderes para as pessoas que lidam diretamente com os animais, como vaqueiros, gerentes de fazendas, consultores e técnicos, que puderam ver na prática que esse conceito se reflete diretamente em um melhor manejo, mais produtivo e seguro, tanto para os animais quanto para quem lida com eles. Por isso, ela defende que a visão ESG deve chegar a todos os colaboradores das empresas, independentemente do porte e da área de atuação, tanto dentro quanto fora da porteira.
A CEO ainda aborda o cuidado da Beckhauser com sua equipe, que inclui incentivo financeiro para estudos, ergonomia, atenção à saúde e apoio psicológico, realizados por meio de convênios com universidades, além de um programa de participação nos lucros, que permite compartilhar os resultados gerados pela empresa.
Ela menciona no livro que a empresa destina 1% de seu lucro a doações para causas socioambientais, como parte do movimento global Pledge 1%, que reúne várias organizações e entidades com a finalidade de criar uma cultura de filantropia e chamar a atenção para o quanto pode ser feito com apenas 1%.
Para finalizar seu capítulo, ela destaca que a principal causa da empresa é o combate à fome. Com o bem-estar animal e o manejo racional, a Beckhauser contribui para a redução do desperdício de carne, problema que pode chegar a meio quilo por animal abatido no Brasil, devido ao mau manejo, segundo estudos do Grupo ETCO. Considerando que foram abatidas quase 30 milhões de cabeças no Brasil em 2022 (IBGE), esse desperdício chega a cerca de 15 milhões de quilos.
“Pela conexão com a nossa missão de produzir de forma consciente e ajudar a levar alimentos de qualidade e saudáveis para o mundo, e por considerarmos inaceitável que um país que produz tanto alimento como o nosso tenha índices tão tristes, o combate à fome é nossa principal causa”, finaliza.
Sobre a Beckhauser
A Beckhauser inova, industrializa e difunde tecnologia para uma pecuária sustentável, buscando oferecer ao mercado soluções que aprimorem a produtividade no manejo e a qualidade dos resultados da produção, cuidando do bem-estar animal e humano. A empresa vem, há anos, ditando tendências de inovação no segmento e oferece hoje um amplo portfólio de equipamentos de contenção tradicionais e automatizados, da fazenda ao frigorífico, além de parcerias com equipamentos de controle e pesagem eletrônica.
Mais informações: https://beckhauser.com.br/

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MFG Agropecuária investe em bem-estar nutricional para garantir maior conforto dos animais

Sabe aquele dia em que a gente exagera no carboidrato? Logo vem aquela azia, refluxo e má digestão. Hoje, milhões de bovinos confinados sofrem dos mesmos sintomas durante o confinamento, reflexo da grande quantidade de concentrado na dieta, em torno 85%. Ou seja, o capim, alimento natural destes animais, representa apenas 15%. Preocupada em atingir altos níveis de produtividade, mas sem descuidar do bem-estar animal, a MFG Agropecuária está investindo pesado no conceito de “bem-estar nutricional” nas suas oito unidades espalhadas pelos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
“Não é só ambiência, estrutura, manejo e lida apropriados que ajudam os animais a estarem em seu estado de conforto. Tudo aquilo oferecido via cocho impacta o bem-estar animal. A nossa proposta é fornecer uma dieta saudável, respeitando os critérios de ruminação adequada e adotando o conceito de protocolos naturais, sem o uso de antibióticos”, explica Adriano Umezaki, gerente técnico de Nutrição da MFG Agropecuária.
Novo conceito nutricional
Sempre que a dieta possui volumes elevados de concentrado, uma quantidade excessiva de energia é fermentada, resultando num quadro de acidose. O ácido inflama as células presentes no rúmen e no ceco (região importante do intestino delgado), responsáveis pela absorção dos nutrientes metabolizados.Conforme o problema avança, mais o gado sofre indisposição. Ainda assim, é capaz de resistir até certo nível sem reduzir o ganho de peso.
Mas, o mesmo não acontece com a qualidade de carne. A presença de inflamação inativa a enzima responsável pela deposição de marmoreio, um grande atrativo para os apreciadores de cortes bovinos. O pior também pode acontecer, pois bactérias no trato digestivo podem cair na corrente sanguínea causando outras infecções pelo corpo. “Então podemos definir o bem-estar nutricional como o uso de estratégias nutricionais que permitam o máximo desempenho no confinamento sem prejudicar a saúde dos animais”, resume Umezaki.
Soluções inovadoras
Recentemente, a unidade de Tangará da Serra (MT) conquistou o selo FairFood. Além de coroar a estrutura e o manejo racional, também não deixa de ser um reconhecimento ao bem-estar nutricional aplicado, igualmente, em todas as plantas da MFG Agropecuária. Entre outros aspectos, o programa nutricional consiste no fornecimento de suplementos naturais certificados para melhorar a digestibilidade de concentrados.
Óleos essenciais de mamona ou castanha de caju e blends de carvacrol e oleoresina de pimenta (capsaicina) ajudam a controlar o pH ruminal, prevenindo inflamações, acidose ruminal e doenças associadas; bem como blends de enzimas xilanase, B-glucanase e celulase aceleram a digestão dos alimentos consumidos. O uso de taninos e saponinas à base de extratos vegetais como promotores de crescimento permitiu a substituição total de ionóforos, uma classe de antibiótico popular entre os confinadores, e ainda ajuda o grupo a mitigar a emissão de metano entérico em cerca de 17%.
A dieta também inclui um complexo de vitaminas, silicatos, leveduras, entre outros ativos, capazes de aumentar o conforto térmico e atuar diretamente na imunidade do gado. Como resultado, diminui-se morbidade e mortalidade, índice no qual a empresa se destaca entre as grandes operações de confinamento no Brasil. Sem esquecer a oferta de gordura protegida e naturais, existentes nos grãos de soja, farelo de arroz, caroço e torta de algodão. Comparada ao milho, principal ingrediente no cocho, a gordura possui duas vezes mais energia e não acidifica no rúmen. Com medidas como essas, a MFG registra média geral de GMD de 1,660g e 2kg, para novilhos filhos de touros com Índice Frigorífico.
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Fábrica de torradores ATILLA comemora Dia Nacional do Café com curso gratuito de classificação e degustação

A formação, em parceria com o Senar e Faemg, é destinada a produtores e demais integrantes da cadeia do café
A Atilla – Fábrica de torradores – receberá entre os dias 26 e 30 de maio o curso gratuito “Classificação e Degustação”, oferecido, em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e com a Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais).
A instrutora responsável pela formação, de 40 horas, será Helga Andrade. O público-alvo é composto por produtores familiares e demais integrantes da cadeia do café.
As aulas acontecerão de segunda a sexta, das 8h às 17h, com uma hora de intervalo.
Serviço
Curso: Classificação e Degustação – gratuito
Data: 26/05 a 30/05
Horário: 8h às 17h, com uma hora de intervalo
Local: Atilla Lab – Av. Heráclito Mourão de Miranda, 1587, bairro Alípio de Melo, Belo Horizonte, MG
Telefone: (31) 9 8635-7017
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Brasil mira novos mercados para ampliar exportações de carne bovina; especialista avalia impacto das tarifas impostas pelos EUA ao setor

Líder mundial nas exportações de carne bovina, o Brasil prospecta novos mercados internacionais, como Japão e Vietnã, para consolidar sua posição e deve alcançar até 3,7 milhões de toneladas exportadas em 2025, segundo projeções. Especialista em comércio exterior avalia que as tarifas impostas pelos americanos não devem impactar de forma significativa o desempenho das exportações de carne bovina do país, que tendem a seguir em alta
Líder mundial nas exportações de carne bovina, o Brasil faturou mais de US$ 12,8 bilhões com o produto no ano passado e registrou um total de 2,8 milhões de toneladas exportadas – o melhor desempenho da história, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Neste ano, as empresas brasileiras já exportaram 423.833 toneladas de carne bovina e faturaram mais de US$ 2 bilhões. Para manter essa posição, o país prospecta novos mercados estratégicos, como Japão e Vietnã, com os quais firmou acordos comerciais recentemente. A movimentação ocorre em meio a imposição de tarifas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, Rogério Marin, avalia que a medida não deve gerar impactos relevantes nas exportações, já que a forte demanda interna nos EUA mantém o país como um dos principais compradores da proteína nacional.
“A tarifa de 10% imposta pelo governo de Donald Trump para os produtos brasileiros reflete uma escalada nas medidas protecionistas, ainda que tenha pouco potencial de afetar o cenário de importação de carnes bovinas dos Estados Unidos, que importam principalmente para suprir a demanda interna e nichos específicos, como carne magra para hambúrgueres. Anteriormente, em 2022, o Brasil enfrentou tarifas fora de cota devido à alta demanda americana, mas conseguiu manter a competitividade. No ano passado, os EUA importaram 229 mil toneladas de carne bovina brasileira, um aumento significativo em relação a 2023. Essa nova medida pode elevar os custos para os importadores norte-americanos, embora a demanda por carne continue elevada e atenue esse cenário. O Brasil também segue competitivo em preço e volume, o que deve sustentar a tendência de crescimento das exportações de carne”, avalia Rogério Marin.
Segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve exportar 3,6 milhões de toneladas de carne bovina em 2025. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta até 3,7 milhões de toneladas. Fatores como a desvalorização do real, a retração de concorrentes como Austrália e Nova Zelândia e o avanço em acordos comerciais sustentam esse otimismo. Atualmente, o Brasil exporta para mais de 150 países e a China permanece como o principal destino da carne brasileira, seguida por Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Chile e Hong Kong, que juntos respondem por grande parte da receita do setor, estimada em mais de US$ 8 bilhões.
Novos mercados
No último mês, o Brasil passou a mirar novos mercados asiáticos para venda de carne bovina. O Japão, reconhecido por suas exigências sanitárias e por ser um dos maiores importadores mundiais da proteína, representa uma oportunidade de alto valor agregado e de rentabilidade para as empresas brasileiras por sua demanda por produtos premium. Já o Vietnã, com uma classe média em expansão, desponta como mercado promissor para cortes de maior qualidade. “Atualmente, a China é o maior importador de carne bovina brasileira. Os acordos com Japão e Vietnã ajudam a reduzir essa dependência, oferecendo maior estabilidade às exportações ao mitigar riscos de restrições ou flutuações em um único mercado. A entrada nesses países, no entanto, exige avanços em rastreabilidade, certificações e qualidade, mas o potencial de retorno é elevado”, avalia Rogério Marin.