Destaque
Os desafios do presente e futuro do empreendedor no Brasil
 
																								
												
												
											*Por Pompeo Scola
Na recente história da humanidade, a pandemia foi um divisor de águas e o mundo passou a ter uma nova realidade em todos âmbitos da sociedade após março de 2020. No mercado corporativo não foi diferente, enquanto algumas empresas tiveram que encerrar suas atividades, outras emergiram com muita força para suprir necessidades que até pouco tempo nem se imaginava. No aspecto social, o isolamento fortaleceu as relações familiares, o que levou diversas pessoas a darem novos rumos às suas carreiras priorizando os momentos mais próximos com os entes queridos.
Esse novo cenário mudou (e está mudando) o perfil e o comportamento dos novos empreendedores no Brasil, e o mercado também teve que se adaptar. No nosso caso, por exemplo, não foi diferente. Até então a Cyklo Agritech, uma aceleradora de startups que é 100% dedicada ao agronegócio, tinha uma única estrutura em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste Baiano, na qual os empreendedores faziam uma imersão de nove meses para validação de seus projetos. Porém, pós pandemia, em meados de 2022 identificamos que fazer a aceleração a distância estava desestimulando os empreendedores a se inscreverem em nossos editais.
A partir dessa constatação foi necessário repensar este modelo. Mas de que forma seria possível acessibilizar essa mentoria sem que o processo fosse comprometido e que os empreendedores não precisassem ficar um longo período longe de seus familiares? A saída foi mudar a estratégia colocando as estruturas físicas de aceleração mais perto dos profissionais. Desta maneira foi criada uma unidade em Santa Catarina e outra em São Paulo. A ideia de estar em Joinville foi para atingir todo Oeste Catarinense, região onde há muitos interessados e no interior paulista visando justamente todas as cidades com vocação agrícola.
A partir de então, uma parte do problema foi solucionada, pois os empreendedores passaram a ter um ambiente mais confortável para a aceleração. Entretanto, por outro lado, o processo ficava mais longo e somado a isso, o mercado passou a ser mais seletivo, competitivo e globalizado, ou seja, hoje, para uma startup vingar e dar certo é preciso, ir além de uma boa ideia. Mais do que nunca é fundamental que o empreendedor tenha um projeto de pesquisa bem fundamentado, que ele tenha estudado aquele assunto por mais de três anos, verticalizado a sua pesquisa. Além disso, é imprescindível entender como o seu projeto funciona ou pode funcionar no Brasil e no exterior, e claro, ter pessoas dedicadas neste mesmo objetivo.
Ciente desses pontos, as chances de sucesso são maiores, mas sempre é preciso ter os pés no chão sem se deixar levar pela empolgação, afinal, uma boa ideia não é garantia de lucros. E claro, por último e não menos importante, que o empreendedor esteja totalmente focado no negócio, respirando aquilo 24horas por dia 365 dias no ano.
Desafios atuais
O desafio hoje para as aceleradoras e para o mercado de inovação é encontrar pessoas dispostas e motivadas a estudar full time o novo. Por conta dessa mudança de comportamento social já citadas, ter esse foco exclusivo está cada vez mais difícil e isso explica o motivo de ser cada vez mais difícil surgirem novos unicórnios no mercado, ou seja, aquelas startups que atingem uma valorização de mercado de US$ 1 bilhão sem ter presença na bolsa.
Além disso, o Brasil tem problemas estruturais que esbarram na cultura, na sociedade e principalmente na área financeira, um gargalo, na maioria dos estados, que ampliam o grau de dificuldade para desenvolver a inovação. Como uma pessoa que trabalha mais de 40 horas semanais para poder pagar as contas terá tempo para se dedicar a um projeto inovador? Não há tempo para algo novo. Sem este equilíbrio social e sem um bom nível cultural é difícil encontrar pessoas que possam se desprender do dia a dia para tentar empreender.
Importância da aceleradora
Nessa jornada de inovação o papel da aceleradora é fundamental, afinal sua missão é olhar para todo o ecossistema do mundo das startups, indo além do negócio em si. Ou seja, contornando os fatores sociais e tecnológicos impeditivos contribuindo com este desenvolvimento. Desde sua fundação, por exemplo, a Cyklo se esforça para estar mais próxima das startups com o objetivo de fazê-las darem certo. Atualmente monitora cerca de 1.500 delas. Essa estratégia de estar em contato com esses profissionais é com objetivo de tentar manter viva essas iniciativas que ainda estão em projetos de faculdade e ou incubadora para no momento certo levá-las à etapa seguinte de aceleração.
Também costumamos publicar teses sobre assuntos que podem ser importantes com o objetivo de estimular os empreendedores no agro. Dessa forma invertemos o processo. Em vez de ser uma iniciativa de inovação aberta, passa a ser inovação dirigida. Para concluir, é muito importante destacar o nosso papel de aceleradora no agro na busca pela inovação. O Brasil é um país tão grande e heterogêneo que o desenvolvimento da inovação também ocorre de forma. O que quero dizer é que nas grandes capitais a tendência é que tenhamos mais soluções e oportunidades para empreendedores do setor secundário e terciário. Para desenvolver um projeto para o agronegócio, o empreendedor precisa estar no campo onde terá a chance de testar e validar suas ideias. E cabe a nós fazer essa aceleração e a conexão com os produtores.
- *Pompeo Scola é CEO da Cyklo Agritech e consultor e especialista no desenvolvimento de startups.
 
																	
																															Destaque
Maior competição de torra do mundo entra na fase final
 
														A decisão acontecerá entre os dias 5 e 7 de novembro, na Semana Internacional do Café – SIC, no Expominas, em Belo Horizonte
A decisão da Torrefação do Ano Brasil 2025 – a maior competição de torra do mundo – será realizada entre os dias 5 e 7 de novembro, na Semana Internacional do Café 2025 – SIC, no Expominas, na capital mineira, no Espaço Torra Experience. O evento, organizado pela Atilla Torradores, tem como objetivo elevar cada vez mais o nível de qualidade das torrefações envolvidas através de atividades que estimulem a criatividade, a consistência, a análise sensorial e outras habilidades importantes para a área. Além disso, o campeonato gera conhecimento ao público com a criação de conteúdo, dados e a interação de forma positiva pela troca de experiências entre as empresas participantes.
Treinos, torras, avaliações e divulgação do vencedor
Na quarta-feira,05/11, acontecerão os treinos das 12h às 18h50, na quinta-feira, 06/11, serão as torras, também das 12h às 18h50. Já na sexta-feira, 07/11, os juízes farão as avaliações das 9h às 12h e, às 15h, ocorrerá a premiação do campeão do Torrefação do Ano Brasil 2025, no Grande Auditório.
“Chegamos à etapa final com depoimentos positivos de cada participante e isso é um dos nossos objetivos. Todas as torrefações tiveram feedback dos juízes, que, ao avaliarem as amostras recebidas, fizeram o papel do consumidor final. Sendo assim, a cadeia cresce em qualidade. A hora do espetáculo está chegando, os finalistas entregarão, ao vivo, suas melhores torras. Serão três dias de muita troca entre as empresas e o público poderá assistir, aprender como as torras acontecem e, ainda, provar os cafés da fazenda Santa Cruz: os arábicas e Asa Branca e Mundo novo que são variedades dos arábicas. Que seja mais uma grande decisão”, afirma Séfora de Paula, Diretora de Marketing da Atilla Torradores.
Atrações no estande
No estande da Atilla Torradores terão torras de cafés especiais com distribuição de amostras, provas de café produzidos nas matas de Minas e a exposição de uma obra de arte, uma locomotiva, do artista plástico Robson Emerick, em homenagem à Ferrovia Leopoldina. O café e os trens compartilham de um mesmo enredo na história brasileira. O café exigiu caminhos mais rápidos e pediu estradas mais largas. A Estrada de Ferro Leopoldina começou a ser construída em 1874. No início do Século XX, consolidou-se como uma das maiores malhas ferroviárias do Brasil, chegando a mais de 3.200 km de trilhos, sendo quase toda dedicada ao transporte de café.
No estande da final, o público acompanhará as torras através de TVs e poderá provar os cafés da final do campeonato (produzidos no Sul de Minas).
Campeonato começou com 131 corporações
A competição iniciou com 131 instituições. Agora, são 20 que seguem na disputa: Nelly Cafés Especiais, O Cafeeiro, Affinis, Expocaccer, Dulcerrado, Caffè do Borella, Do Coado ao Espresso, Volante Café, Caffè Tonani, Apé Café, Lincoln Café Especial, William and Sons Coffee Co, Saga Coffee, Arabic Coffee, São Caetano Coffee House, Lab Cup, Guanabara Café, Café Gourmet cgp, Veraz Cafés e Paiol Avenida.
Os cafés especiais dessa edição foram feitos pela Fazenda Santa Cruz, em Paraguaçu (MG), pela produtora Josiani Moraes. Na fase anterior, as instituições, de 18 estados, receberam 1,5kg de dois cafés crus distintos e realizaram a torra nas próprias corporações. Em seguida, as amostras torradas foram enviadas à Atilla Torradores e um corpo de juízes avaliou todas pelo método de cupping ou prova de xícara (processo de avaliação sensorial).
Torrefação do Ano Brasil – 2025, a maior competição de torra do mundo
Programação:
Quarta-feira (05/11): Treinos das 12h às 18h50
Quinta-feira (06/11): Torras das 12h às 18h50
Sexta-feira (07/11): Avaliação dos juízes das 9h às 12h e às 15h premiação do campeão
Local: Semana Internacional do Café 2025 – SIC, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), no Espaço Torra Experience
Destaque
Cartilha inédita conecta produção rural e conservação da Mata Atlântica
 
														Publicação apresenta 110 espécies nativas e orienta produtores rurais a integrar conservação da Mata Atlântica e práticas produtivas sustentáveis
A Associação Ambientalista Copaíba, em parceria com o WWF-Brasil e a Sylvamo, lançou a cartilha “Árvores nativas da Mata Atlântica: sustentabilidade e utilização na propriedade rural”. O material reúne informações sobre 110 espécies nativas e foi desenvolvido como uma ferramenta prática para apoiar agricultores e comunidades na adoção de práticas que unem produtividade e conservação ambiental.
O guia destaca as características ecológicas e o potencial de uso das espécies em diferentes contextos, como a recuperação de áreas degradadas e a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs). A proposta é oferecer subsídios para que produtores rurais escolham as árvores mais adequadas ao enriquecimento de suas áreas, promovendo benefícios ambientais, produtivos e sociais.
A iniciativa integra o Programa Raízes do Mogi Guaçu, fruto da cooperação entre WWF-Brasil e Sylvamo, com implementação da Copaíba. Criado para impulsionar a restauração da Mata Atlântica e a preservação de mananciais na bacia do rio Mogi Guaçu, o programa já restaurou, até abril de 2025, mais de 340 hectares de florestas nativas na Serra da Mantiqueira.
Com 26 anos de atuação, a Copaíba é responsável pela produção de mudas nativas, pelo planejamento e execução dos plantios e pelo engajamento de proprietários rurais e comunidades locais. Para a organização, a nova cartilha amplia o alcance dessas ações, oferecendo conhecimento acessível e aplicável para quem deseja cultivar e restaurar a biodiversidade da Mata Atlântica.
“A cartilha representa um passo importante para aproximar o produtor rural das soluções baseadas na natureza. Ao facilitar o acesso a informações sobre espécies nativas e seus usos, reforçamos que é possível produzir de forma sustentável e, ao mesmo tempo, recuperar a biodiversidade e os mananciais da Mata Atlântica”, destaca Flávia Balderi, secretária Executiva da Associação Ambientalista Copaíba.
O material será disponibilizado gratuitamente através do site: https://copaiba.org.br/arvores-nativas-da-mata-atlantica/.
Benefícios das árvores nativas
As árvores nativas da Mata Atlântica desempenham um papel fundamental na manutenção do equilíbrio ambiental, trazendo benefícios ecológicos, sociais e econômicos. Sua essencialidade está ligada à conservação da biodiversidade, ao fornecer abrigo e alimento para inúmeras espécies de fauna e flora, muitas das quais são endêmicas e ameaçadas de extinção.
Segundo Flávia Balderi, entre os principais benefícios oferecidos pelas plantas estão a melhoria do solo, por meio da fixação de nitrogênio, aumento da matéria orgânica e estabilização contra processos erosivos; a produção sustentável, com o aproveitamento de frutos, madeiras de manejo, óleos essenciais e resinas que geram renda a agricultores e comunidades; e a proteção ambiental, já que essas árvores regulam o ciclo da água, ajudam na manutenção das nascentes e rios, além de proporcionar sombra, reduzir a temperatura e melhorar a qualidade do ar em áreas urbanas.
“Investir na restauração e no plantio de árvores nativas é essencial para garantir um futuro sustentável, promovendo a recuperação dos ecossistemas e a valorização dos serviços ambientais que essas espécies oferecem”, conclui.
Destaque
Safra recorde de grãos impulsiona demanda por automação industrial
 
														Produção prevista pela Conab para 2025/26 reforça importância de soluções automatizadas na etapa pós-colheita, avalia especialista da Selgron
O Brasil deve alcançar uma colheita recorde de 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26, segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado em outubro. O volume é 0,8% superior ao ciclo anterior, impulsionado pelo crescimento de 3,3% na área plantada e pelo bom desempenho de culturas como soja e milho. O resultado consolida o país como um dos maiores produtores e exportadores de grãos do mundo — e traz consigo um desafio proporcional: garantir eficiência, segurança e qualidade em todo o processo produtivo.
Para acompanhar esse avanço, cresce também a demanda por automação nas etapas finais da produção, como seleção, classificação e embalagem. É o que observa Rodrigo Bortolini, Diretor Presidente da Selgron, empresa catarinense especializada em soluções de automação industrial para diferentes segmentos, inclusive o agronegócio.
“O aumento da produtividade no campo naturalmente pressiona as indústrias de beneficiamento e empacotamento a operarem de forma mais ágil e precisa. Hoje, a automação é um fator essencial para manter a competitividade e reduzir perdas em um cenário de grande volume de produção”, afirma Bortolini.
A Selgron desenvolve tecnologias que otimizam o processamento e o controle de qualidade de grãos, como selecionadoras ópticas, que identificam impurezas ou grãos fora do padrão; detectores de metais, que garantem a segurança alimentar; classificadoras, empacotadoras, agrupadoras e sistemas robotizados de paletização, que tornam o fluxo produtivo mais eficiente e rastreável.
“Quando falamos de uma safra recorde, falamos também de uma necessidade recorde de eficiência. O setor agrícola brasileiro vem investindo fortemente em automação, não apenas para aumentar a capacidade de processamento, mas para agregar valor ao produto final, especialmente no caso das exportações”, destaca o diretor presidente da empresa.
De acordo com Bortolini, a adoção de sistemas automatizados traz ganhos expressivos em padronização, segurança e rastreabilidade, além de reduzir o desperdício de matéria-prima e o custo operacional. “É um movimento sem volta. A indústria que acompanha o ritmo do campo precisa investir em tecnologia para manter a qualidade e a sustentabilidade do processo”, conclui.

 
			 
											 
											 
											 
											 
											