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O papel estratégico de assuntos regulatórios no agro

Divulgação Agroallianz

*Por Gabriela Uliana

No setor agrícola, um dos mais importantes e regulados no Brasil, a atuação da área de assuntos regulatórios tem se mostrado cada vez mais estratégica, principalmente quando se trata de garantir a segurança e a eficiência na utilização de novos produtos e tecnologias. A interface entre os departamentos das empresas e os órgãos públicos, especialmente na elaboração e revisão de bulas e rótulos, é fundamental para assegurar que as recomendações de uso dos insumos agrícolas cheguem corretamente ao produtor. Isso inclui não apenas a segurança no uso, mas também a conformidade com os padrões exigidos, tanto aqui, quanto nos mercados internacionais.

Recentemente, uma nova legislação entrou em vigor, a Lei nº 14.785, publicada em 27 de dezembro de 2023, trazendo novos critérios e procedimentos para o registro de produtos no Brasil. Esta atualização se apresenta como um marco legal essencial, modernizando aspectos da legislação de 1989 que já não contemplava as inovações tecnológicas e os avanços na área. A mudança visa melhorar o processo de análise e registro de produtos, o que contribui para a introdução de novas tecnologias no campo, garantindo que o País continue competitivo frente a outros países produtores.

Entre as inovações trazidas pela nova Lei, destaca-se a avaliação do risco bem como sua comunicação e gestão, em linha com os critérios de análise internacionais trazendo cada vez mais segurança ao uso de agrotóxicos. Além disso, a autorização do uso do GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos) em rótulos e bulas.

Contudo, apesar da importância e do avanço proporcionado pela Lei nº 14.785, o processo de análise e aprovação de registros ainda enfrenta desafios significativos. A morosidade na avaliação e aprovação dos pleitos continua sendo um obstáculo à entrada de novas tecnologias no mercado. Embora a nova lei seja um avanço, ela ainda depende de regulamentações complementares por meio de um novo Decreto, que trará maior clareza sobre pontos que não foram detalhados na legislação. A expectativa é que o Decreto, aliado ao cumprimento dos prazos estabelecidos pela Lei, permita ao agricultor brasileiro acessar as mais novas soluções tecnológicas de forma mais ágil, mantendo o Brasil na vanguarda da inovação agrícola.

Relevância para o agro

Os assuntos regulatórios no setor agrícola vão além da simples conformidade com as normas. Eles estão diretamente ligados à estratégia das empresas, que buscam desenvolver produtos mais seguros e eficientes, com o objetivo de atender rapidamente as necessidades do produtor. A conformidade regulatória, portanto, não é apenas uma questão de seguir regras, mas de criar soluções que sejam ao mesmo tempo inovadoras, eficazes e sustentáveis.

Atualmente as novas tecnologias otimizam o uso de recursos naturais, promovendo maior eficiência nas operações agrícolas como por exemplo com a utilização de drones e a aplicação de produtos com menores volumes de água. Essas tecnologias, que já fazem parte do cotidiano de muitos produtores, exigem regulamentações precisas e seguras para garantir sua eficácia e segurança. Nesse contexto, os profissionais da área de assuntos regulatórios desempenham papel essencial, não apenas no registro de novas soluções, mas também na conscientização e orientação sobre o uso adequado dessas tecnologias.

Essa conexão entre a regulamentação e a inovação é fundamental para a preservação e desenvolvimento de tecnologias que possam ser mantidas no mercado por mais tempo. A interface entre as áreas de pesquisa e desenvolvimento e os órgãos reguladores é crucial para que o processo de introdução de novos produtos e tecnologias seja o mais rápido e eficaz possível, atendendo às exigências técnicas, ambientais e de segurança do setor.

No Brasil, o setor agropecuário representa uma parte significativa do PIB, sendo um dos pilares da economia nacional. No entanto, é também um dos setores mais desafiados pelas regulamentações, que muitas vezes precisam ser adaptadas para acompanhar as constantes inovações tecnológicas. Nesse cenário, empresas como a Agroallianz se destacam ao integrar pesquisa, desenvolvimento e regulamentação, criando soluções inovadoras para o produtor. Em seus sete anos de atuação, a empresa tem se mostrado uma parceira estratégica, trabalhando com laboratórios e institutos de pesquisa para oferecer ao agricultor soluções que atendem às suas necessidades.

Um exemplo claro dessa inovação aconteceu em 2022, quando três formulações da empresa foram priorizadas pelo Ministério da Agricultura, colocando a Agroallianz como a segunda empresa com o maior número de produtos priorizados. Esta priorização é um reflexo de um processo transparente e objetivo, que visa agilizar a aprovação de produtos que atendem aos problemas fitossanitários mais urgentes enfrentados pelos agricultores brasileiros.

Essa colaboração entre a pesquisa, indústria e as autoridades regulatórias demonstra que, apesar dos desafios, a busca por soluções rápidas e eficientes para o agro brasileiro está mais viva do que nunca. E, com a regulamentação da nova Lei nº 14.785 e o avanço nas tecnologias, espera-se que o Brasil continue a consolidar sua posição de liderança no mercado agrícola global.

*Gabriela Uliana é Médica Veterinária, mestre em toxicologia voltada para o agronegócio, membro do Conselho Diretivo da AENDA e gerente Brasil de assuntos regulatórios da Agroallianz.

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Brasil alcança 3º lugar mundial em produtividade de amendoim com 3,8 toneladas por hectare

Brasil alcança 3º lugar mundial em produtividade de amendoim com 3,8 toneladas por hectare (Foto: Indústrias Colombo)

Mapeamento inédito da ABEX-BR revela que tecnologia de precisão e rotação de culturas impulsionaram crescimento de 300% na produção em uma década

Com o lançamento do livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro”, a Associação Brasileira do Amendoim (ABEX-BR) reforça os dados que posicionam o Brasil entre as maiores potências mundiais do agronegócio: o país é o 3º mais eficiente do mundo em produtividade média de amendoim, atingindo 3,8 toneladas por hectare.

O mapeamento, que revela um faturamento total de R$ 18,6 bilhões na cadeia produtiva, demonstra que o crescimento não é apenas em volume, mas em excelência técnica. A produção brasileira mais que triplicou entre as safras 2014/2015 e 2024/2025, avanço diretamente ligado à adoção de tecnologia no campo.

“A alta produtividade, que nos coloca lado a lado com países como China e Estados Unidos, é um atestado da qualidade da nossa pesquisa e da capacidade do produtor brasileiro de aplicar inovações. Temos mais de 64% dos produtores utilizando agricultura de precisão, o que garante melhor aproveitamento do solo e maior rentabilidade. Este é o futuro sustentável do agronegócio”, explica Cristiano Fantin, presidente da ABEX-BR.

O estudo da ABEX-BR mostra que a eficiência se estende à gestão da cultura. O amendoim, enquanto leguminosa, é peça-chave na rotação de culturas, pois realiza a fixação biológica de nitrogênio no solo. Essa característica melhora a saúde da terra para plantios subsequentes, reduzindo a necessidade de fertilizantes e os custos para o produtor.

Além disso, o livro detalha o modelo de “desperdício zero” da cadeia:
• Exportação e Qualidade: O rigor no controle de qualidade (incluindo o manejo de aflatoxinas) permitiu que o Brasil se tornasse o 2º maior exportador mundial de óleo de amendoim e o 4º em amendoim em grão, atendendo mercados globais exigentes.

• Aproveitamento Integral: Subprodutos do processamento, como farelo e torta, são ricos em proteína e essenciais para a nutrição animal. Já a casca, que representa 20% a 25% do peso colhido, é convertida em pellets para biomassa e geração de energia.

Expansão e Diversificação Regional
Outro ponto de destaque é a diversificação geográfica da produção. O mapeamento revela crescimento de mais de 200% da área plantada em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

“O amendoim está se consolidando como cultura de segunda safra altamente rentável em novas fronteiras agrícolas. Essa expansão não só dilui os riscos climáticos e geográficos, mas também reafirma a versatilidade do amendoim no planejamento agrícola do país. Com os dados deste livro, temos a inteligência necessária para planejar a infraestrutura e o financiamento que essa nova geografia de produção exige”, conclui Cristiano Fantin.

O “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro” foi financiado pelo Núcleo de Promoção e Pesquisa (NPP) da ABEX-BR e já está disponível para consulta.

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Selgron leva tecnologia de ponta em seleção de grãos para road show no Centro-Oeste

Créditos: Selgron

Demonstrações itinerantes aproximam clientes e demais interessados das soluções que aumentam a produtividade e a qualidade de indústrias ligadas ao agronegócio

A Selgron, empresa catarinense especializada em automação para os setores agrícola e alimentício, está realizando um road show em Goiás e no Distrito Federal, apresentando suas tecnologias diretamente a produtores e empresas de grãos. Entre 1 e 5 de dezembro, Goiânia, Goianira, Rio Verde, Jataí e Brasília recebem as demonstrações itinerantes.

O destaque da iniciativa são as selecionadoras ópticas da marca, equipamentos que utilizam tecnologia avançada, dentre elas inteligência artificial, para garantir precisão e eficiência na classificação de grãos como feijão, soja, arroz e milho. Segundo Diogo Augusto Hank, coordenador de vendas da Selgron, a proposta é aproximar a tecnologia da realidade dos produtores.

“Levar nossas soluções para testes em campo permite que os clientes vejam na prática como elas podem reduzir perdas e aumentar a padronização da produção, identificando qual a melhor solução se aplica às suas necessidades”, explica Hank.

Com duas selecionadoras em operação, o road show tem atraído a atenção de agricultores e empresas da cadeia produtiva, oferecendo uma oportunidade de conhecer recursos que impactam diretamente a qualidade dos grãos e a competitividade do agronegócio na região.

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Myriota lança HyperPulse™, a primeira rede comercial 5G Satelital (Não Terrestre) do mundo, projetada para IoT

Imagem: Freepik

Amplamente disponível no Brasil a partir de 15 de dezembro, o serviço proporciona novas oportunidades para indústrias críticas como agricultura, energia e serviços públicos, óleo e gás, logística e monitoramento ambiental

A Myriota, líder global em conectividade IoT habilitada por satélite, anuncia hoje a disponibilidade geral da HyperPulse, uma plataforma de conectividade global e altamente escalável que simplifica para parceiros da indústria a criação, implantação e expansão de soluções IoT em qualquer lugar do planeta. A rede estará disponível a partir de 15 de dezembro no Brasil, Estados Unidos, México, Austrália e Arábia Saudita. Disponível desde o início do ano para early adopters, a solução já atende clientes de diversos segmentos, com ampla aplicação em monitoramento ambiental, monitoramento de óleo e gás, rastreamento de ativos e rastreamento de animais.

A HyperPulse é projetada e operada pela Myriota, combinando a arquitetura 5G NTN da empresa com capacidade em banda L alugada da Viasat. A camada exclusiva de otimização da rede permite ajustar dinamicamente o desempenho da conectividade, como latência e volume de dados, em resposta à demanda do cliente ou a condições ambientais. O resultado é uma plataforma global e altamente escalável que torna simples para parceiros de indústria criar, implantar e expandir soluções IoT em qualquer lugar do mundo.

No Brasil, a HyperPulse deve desempenhar um papel transformador em indústrias que exigem conectividade contínua e confiável em áreas remotas e de difícil acesso. A solução viabiliza casos de uso como monitoramento e automação para grandes operações agrícolas; manutenção preditiva e preventiva para infraestrutura de transmissão de energia e sites de energia renovável; monitoramento remoto para produção de óleo e gás e oleodutos; rastreamento logístico e transporte multimodal; e coleta avançada de dados ambientais, incluindo recursos hídricos, estações meteorológicas e iniciativas de sustentabilidade. Essas capacidades são críticas para um país de vasta extensão territorial, cadeias de suprimentos complexas e forte dependência de operações de campo remotas.

Com a expansão planejada da cobertura NTN para outros países da América Latina, incluindo Argentina, além da Europa e Sudeste Asiático no início de 2026, a Myriota está pronta para redefinir a acessibilidade e o alcance da conectividade IoT globalmente.

Complementando o serviço UltraLite da Myriota, focado em máxima eficiência energética, segurança e eficiência espectral, o HyperPulse oferece menor latência e maiores franquias diárias de dados. Esses recursos possibilitam aplicações onde relatórios mais detalhados e sensoriamento enriquecido são vantajosos, incluindo rastreamento e monitoramento de equipamentos pesados, contêineres, vagões ferroviários e carretas; medição inteligente para utilities; sensoriamento ambiental para estações meteorológicas, qualidade do solo, ar e água; e manejo animal, incluindo cercamento virtual, otimização de alimentação e monitoramento remoto.

Construída com base nos padrões 3GPP 5G NTN e utilizando a infraestrutura de satélites comprovada da Viasat, a HyperPulse oferece interoperabilidade contínua com um número crescente de chipsets e dispositivos NTN-capazes, fornecendo um caminho alinhado a padrões para implantação de longo prazo e escalabilidade global. A empresa já certificou o módulo nRF9151 da Nordic em diversos casos de uso, cenários e ambientes, com certificações adicionais de outros fornecedores em andamento.

Reconhecendo que soluções IoT modernas exigem mais do que apenas uma conexão de rede, a Myriota também está lançando um conjunto de produtos de habilitação para apoiar seu ecossistema de parceiros na integração e desenvolvimento de soluções para a rede HyperPulse. Junto com o serviço, chega o primeiro desses recursos, o HyperPulse Developer Kit, que suporta prototipagem rápida e validação de prova de conceito, e foi projetado para uso em campo, com invólucro à prova de intempéries, operação por bateria e múltiplas opções de sensores e interfaces.

“Com a HyperPulse, estamos tornando a conectividade 5G não terrestre uma realidade prática para IoT em escala”, afirma Oscar Delgado, Diretor de Vendas para a América Latina na Myriota. “Ao oferecer maior volume de dados, menor latência e cobertura baseada em padrões, a HyperPulse dá às organizações a capacidade de rastrear e monitorar ativos, obter insights e tomar decisões, mesmo nos ambientes mais remotos e desafiadores. Com um roadmap de novos recursos chegando no próximo ano, este é um passo empolgante para a conectividade IoT em todo o mundo.”

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