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Novas variedades de hortaliças são testadas em Estação Experimental de Ituporanga (SC)
Avaliações buscam desenvolver cultivares adaptadas às necessidades da região, que é polo de produção de cebola
Durante o mês de janeiro, a Agristar do Brasil, uma das maiores empresas do país no desenvolvimento, produção e comercialização de sementes de hortaliças e frutas, realiza, em sua Estação Experimental de Ituporanga (SC), triagens de novas variedades que se adequem à produção da região Sul. A cidade, localizada no Alto Vale do Itajaí, é reconhecida como a “Capital Nacional da Cebola” e contribui para a liderança do estado, que responde por aproximadamente 33% do total nacional, tendo produzido, na safra 2021/22, 495.995 toneladas da hortaliça.
A ação contou com a participação de parceiros comerciais e produtores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, além dos especialistas da empresa: Samuel Sant’Anna (bulbos e raízes), Silvio Nakagawa (brássicas e folhosas), Thiago Teodoro (tomate e pimentão), Roberto Araújo (cinturão verde), Rafael Zamboni (cucurbitáceas), José Humberto Júnior (indústria) e José Bezerra (melão e melancia sem sementes).
“A Agristar recebe diversas variedades de todos os grupos de culturas, e cada especialista as testa nas estações, selecionando as que tenham melhor performance para seguir sendo avaliadas em regiões externas, em áreas maiores, junto a produtores parceiros. Após essa fase, caso apresentem desempenho favorável, o produto se tornará comercial e pronto para ser lançado oficialmente”, destacou o gerente de Marketing, Marcos Vieira.
Segundo ele, os critérios são determinados por características esperadas pelo mercado, como variedades que preencham lacunas de produção ao longo do ano, resistência a alguma doença ou ainda adaptação a localidades que apresentem uma condição climática específica. “Apesar de estarmos na fase de testes, já temos destaques, como as variedades de cebolas híbridas, cenouras e beterrabas adaptadas ao clima, porta-enxertos de tomate por vigor, tomates salada e saladete indeterminados e pepinos voltados para a indústria”, enfatizou Vieira.
Ele contou ainda que, em Ituporanga, a grande demanda é por cebolas, por isso, a Agristar está desenvolvendo diversas variedades que atendam às necessidades de produtividade, como as cebolas híbridas, principalmente as que tenham casca mais escura, resistência ao míldio e, em alguns casos, adaptação à mecanização, que vem se apresentando como solução para a dificuldade de mão de obra.
“Em geral, temos percebido a demanda por produtos de alta performance em um mercado cada vez mais competitivo e tecnológico. Além de levar genética que ofereça produtividade e qualidade final dos produtos ao produtor, temos que ajudar a repassar o manejo mais técnico, com informações de nutrição e condução que ofereçam as melhores condições para rentabilizar suas roças. Nos preocupamos, também, em desenvolver variedades sustentáveis (resistentes a doenças), que ajudam a reduzir o uso de defensivos, e (resistentes a variações climáticas), que favorecem o uso racional de água e de outros recursos naturais”, concluiu Marcos Vieira.
Para o coordenador da Estação Experimental de Ituporanga, Rubens Deuttner, as triagens são uma etapa fundamental no desenvolvimento de novas variedades. “Nesse campo estão concentradas as principais triagens das culturas trabalhadas no Sul do Brasil. É o momento de fazer escolhas assertivas para os produtos que serão priorizados em 2025. Foi muito especial compartilhar informações detalhadas sobre cada produto com os visitantes. Além disso, todos os distribuidores e parceiros convidados ficaram muito satisfeitos com a qualidade do campo e dos materiais apresentados”, afirmou.
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COP30: podcast destaca ações para agenda global
Business Rock apresenta entrevistas que reúnem assuntos como reciclagem urbana, governança integrada e jornalismo ambiental enquanto pilares estratégicos para transformar o país em protagonista da agenda ambiental global na COP30
A poucos meses da COP30, marcada para ocorrer em Belém do Pará entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, o podcast Business Rock, programa apresentado por Sandro Ari, o Sandrão, realizou entrevistas com três especialistas que atuam diretamente na construção de soluções sustentáveis, destacando ações cujo objetivo é posicionar o país como protagonita na agenda ambiental global.
A urgência de uma nova economia: a revolução da reciclagem urbana
Marcelo Doria, fundador e COO da Carrot, trouxe ao programa uma perspectiva sobre como as cidades podem se tornar motores de transformação climática. “Com o aumento dos níveis de circularidade, geramos benefícios econômicos para as empresas, impacto ambiental positivo e, principalmente, justiça social, com remuneração digna para quem atua na base da cadeia”, destacou Doria, explicando como a reciclagem urbana pode reduzir significativamente as emissões de carbono e gerar renda para comunidades vulneráveis, criando um modelo econômico sustentável.
Governança climática: o desafio da integração federativa
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul e especialista em políticas públicas ambientais, fez um alerta sobre os gargalos institucionais que impedem o Brasil de acelerar sua transição climática durante entrevista para o Business Rock: “O Brasil precisa de maior incentivo financeiro para implementar o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, e de integração entre os entes federativos no combate ao desmatamento e às mudanças climáticas. Sem essa união, as políticas públicas se fragilizam”, enfatizou Rigotto.
Rigotto aponta que a fragmentação entre União, Estados e Municípios representa um dos principais entraves à consolidação da liderança ambiental brasileira. Segundo ele, a ausência de articulação entre os entes federativos compromete a efetividade das políticas climáticas. O ex-governador defende que o país chegue à COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém do Pará, com uma estrutura de governança climática integrada.
Comunicação como instrumento de transformação: dando voz aos territórios invisibilizados
Giuliana Purchio, jornalista e pesquisadora, apresentou uma dimensão frequentemente negligenciada na agenda climática em sua fala durante o podcast: o poder da comunicação para conectar territórios ameaçados com o debate global. Seu projeto “A Voz do Pantanal” nasceu de uma necessidade urgente após os incêndios devastadores de 2020 que destruíram 27% do bioma, segundo matéria da WWF-Brasil, reiterando que as queimadas ocorridas foram responsáveis pela morte de cerca de 17 milhões de vertebrados, sendo consideradas as maiores já registradas na região. “A missão é levar a voz dos pantaneiros para fora da região, para o Brasil e para o mundo”, afirmou Giuliana.
A jornalista ressalta que a comunicação pode atuar como instrumento de mobilização ao conectar comunidades locais, organizações da sociedade civil e formuladores de políticas públicas. Segundo a profissional, o jornalismo ambiental contribui para ampliar a visibilidade de grupos que enfrentam dificuldades para participar do debate climático em escala nacional e internacional.
Podcast Business Rock
As entrevistas realizadas pelo podcast Business Rock com Marcelo Doria, Germano Rigotto e Giuliana Purchio apresentam abordagens distintas sobre temas relacionados à agenda climática brasileira. Doria trata da economia circular urbana, Rigotto aborda a necessidade de articulação entre os entes federativos e Purchio discute o papel da comunicação ambiental. Os três apontamentos indicam que, para a participação brasileira na COP30, a integração entre iniciativas pode contribuir para o fortalecimento da atuação do país nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas. “Queremos um mundo melhor para os nossos filhos. E se podemos fazer a diferença, vamos fazer”, finaliza o apresentador durante entrevista de Giuliana Purchio.
O Brasil rumo à COP30
De acordo com a Intelligence & Innovation Center (SiDi), a escolha da Amazônia como sede da COP30 também reforça o papel central da floresta no equilíbrio climático mundial.
Informações sobre o projeto “A Voz do Pantanal” podem ser encontradas no perfil @vozdopantanal_ no Instagram.
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Evite prejuízos na colheita: a manutenção entre safras pode reduzir em até 80% os problemas nas colhedoras de algodão
As exportações brasileiras cresceram 73,5% em 2024, com o país assumindo a liderança mundial nas exportações de algodão, segundo a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). O sucesso da colheita começa antes do plantio, com a manutenção preventiva, calibração das colhedoras, uso de peças adequadas e boas escolhas agronômicas são essenciais para evitar falhas e garantir maior produtividade no campo.
O uso de máquinas mal calibradas no preparo do solo ou plantio pode causar compactação, profundidade irregular de sementes e falhas de emergência. Entre os componentes, destaca-se a esteira interna de borracha, peça crítica no transporte da fibra e que exige atenção especial devido ao seu alto desgaste.
A manutenção dos equipamentos entre safras pode reduzir em até 80% os problemas nas colhedoras de algodão e aumentar a produtividade em até 20% quando a máquina opera em regime ideal. Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A qualidade do algodão depende de precisão em todas as etapas, do plantio à colheita. A manutenção antecipada é essencial para evitar perdas, garantir o bom funcionamento das máquinas e valorizar cada quilo colhido. O Brasil é um dos maiores produtores de algodão sustentável do mundo, com certificações como a ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e Better Cotton (maior iniciativa de sustentabilidade do algodão no mundo).
Neste contexto, o gerente nacional de vendas do Grupo Multibelt, André Mário, destaca que a empresa tem como objetivo oferecer soluções inovadoras e de alta performance em correias para os segmentos industrial e agrícola. “Trabalhamos para contribuir com o desenvolvimento do agronegócio e atender às necessidades de um mercado em constante evolução. A esteira Cotton, da Multibelt, é fabricada com borracha extra resistente e projetada para suportar longas jornadas de colheita com eficiência e durabilidade”, disse.
Na colheita do algodão, cada detalhe conta, e quem se antecipa na preparação, colhe mais do que fibra: colhe resultado. Saiba mais, aqui!
Destaque
Grupo de confinamento lança trava de preço antecipada para proteger negociações dos pecuaristas
O mercado do boi gordo caminha para uma virada de ciclo, com expectativa de alta nos próximos meses. Entretanto, momentos de oscilação são comuns, a depender, principalmente, de fatores como o consumo interno, volume de fêmeas abatidas e negociações para a exportação de carne bovina.
Um exemplo contundente de volatilidade veio em 2023, após o anúncio de um caso atípico de vaca louca e o consequente embargo temporário imposto pela China. A cotação caiu em torno de R$ 20, em menos de 15 dias. Novo susto em 2024. Entre janeiro e maio, a arroba do boi gordo no mercado físico paulista – referência para todas as demais praças – caiu de R$ 247 para abaixo de R$ 220 em determinados momentos. Em menos de quatro meses, a perda acumulada passou dos 10%.
“Historicamente, os segundos semestres são melhores que os primeiros, então, a gente confia muito em um cenário mais estável para os próximos meses, comparados aos de anos anteriores. Ainda assim oscilações podem acontecer. Isso é algo normal, de um mês para outro. O pecuarista precisa ficar atento. Focar demasiadamente no problema pode tirar a visão das oportunidades que o mercado proporciona”, lembra Vanderlei Finger, gerente geral de Compra de Gado da MFG Agropecuária.
E a quem deseja mitigar possíveis riscos, travar o preço na bolsa é uma estratégia essencial. A lógica é simples: o contrato futuro de boi gordo negociado na B3 permite que o pecuarista venda hoje uma arroba que será entregue em data futura, a um preço fixado. Se no vencimento do contrato o preço cair, ele terá garantido o valor travado.
Uma estratégia para se proteger da alta, caso aconteça, é comprar a reposição tão logo enviar os animais para o confinamento. Com isso, a alta dos preços irá valorizá-la. Outra alternativa é fazer a “PUT”, um tipo de “seguro da arroba”, em que os produtores asseguram preço mínimo. “Esta operação tem custo, porém, bem planejada, é uma estratégia de segurança importante”, ressalta Finger.
Vender na B3 exige conhecimento específico e pagamento das taxas de corretagem e hedge. A boa notícia é que os grandes confinamentos incorporam este serviço em algumas das parcerias de engorda, como é o caso da MFG Agropecuária, que possui oito unidades distribuídas pelos estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. O único trabalho do criador é apartar o lote que será confinado.
Inclusive, o grupo lançou no Brasil uma nova modalidade: a “trava por antecipação”. Mesmo antes do envio dos bovinos para o confinamento, a equipe de originação da MFG Agropecuária vai até a fazenda, avalia os animais, projeta a engorda e calcula o tempo necessário até o abate para fazer a trava.
“Se o produtor precisa travar os animais daqui dois, cinco, seis meses ou o tempo necessário para garantir suas margens de lucro, ele pode fazer isso de forma antecipada. Hoje, o confinamento é uma ferramenta que evoluiu muito e consegue dar um novo rumo ao negócio do parceiro”, explica Finger.
Ao utilizar o mecanismo de hedge, os pecuaristas garantem previsibilidade para o seu fluxo de caixa, protegem a margem e conseguem planejar melhor as decisões de manejo, reposição e comercialização do rebanho. O mercado futuro também ajuda a disciplinar a comercialização, evitando que a decisão de venda seja tomada por pressão de caixa em um momento desfavorável de preços.
Boi gordo é um ativo que sofre influência de inúmeros fatores — clima, câmbio, exportações, consumo interno e políticas sanitárias — e ninguém controla tais variáveis. O que está ao alcance do pecuarista é a decisão de se proteger ou não. Travar preços na B3 é, portanto, não apenas uma estratégia financeira, mas uma garantia de poder de decisão em um mercado cada vez mais competitivo.
