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Manejo adequado da irrigação pode ampliar vida útil do canavial
Durante a 10ª edição da Coplacampo, produtores e profissionais do setor poderão conhecer os pivôs e as tecnologias da Lindsay para irrigar com mais precisão e menor desperdício
O setor sucroenergético segue forte no Brasil e a cada ano ganha maior protagonismo. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), no acumulado da safra 2023/2024, por exemplo, a moagem atingiu 646,05 milhões de toneladas, ante 543,14 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/2023, alta de 18,95%.
Para tornar o setor e os canavicultores ainda mais eficientes, a adoção de tecnologias é fundamental. Com o objetivo de levar a classe produtora o que há de mais moderno em inovação, a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), vai realizar a Coplacampo. O evento acontece entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março, das 8h às 17h, em Piracicaba/SP.
Segundo Juan Latorre, gerente de vendas da Lindsay América Latina, empresa representada pelas marcas Zimmatic™ e FieldNET™, que estará presente no evento, a Coplacampo é uma feira muito estratégica e importante para São Paulo, afinal, 70% da produção no Estado está direcionada ao setor. “Já atuamos forte em outras culturas, como soja, milho, feijão e citros, e a cana é onde queremos explorar cada vez mais. É ainda um segmento que tem menor aderência a adoção de pivô central para irrigação como um dos principais vetores de aumento de produtividade. Por isso, são muitas as oportunidades”, diz o profissional.
Atualmente muitos produtores utilizam no canavial a irrigação apenas por aspersão convencional. Esse manejo consiste basicamente em direcionar para a lavoura um canhão ligado a um reservatório, que aplica água ou faz a fertirrigação. Essa técnica até traz uma certa fertilidade ao solo, mas sem nenhuma preocupação com a precisão ou a real necessidade da planta.
De acordo com especialista da Lindsay, diante deste cenário, o pivô é uma excelente alternativa à irrigação localizada, pois ao analisar o investimento de reais por hectare, a implantação do equipamento torna-se mais econômica.
“Nosso trabalho é mostrar o quanto essa tecnologia pode trazer de retorno ao canavial. Temos dados de um ganho médio de aumento de produtividade em torno de 30% com o manejo adequado da irrigação”, cita.
Outro ganho importante da utilização do pivô está relacionado à longevidade do canavial. Enquanto na média a reforma é feita a cada sete anos, com uma gestão eficiente e o uso correto da água, com o pivô, é possível ampliar esse prazo de vida para até 12 anos sem perder produtividade. “Nossas tecnologias, como o FieldNET e o FieldNET Advisor ajudam os produtores nessa missão, proporcionando uma gestão precisa do uso da água e nas melhores tomadas de decisões”, destaca Latorre.
Acerto nas decisões
Para facilitar o manejo de irrigação dos produtores ajudando nas tomadas de decisões mais assertivas, o FieldNET Advisor é um importante aliado. A ferramenta foi desenvolvida para simplificar as informações e oferece as recomendações de quando, onde e quanto irrigar. Sua vantagem é ser totalmente integrada ao FieldNET (tecnologia de gerenciamento remoto da Lindsay possibilita monitorar a irrigação em qualquer marca de pivô).
Outro diferencial é que a solução fornece a recomendação correta ao produtor, ou seja, vai aplicar realmente a quantidade de água necessária, sem desperdícios, mantendo a umidade do solo necessária para cada planta no canavial. Outra possibilidade é programar a ferramenta para operar com uma limitação de oferta, assim o sistema automaticamente vai escolher quais são os melhores momentos para fazer a irrigação para que a cultura não entre em estresse nos momentos mais sensíveis.
Para isso, a tecnologia do sistema, automaticamente vai calcular e dividir o quanto há de água disponível ao longo da safra para fazer as irrigações nos momentos mais críticos. Em casos de baixa oferta, em longos períodos de seca, por exemplo, o sistema já recomenda a irrigação quando realmente torna-se necessário. Assim, haverá a garantia que haverá água suficiente para a lavouras nos momentos. Contudo é importante ressaltar que o foco da tecnologia não é apenas reduzir o consumo de água e sim otimizar sua utilização, produzindo mais utilizando o recurso necessário.
Oportunidades de negócios
A Coplacampo é importante oportunidade para os produtores rurais conhecerem as novidades do setor e fazer negócios com as principais empresas do agro. Na edição de 2023, o evento movimentou mais de R$ 500 milhões e a expectativa para este ano é ainda maior. O sucesso do evento se atribui ao trabalho que a Coplacana realiza junto aos seus cooperados.
De acordo com Latorre, a Coplacana é um distribuidor exclusivo da Lindsay, uma parceria de quase três anos que vem trazendo bons resultados. Esse acordo visa incentivar os cooperados na adoção de novas tecnologias para buscar maior eficiência, produtividade e ganhos econômicos. “A medida que os cooperados vão ficando mais tecnificados a cooperativa se torna mais representativa e todos saem ganhando”, diz.
Durante o evento, a equipe técnica da Coplacana e da Lindsay estará no local, para dar todo suporte aos visitantes. “Além das tecnologias para cana, os visitantes também poderão ver nossas soluções para outras culturas, como o complexo grão e citros que também são fortes na região”, finaliza o profissional.
Destaque
Água com tecnologia: Reflorestar inaugura módulos de irrigação 100% mecanizados para o manejo inicial de mudas na silvicultura
Tecnologia eleva o padrão dos manejos florestais no país. Primeiros módulos chegam no MS e em SP
No solo vermelho do município de Água Clara (MS), onde por décadas os primeiros dias de irrigação dependiam do esforço físico intenso dos colaboradores, uma nova realidade começa a ser escrita. A Reflorestar Soluções Florestais inicia a operação do primeiro módulo operacional do país com o conjunto completo de Irrigadores Mecanizados Bizmaq, marco que rompe com práticas historicamente manuais e abre caminho para uma silvicultura cada vez mais mecanizada, precisa e sustentável.
Com contrato firmado com a Suzano para operações de plantio, a Reflorestar buscou tecnologias que gerassem maior agilidade operacional, ganhos de produtividade e, sobretudo, melhores condições de trabalho para seus colaboradores. Agora, o colaborador atua em uma cabine climatizada, com controles eletrônicos que acionam o equipamento e distribuem água de forma uniforme sobre as mudas de eucalipto.
“O equipamento entrega qualidade e assertividade na quantidade de água aplicada por planta, além de transformar a experiência do colaborador. Antes, era uma atividade semimecanizada, em que o auxiliar caminhava o dia todo exposto ao sol e ao calor intenso.
Agora, é uma operação totalmente mecanizada e confortável”, explica Paulo Gustavo Souza, gerente de Silvicultura da Reflorestar. É a tecnologia a serviço do homem e da silvicultura.
Precisão e eficiência
Para essa etapa da silvicultura, a Reflorestar adquiriu cinco irrigadores mecanizados Bizmaq, sendo três destinados aos plantios no Mato Grosso do Sul e dois para o estado de São Paulo.
Os tanques têm capacidade de 10 mil litros, permitindo padronização rigorosa da lâmina d’água aplicada em cada muda.
Essa precisão reduz desperdícios e elimina a variabilidade típica da irrigação semimecanizada, em que a dosagem dependia do julgamento do auxiliar, podendo variar, por exemplo, entre 3 e 7 litros por planta.
“A mecanização garante a mesma quantidade de água para todas as mudas, com total padronização operacional. Esse é um ganho expressivo em eficiência”, reforça Gregory Barbosa, consultor de produto da Bizmaq.
Primeiros passos
A irrigação das mudas é uma etapa inicial e pontual do processo de plantio, mas sua frequência depende diretamente das características de solo e clima de cada região.
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, região mais quente, a média é de três irrigações consecutivas, podendo chegar a cinco em períodos de maior temperatura. Já em Lençóis Paulista (SP), onde a Reflorestar também assumirá operações de plantio, o clima mais ameno permite uma média aproximada de duas irrigações.
A entrada da Reflorestar como operadora efetiva, e não apenas participante de testes, marca um avanço inédito. “É o primeiro módulo operacional com esses equipamentos no país. Outras unidades fizeram apenas testes. A Suzano, junto com a Reflorestar, vem sendo pioneira na adoção de uma silvicultura 100% mecanizada”, destaca Gregory.
Nova geração da silvicultura
A Bizmaq, referência nacional em implementos agroflorestais, acompanha de perto empresas que impulsionam a modernização do campo. Nesse movimento, a Reflorestar se destaca pela velocidade com que tem expandido sua mecanização, especialmente na silvicultura, área em que passou a atuar há cerca de dois anos.
“A Reflorestar escolheu um caminho diferente: entrar entre os maiores investindo em mecanização plena, fugindo do modelo manual tradicional. A empresa pulou etapas e hoje se coloca como case de sucesso na prestação de serviços florestais”, analisa Gregory.
Visão de futuro
A inauguração deste módulo mecanizado reafirma o compromisso da Reflorestar com um modelo operacional moderno, seguro e sustentável, em que tecnologia e cuidado com as pessoas caminham lado a lado.
Ao mecanizar uma etapa historicamente manual, a empresa eleva padrões de ergonomia, padroniza a qualidade operacional, reduz riscos e variabilidades, ganha eficiência e precisão, além de avançar na construção de uma silvicultura de alta performance.
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Cuidado coletivo com as estradas rurais: preservar a mata às margens também é proteger vias e vidas
Em temporada de chuvas, o colapso das vicinais ameaça produção, acesso e segurança; Associação Ambientalista Copaíba reforça que a restauração de matas ciliares e a preservação das margens são medidas práticas de prevenção e resiliência
Estimativas recentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam que no Brasil há cerca de 2,2 milhões de km de vias rurais, em sua maioria não pavimentadas, e grande parte em condições precárias, o que gera prejuízos diretos ao agronegócio e às populações locais, como perdas logísticas e econômicas, além de impactar traslados em geral. Durante a temporada de chuvas, esses trechos se tornam ainda mais vulneráveis com o aumento da erosividade da chuva e o volume de precipitação agravando o assoreamento, a erosão lateral e os alagamentos que deterioram pontes, bueiros e a própria pista, problemas documentados por estudos técnicos e relatórios sobre impactos hidrometeorológicos na infraestrutura rodoviária.
Nesse cenário, segundo a Embrapa as matas que margeiam rios e córregos (matas ciliares) assumem o papel de “freios naturais”, reduzindo a velocidade do escoamento superficial, facilitando a infiltração da água no solo e diminuindo o volume de sedimentos carregados para os cursos d’água, processos que, em conjunto, atenuam enchentes localizadas e o assoreamento de pontos críticos sob estradas e pontes. Relatórios e pesquisas da Embrapa sobre erosividade esclarecem que, onde a cobertura vegetal é preservada, o risco de enxurradas e cortes de pista cai sensivelmente durante eventos de chuva intensa.
A Associação Ambientalista Copaíba, com atuação desde 1999 na restauração de matas nativas e recuperação de nascentes na região de Socorro (SP) e bacias vizinhas, tem mostrado na prática os benefícios da recuperação de margens. Em relatos de projetos, a coordenadora Ana Paula Balderi observa que áreas restauradas começam, em poucos anos, a “proteger o solo e o entorno das nascentes” e a “servir como obstáculo ao escoamento das enxurradas”, reduzindo a velocidade da água e favorecendo a infiltração, efeito diretamente ligado à menor incidência de erosão nas proximidades de estradas rurais.
A Copaíba registra projetos de restauração que já cobrem centenas de hectares e enfatiza a necessidade de políticas públicas e engajamento comunitário para ampliar essa ação. Especialistas ouvidos pela entidade e estudos técnicos convergem em ações concretas que unem conservação ambiental e manutenção de infraestrutura: (1) manter ou recuperar faixas de vegetação nas margens de córregos e nascentes; (2) planejar bueiros e sistemas de drenagem considerando aumento de volume de chuva; (3) evitar desmatamentos e compactação de solo próximos às vias; (4) articular programas municipais e estaduais de manutenção periódica das vicinais com iniciativas de restauração florestal nas bacias.
Quando proprietários rurais, prefeituras e ONGs atuam em conjunto, os benefícios são múltiplos, como redução de estragos nas estradas, menor custo de manutenção e maior segurança para quem depende dessas vias. Assim, a conservação das margens e a restauração de matas ciliares não são apenas causas ambientais: são investimentos em infraestrutura natural que protegem estradas, safra e pessoas, especialmente em períodos de chuvas intensas.
Nesse sentido, a recomendação da Copaíba é clara: políticas públicas integradas, incentivos à restauração e ações comunitárias são caminhos para transformar áreas de risco em corredores resilientes e, desse modo, reduzir paradas, prejuízos e riscos nas estradas rurais.
Destaque
Mapeamento inédito revela poder do amendoim no Brasil
Estudo da ABEX-BR quantifica a cadeia do amendoim e confirma: Brasil é o 3º mais eficiente do mundo em produtividade
A Associação Brasileira do Amendoim (ABEX-BR) anuncia o lançamento do livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro”, o primeiro estudo no país a oferecer um raio-x completo do setor, desde o produtor até o exportador, com dados inéditos da safra 2024/2025.
O evento de lançamento será realizado no dia 3 de dezembro, às 14h, em Ribeirão Preto/SP, e marcará a disponibilização de informações que comprovam a relevância da leguminosa no cenário nacional.
Um dos destaques da pesquisa revela que o setor movimentou um faturamento total de R$ 18,6 bilhões no último ano, consolidando o amendoim como um player de grande porte e de alto impacto socioeconômico para o país.
“Este mapeamento é um divisor de águas para toda a cadeia. Pela primeira vez, temos uma visão completa e quantificada do nosso impacto. Com R$ 18,6 bilhões em faturamento, a importância do amendoim ultrapassa o campo e chega à mesa de negociação de grandes instituições. Temos dados concretos para guiar investimentos, estruturar linhas de crédito e influenciar políticas públicas que sustentem a nossa eficiência produtiva, que já é a 3ª maior do mundo”, afirma Cristiano Fantin, presidente da ABEX-BR.
Um raio-x socioeconômico para o desenvolvimento setorial
O estudo vai além dos números de produção. Ele compila dados socioeconômicos detalhados que interessam não só ao público em geral – que acompanha a geração de riqueza e emprego – mas, principalmente, a órgãos reguladores, ao setor financeiro e ao mercado de seguros.
O livro oferece uma visão completa da safra 2024/2025 e servirá como base fundamental para o poder público, setor financeiro e de seguros na hora de regular a produção, formatar linhas de crédito e oferecer garantias de safra com precisão.
“Com este livro, a ABEX-BR cumpre seu papel de levar ciência e inteligência para todos os elos da cadeia, do produtor ao beneficiador. Esta é a nossa ferramenta para falar ‘para dentro’ do setor e ‘para fora’, com o governo, mostrando a capacidade de geração de valor, emprego e renda que o amendoim tem. É um setor que mais que triplicou o volume de produção na última década e precisa de informações à altura do seu crescimento”, conclui Cristiano Fantin.
O livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro” foi financiado pelo Núcleo de Promoção e Pesquisa (NPP) da ABEX-BR e estará disponível para download durante seu lançamento. A pesquisa foi realizada pela Markestrat, consultoria especializada em agronegócio.
