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Doença Respiratória Bovina: Um desafio a ser superado
Com progressão rápida, que pode ocasionar o óbito do animal, enfermidade requer intervenção proativa e foco na prevenção
A Doença Respiratória Bovina (DRB) é um dos principais desafios da pecuária mundial, especialmente nos sistemas mais intensivos de produção. Com origem multifatorial, a enfermidade ocorre por um desequilíbrio entre as defesas naturais das vias respiratórias superiores dos bovinos, o que favorece a proliferação local dos agentes infecciosos e sua migração para os pulmões.
Situações que promovem o estresse dos animais como a formação de novos lotes, transportes por longas distâncias, restrição de água e comida, a mistura de animais de origens diversas e a acidose metabólica que pode ocorrer pela troca da dieta são fatores que predispõem à DRB. O excesso de poeira e a formação de gases tóxicos (amônia) produzidos pelo acúmulo de material orgânico (urina, fezes e alimentos) e umidade, promovem a irritação das vias aéreas superiores dos bovinos, favorecendo a queda da imunidade local e a ocorrência da doença.
“A DRB é uma doença multifatorial que normalmente acontece por um desequilíbrio nas defesas naturais nas vias respiratórias superiores dos bovinos, algo que favorece a proliferação de agentes infecciosos oportunistas, principalmente bactérias que habitam naturalmente estes locais do trato respiratório. A proliferação bacteriana e a migração destes agentes para os pulmões promovem um quadro inflamatório local, que é agravado com a produção de toxinas”, explica o médico veterinário e gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal, Marcos Malacco.
Nos confinamentos onde há casos de DRB, o ganho de peso médio diário (GMD) dos animais afetados e que não vão à óbito é severamente comprometido, obrigando um maior tempo para o alcance do peso desejado para o abate e reduzindo o rendimento e a qualidade das carcaças.
“O período de maior incidência de surtos de DRB nos confinamentos de bovinos de corte correspondem aos primeiros 45 dias de confinamento do gado, especialmente nas 2 ou 3 primeiras semanas. Durante esse período, é recomendado que as rondas sanitárias ocorram pelo menos duas vezes ao dia e que elas sejam mais criteriosas, estimulando os animais a levantarem e caminhar, a fim de perceber sinais como, cansaço, relutância em caminhar, tosse, espirros, chiados e roncos ao repseirar, lacrimejamento, corrimento nasal e “olhos fundos”, que é um importante indicativo de desidratação”, Malacco adverte.
Quando a intervenção para o tratamento da doença não é rápida e eficaz, o quadro progride com agilidade e o animal vai à óbito em poucos dias. “O controle rápido e adequado ao processo inflamatório pulmonar é essencial para a recuperação dos animais acometidos, sendo tão importante quanto o controle eficaz dos agentes infecciosos. A utilização do meloxicam (potente anti-inflamatório não esteroidal) junto ao florfenicol (antibiótico altamente efetivo sobre os principais agentes bacterianos envolvidos na DRB), em formulação que permita rápido início e controle duradouro da infecção e da inflamação, é primordial para a regressão do quadro e o retorno do animal ao seu estado de saúde adequado”, conta o médico veterinário.
Entender sobre a doença, sua prevenção e tratamento possibilita que os pecuaristas evitem perdas financeiras significativas. “Muitos fatores contribuem para a redução da incidência da DRB nos confinamentos, como o emprego de técnicas de pré-condicionamento ou socialização prévia do gado antes de entrar no sistema intensivo, estratégias nutricionais adequadas para evitar estresse nutricional que interfira negativamente na sua imunidade, vacinações contra os principais agentes infecciosos associados à DRB, a metafilaxia em alguns casos e o tratamento rápido e adequado dos bovinos acometidos pela doença”, conta o profissional. “Para este último fator, é importante termos em mente que além da infecção bacteriana propriamente, a reação inflamatória pulmonar determinada pela infecção costuma ser grave. Portanto a combinação de um potente anti-inflamatório não esteroidal (AINE) com baixos índices de reações indesejáveis junto a um antibiótico efetivo e com baixas taxas de resistência bacteriana é o caminho ideal para o tratamento da DRB.
Ciente disso, a Ceva oferece ao mercado brasileiro o Zeleris®. “O produto apresenta uma associação exclusiva de florfenicol com o meloxicam. Sua formulação permite tratamento único através de injeção pela via subcutânea. Esse tratamento atua contra os principais agentes infecciosos bacterianos e contra a inflamação por pelo menos 3 dias. A ação antibacteriana se inicia rapidamente após a aplicação subcutânea e níveis plasmáticos significativos do Florfenicol já são alcançados em menos de 1 hora, auxiliando no rápido controle da infecção que persiste por pelo menos 3 dias. Desta forma é possível agir de forma rápida e eficiente no controle da infecção. Além disso a formulação de Zeleris® permite o controle da inflamação pulmonar por 3 dias, permitindo a aplicação única. Estes benefícios extras contribuem para menos estresse e melhor bem-estar aos animais, além de redução da mão de obra por parte a equipe da fazenda”. reforça Malacco.
A dose indicada com Zeleris® é de 1 mL/100 Kg de peso vivo (10 mL/100 Kg P.V.) o que facilita o cálculo para aplicação da dose correta. O produto apresenta alta seringabilidade o que facilita a retirada do frasco e sua aplicação nos animais. O volume máximo por ponto de aplicação é de 15 mL o que reduz o número de injeções. Zeleris® está disponibilizado em frascos Clas® com 100 mL (trata 1.000 Kg de peso vivo). A tecnologia Clas® foi desenvolvida e patenteada pela Ceva Saúde Animal, sendo outra exclusividade e que contribui para menos 33% no impacto ambiental durante a fabricação dos frascos quando comparados aos convencionais de frascos de vidro.
Uma intervenção ágil e eficiente contra a DRB ainda no seu início tem resultados expressivos na redução das perdas produtivas, além de atuar na manutenção do bem-estar do animal, o que favorece sua pronta recuperação e possibilita uma entrega produtiva no mesmo patamar que a de animais não acometidos.
Sobre a Ceva Saúde Animal
A Ceva Saúde Animal (Ceva) é a 5ª empresa global de saúde animal, liderada por veterinários experientes, cuja missão é fornecer soluções de saúde inovadoras para todos os animais e garantir o mais alto nível de cuidado e bem-estar. Nosso portfólio inclui medicina preventiva, como vacinas, produtos farmacêuticos e de bem-estar para animais de produção e de companhia, como também equipamentos e serviços para fornecer a melhor experiência para nossos clientes. Com 7.000 funcionários em 47 países, a Ceva se esforça diariamente para dar vida à sua visão como uma empresa OneHealth: “Juntos, além da saúde animal”.
Faturamento Global de 2023: €1,6 bilhão.
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Cuidado coletivo com as estradas rurais: preservar a mata às margens também é proteger vias e vidas
Em temporada de chuvas, o colapso das vicinais ameaça produção, acesso e segurança; Associação Ambientalista Copaíba reforça que a restauração de matas ciliares e a preservação das margens são medidas práticas de prevenção e resiliência
Estimativas recentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam que no Brasil há cerca de 2,2 milhões de km de vias rurais, em sua maioria não pavimentadas, e grande parte em condições precárias, o que gera prejuízos diretos ao agronegócio e às populações locais, como perdas logísticas e econômicas, além de impactar traslados em geral. Durante a temporada de chuvas, esses trechos se tornam ainda mais vulneráveis com o aumento da erosividade da chuva e o volume de precipitação agravando o assoreamento, a erosão lateral e os alagamentos que deterioram pontes, bueiros e a própria pista, problemas documentados por estudos técnicos e relatórios sobre impactos hidrometeorológicos na infraestrutura rodoviária.
Nesse cenário, segundo a Embrapa as matas que margeiam rios e córregos (matas ciliares) assumem o papel de “freios naturais”, reduzindo a velocidade do escoamento superficial, facilitando a infiltração da água no solo e diminuindo o volume de sedimentos carregados para os cursos d’água, processos que, em conjunto, atenuam enchentes localizadas e o assoreamento de pontos críticos sob estradas e pontes. Relatórios e pesquisas da Embrapa sobre erosividade esclarecem que, onde a cobertura vegetal é preservada, o risco de enxurradas e cortes de pista cai sensivelmente durante eventos de chuva intensa.
A Associação Ambientalista Copaíba, com atuação desde 1999 na restauração de matas nativas e recuperação de nascentes na região de Socorro (SP) e bacias vizinhas, tem mostrado na prática os benefícios da recuperação de margens. Em relatos de projetos, a coordenadora Ana Paula Balderi observa que áreas restauradas começam, em poucos anos, a “proteger o solo e o entorno das nascentes” e a “servir como obstáculo ao escoamento das enxurradas”, reduzindo a velocidade da água e favorecendo a infiltração, efeito diretamente ligado à menor incidência de erosão nas proximidades de estradas rurais.
A Copaíba registra projetos de restauração que já cobrem centenas de hectares e enfatiza a necessidade de políticas públicas e engajamento comunitário para ampliar essa ação. Especialistas ouvidos pela entidade e estudos técnicos convergem em ações concretas que unem conservação ambiental e manutenção de infraestrutura: (1) manter ou recuperar faixas de vegetação nas margens de córregos e nascentes; (2) planejar bueiros e sistemas de drenagem considerando aumento de volume de chuva; (3) evitar desmatamentos e compactação de solo próximos às vias; (4) articular programas municipais e estaduais de manutenção periódica das vicinais com iniciativas de restauração florestal nas bacias.
Quando proprietários rurais, prefeituras e ONGs atuam em conjunto, os benefícios são múltiplos, como redução de estragos nas estradas, menor custo de manutenção e maior segurança para quem depende dessas vias. Assim, a conservação das margens e a restauração de matas ciliares não são apenas causas ambientais: são investimentos em infraestrutura natural que protegem estradas, safra e pessoas, especialmente em períodos de chuvas intensas.
Nesse sentido, a recomendação da Copaíba é clara: políticas públicas integradas, incentivos à restauração e ações comunitárias são caminhos para transformar áreas de risco em corredores resilientes e, desse modo, reduzir paradas, prejuízos e riscos nas estradas rurais.
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Mapeamento inédito revela poder do amendoim no Brasil
Estudo da ABEX-BR quantifica a cadeia do amendoim e confirma: Brasil é o 3º mais eficiente do mundo em produtividade
A Associação Brasileira do Amendoim (ABEX-BR) anuncia o lançamento do livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro”, o primeiro estudo no país a oferecer um raio-x completo do setor, desde o produtor até o exportador, com dados inéditos da safra 2024/2025.
O evento de lançamento será realizado no dia 3 de dezembro, às 14h, em Ribeirão Preto/SP, e marcará a disponibilização de informações que comprovam a relevância da leguminosa no cenário nacional.
Um dos destaques da pesquisa revela que o setor movimentou um faturamento total de R$ 18,6 bilhões no último ano, consolidando o amendoim como um player de grande porte e de alto impacto socioeconômico para o país.
“Este mapeamento é um divisor de águas para toda a cadeia. Pela primeira vez, temos uma visão completa e quantificada do nosso impacto. Com R$ 18,6 bilhões em faturamento, a importância do amendoim ultrapassa o campo e chega à mesa de negociação de grandes instituições. Temos dados concretos para guiar investimentos, estruturar linhas de crédito e influenciar políticas públicas que sustentem a nossa eficiência produtiva, que já é a 3ª maior do mundo”, afirma Cristiano Fantin, presidente da ABEX-BR.
Um raio-x socioeconômico para o desenvolvimento setorial
O estudo vai além dos números de produção. Ele compila dados socioeconômicos detalhados que interessam não só ao público em geral – que acompanha a geração de riqueza e emprego – mas, principalmente, a órgãos reguladores, ao setor financeiro e ao mercado de seguros.
O livro oferece uma visão completa da safra 2024/2025 e servirá como base fundamental para o poder público, setor financeiro e de seguros na hora de regular a produção, formatar linhas de crédito e oferecer garantias de safra com precisão.
“Com este livro, a ABEX-BR cumpre seu papel de levar ciência e inteligência para todos os elos da cadeia, do produtor ao beneficiador. Esta é a nossa ferramenta para falar ‘para dentro’ do setor e ‘para fora’, com o governo, mostrando a capacidade de geração de valor, emprego e renda que o amendoim tem. É um setor que mais que triplicou o volume de produção na última década e precisa de informações à altura do seu crescimento”, conclui Cristiano Fantin.
O livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro” foi financiado pelo Núcleo de Promoção e Pesquisa (NPP) da ABEX-BR e estará disponível para download durante seu lançamento. A pesquisa foi realizada pela Markestrat, consultoria especializada em agronegócio.
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Nova geração de leveduras eleva rendimento do etanol em até 6%
Ganhos podem chegar a R$ 30 milhões por safra
Avanços recentes em bioengenharia apontam para um salto inédito na produtividade do etanol, impulsionado por novas cepas de leveduras industriais. Pesquisadores da Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS), nos Estados Unidos, registraram um aumento de até 6% na conversão da cana em etanol em relação às leveduras convencionais.
Segundo cálculos da LBDS, uma biorrefinaria com capacidade de produção diária de 1.000 m³ de etanol, poderia aumentar sua lucratividade em até R$ 30 milhões por safra, considerando o preço atual do etanol anidro. Os ganhos de eficiência têm relação com a nova geração de leveduras biotecnológicas, que expressam de 40% a 55% menos subprodutos, como o glicerol, comparado às leveduras comuns.
“As pesquisas têm encontrado formas de tornar mais eficiente o açúcar disponível para a síntese de etanol, reduzindo perdas metabólicas e aumentando a produtividade da fermentação”, explica Fernanda Firmino, vice-presidente da LBDS na América do Sul. Ela destaca ainda que o desempenho da nova tecnologia é cerca de 20% superior ao das cepas biotecnológicas LBDS já disponíveis no mercado.
Elisa Lucatti, gerente de aplicações da LBDS, afirma que o ganho de rendimento aliado à robustez tem sido o diferencial das cepas biotecnológicas. “As biorrefinarias sucroalcooleiras no Brasil, historicamente, enfrentam dificuldades operacionais que desafiam a permanência de leveduras no processo industrial. Assim, não é só rendimento que importa, mas estabilidade operacional que corrobora com economia de insumos”, diz.
A persistência das leveduras biotecnológicas no processo sucroalcooleiro tem recebido destaque especial. Em sistemas de fermentação contínua, conhecidos pelo alto desafio microbiológico, a geração de levedura atual já apresentou persistência superior a 200 dias sem necessidade de reinoculação, resultado inédito no país. A expectativa é que as novas versões ampliem ainda mais esse desempenho, podendo chegar à safra toda.
A empresa reforça, porém, que o aproveitamento do potencial das novas cepas está diretamente ligado à qualidade do processo, especialmente no controle de temperatura e procedimentos eficazes de limpeza. “Nossos mais de 10 anos de implementação conjunta aos times de operação das usinas de etanol de cana-de-açúcar comprovam que as unidades que possuem boas práticas operacionais, principalmente eficiência no CIP, são capazes de maximizar e atingir resultados recordes com leveduras de alta performance”, diz Lucatti.
Uma realidade que fazia parte somente do etanol de milho passou a fazer parte do setor sucroalcooleiro. Segundo a avaliação econômica da Lallemand, a evolução da engenharia genética, em pouco mais de uma década, aumentou em 1.300% os ganhos na produção de etanol de milho, de R$ 4/t, em 2012, para R$56/t, em 2024, abrindo um grande caminho para o mercado de etanol de cana-de-açúcar que encontrava-se estagnado.
Nos últimos anos, a companhia intensificou investimentos em bioengenharia aplicada ao metabolismo fermentativo, com foco em elevar a produtividade, reduzir custos operacionais e ampliar o desempenho ambiental das usinas. Desde 2010, tem sido investido mais de U$$ 100 milhões em pesquisas e desenvolvimento de soluções biotecnológicas.
Os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil já são clientes da LBDS, que mira expansão em toda a América do Sul. “Estamos vivendo uma nova fase na bioindústria. O foco é maximizar o potencial biológico dentro da infraestrutura existente e reduzir os impactos ambientais, produzir mais utilizando menos. Isso só é possível com a implementação da bioengenharia de precisão”, afirma Firmino.
