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De fornecedor à potência global, entenda como o agro brasileiro se tornou uma peça-chave para a economia mundial

Divulgação/ Freepik

CEO da Agrotools explica que os recursos naturais e a inovação tecnológica no setor tornaram o país um protagonista nas decisões mais relevantes da atualidade

Nas últimas décadas, o Brasil passou a ocupar um papel central no fornecimento de alimentos e recursos naturais para o mundo. O Ministério da Cultura ressalta um pouco dessa função ao revelar que o país exportou mais de US$ 164 bilhões em produtos do agronegócio em 2024. Só na categoria de carnes bovinas foram 2,89 milhões de toneladas comercializadas e quase US$ 13 bilhões movimentados, como divulgou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), com base em informações do governo.

De acordo com Sergio Rocha, fundador e CEO da Agrotools, maior ecossistema de soluções digitais para o agro, esses números ressaltam o “rearranjo significativo das forças econômicas globais” que vem acontecendo de alguns anos para cá. “Com o fim da Guerra Fria e a globalização, o planeta se tornou multipolar e economias emergentes como o Brasil se transportaram para a linha de frente de importantes decisões mundiais”, diz.

Esse papel também é evidenciado pelo aumento da demanda global por alimentos, que é um dos maiores desafios do século 21. Segundo a FAO, a produção alimentícia precisará aumentar 70% até 2050 para atender à população do mundo inteiro, estimada em 9 bilhões de pessoas. 

“Nossa extensão territorial, riqueza de recursos naturais e desenvolvimento acelerado de novas tecnologias para o agro reforçam que somos protagonistas na garantia da segurança alimentar”, ressalta o executivo. “Já passou o tempo em que éramos só um país de ‘terceiro mundo’. A nossa participação ativa no G20 e nos BRICS comprova que temos uma responsabilidade estratégica em assegurar uma maior eficiência produtiva, tanto internamente quanto para outras nações”, completa.

Avanço tecnológico
Um dos principais fatores que têm destacado o agronegócio no país para o resto do mundo é a evolução tecnológica. O segmento tem incorporado diversas soluções inovadoras, como biotecnologia, agricultura de precisão, inteligência artificial e blockchain, para aumentar a sua produtividade.

Para Rocha, se esses avanços continuarem sendo aplicados no contexto de privilégios naturais, o Brasil terá ainda mais força como potência global. “A inteligência de dados e processos no campo tem otimizado toda a cadeia produtiva de uma forma inédita. Isso nos torna mais competitivos e relevantes globalmente”, destaca.

Ainda vale reforçar que a tecnologia passou a ser uma grande aliada do agro pela sua capacidade de ajudar no enfrentamento de dificuldades que surgiram nos últimos anos, como as mudanças climáticas. O CEO exemplifica: “As ferramentas digitais são essenciais para solucionar problemas de safras de commodities, exacerbados pelo aquecimento global, como epidemias de pragas em plantações. No caso da produção de cacau, por exemplo, com chuvas intensas seguidas de altas temperaturas e períodos de seca, estão dizimando cacaueiros no Brasil, Costa do Marfim e Gana”, explica.

Produção sustentável
Outro foco de atenção para o agronegócio brasileiro é a sustentabilidade. A realização da COP30, em novembro no Brasil, e a liderança em iniciativas como rastreabilidade, agricultura regenerativa e mitigação de riscos climáticos mostram que o país possui uma posição extremamente relevante na caminhada para um setor alinhado ao ESG (sigla para “Ambiental, Social e Governança”).

O fundador da Agrotools pontua que a tecnologia também é essencial para solidificar essa função, colocando o Brasil como uma “potência agroambiental”. “Mesclar a inovação tecnológica às políticas de desenvolvimento sustentável pode garantir um crescimento equilibrado do agro, fortalecendo a nossa influência na economia global”, conclui o executivo.

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IA leva inovação das grandes fazendas para o pequeno produtor

IA leva inovação das grandes fazendas para o pequeno produtor

Solução inédita, simples e inovadora permite monitorar a qualidade da terra. Além disso, recomenda as melhorias que devem ser feitas para ampliar a qualidade e produtividade do solo

Imagine só uma tecnologia toda baseada em Inteligência Artificial de alta performance, que permite monitorar e analisar a qualidade do solo, bem como recomenda as melhorias necessárias para que a terra se torne mais produtiva. Tudo realizado de forma simples, por celular na palma da mão do produtor.

É isso que a ferramenta AgroMetrics, solução desenvolvida pela Solaris Tech, traz para os pequenos e médios produtores rurais. Na prática, com um sensor portátil e uma base de dados desenvolvida com IA, a solução fornece, em tempo real, uma análise completa com diagnósticos precisos de nutrientes (NPK), pH e outras condições do solo diretamente no celular.

“Além disso, a plataforma recomenda automaticamente o que deve ser feito para melhorar a qualidade da terra de acordo com o perfil da plantação – seja hortaliça, fruta ou grão. O produtor não depende mais de visitas técnicas demoradas ou decisões no “feeling”: a análise vem de dados confiáveis, com recomendações práticas, otimizando tempo, insumos e aumentando a produtividade”, explica Gabriel Pincinato, CTO – Co-Fundador da Solaris Tech.

Segundo o executivo, com um investimento a partir de R$59,90 mensais, os pequenos produtores contarão com uma tecnologia que hoje só e usada pelas grandes agroindústrias. “Em algumas propriedades onde o sistema já é utilizado, além de uma economia média de R$ 20 mil por ano com insumos, equivalente a uma redução de até 35% nos custos com adubação, o produtor conseguiu reduzir em até 50% o tempo de resposta nas correções do solo. Com isso, observou-se um ganho médio de 25% na produtividade por hectare, podendo chegar a 40% em áreas com histórico de desequilíbrio nutricional”, completa.

A solução completa AgroMetrics entrega um ecossistema completo: sensor de solo, conectividade embarcada, plataforma de IA, atualizações contínuas e suporte remoto.

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Medidas econômicas colocam em risco o setor agropecuário

Imagem: Freepik

Bloqueio de recursos para seguro rural estrangula a atividade, em especial nas pequenas e médias propriedades

Entre tantos problemas enfrentados pelos produtores rurais no país, em especial os
pequenos e médios, a questão do seguro rural é uma das mais preocupantes. Com o
bloqueio de 42% das verbas do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural
(PSR), pelo governo federal, a vulnerabilidade aumenta no campo, colocando em
risco a continuidade de muitas famílias no meio rural.

Nos Estados Unidos e na União Europeia os índices de cobertura do seguro rural são
significativamente mais elevados do que no Brasil, refletindo políticas públicas
robustas de proteção ao setor agropecuário. Nos EUA, por exemplo, o seguro agrícola
cobre cerca de 90% da área cultivada, com forte participação governamental na
subvenção dos prêmios, garantindo previsibilidade e estabilidade para os produtores.
Na Europa, embora haja variações entre os países, a média de cobertura também é
elevada, com políticas de apoio vinculadas à Política Agrícola Comum (PAC), que
integra mecanismos de seguro como ferramenta essencial para a gestão de riscos
climáticos e de mercado. Esse suporte institucional reduz a vulnerabilidade dos
produtores e fortalece a competitividade do setor agrícola nessas regiões.

“O que estamos vendo é o desmonte do setor agropecuário, com a diminuição das áreas cobertas pelo seguro rural e a vulnerabilidade dos produtores, em especial pequenos e médios. O secretário Nacional de Política Agrícola, Guilherme Campos, afirmou que há um estudo para um novo tipo de seguro e estamos na expectativa, porque atualmente a produção está em
grave risco”, alertou Tirso Meirelles (foto), presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Já no Brasil, a realidade é distinta: o PSR, que deveria estimular a contratação de apólices, enfrenta cortes recorrentes no orçamento e atrasos na liberação de recursos. Como resultado, a área segurada no país tem diminuído nos últimos anos, afetando especialmente pequenos e médios produtores, que possuem menor capacidade financeira para absorver perdas decorrentes de quebras de safra. Nos últimos três anos a área coberta caiu 47%, apesar dos eventos climáticos extremos.

A baixa cobertura expõe esses agricultores a riscos crescentes em um cenário de
mudanças climáticas e instabilidade nos preços das commodities, fragilizando não
apenas a renda das famílias rurais, mas também a resiliência da própria produção
agrícola nacional. “Como motor da economia nacional, o setor deveria ter uma
atenção especial do governo, mas é fragilizado a cada decisão equivocada da política
econômica”, concluiu Meirelles.

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Expofruit 2025 conecta Brasil a compradores de quatro continentes e gera milhões em negócios

Expofruit 2025 conecta Brasil a compradores de quatro continentes e gera milhões em negócios

Evento reuniu mais de 45 mil pessoas e superou expectativas com rodada internacional que conectou produtores brasileiros a compradores de quatro continentes

Mossoró (RN) se consagrou, mais uma vez, como a capital mundial da fruticultura tropical. A Expofruit 2025 — maior feira do setor na América Latina — bateu recordes e movimentou mais de R$80 milhões em negócios, reunindo mais de 45 mil visitantes e confirmando o protagonismo do Rio Grande do Norte no cenário global. Durante três dias, produtores, compradores e investidores de quatro continentes estiveram conectados em uma vitrine de inovação, sustentabilidade e grandes oportunidades.

Com o tema “Sustentabilidade e Inovação: Fruticultura Tropical Responsável”, a feira transformou Mossoró em um verdadeiro polo de negócios internacionais, com mais de 300 estandes de 13 países, além da Rodada Internacional Exporta Mais Brasil – Frutas Frescas, que aproximou empresas brasileiras de importadores estratégicos da Europa, Ásia, América do Norte, África e América do Sul. O saldo não poderia ser mais positivo: somente a rodada gerou cerca de US$6 milhões em acordos comerciais, consolidando a Expofruit como o principal evento de fruticultura do Brasil e da América Latina.

Para Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (COEX/RN), entidade realizadora da feira, a Expofruit 2025 foi um grande sucesso, grandiosa, muito visitada e com destaque para a Rodada Internacional de Negócios, no Hotel Thermas. “Nesses três dias vimos uma incrível visitação em todos os pontos de realização da feira. Na Rodada Internacional de Negócios acolhemos treze importadores de diversos continentes, negociando com produtores de frutas de todo o Brasil através de programas Exporta Mais Brasil, da Agência de Promoção e Exportação – ApexBrasil. Foi um ano realmente brilhante, em que tivemos mais de 300 expositores de 13 países e uma estimativa de mais de 80 milhões de reais negociados nos três dias de Expofruit. Muitas empresas multinacionais, cerca de 65% delas. Foi muito bom! Tivemos a participação de órgãos diversos órgãos públicos e entidades nacionais e locais. Realmente foi um ano brilhante e só temos a agradecer a colaboração, a presença e a participação do SEBRAE, sempre muito forte conosco, fazendo com que tudo isso se transforme num caso de sucesso”, comemorou

Já o diretor comercial da Expofruit, João Manoel, comemorou os resultados desta que foi a maior edição da história do evento. “O entusiasmo e o orgulho definem nosso sentimento, com 100% de satisfação de todos os clientes que estiveram presentes, já que todos fecharam negócios. Com a presença de 13 países participando da feira, a Expofruit já é uma feira consolidada como a maior do Brasil e da América Latina, mas, neste ano, o grande diferencial foi a Rodada Internacional de Negócios, que movimentou um expressivo volume de acordos, reforçando ainda mais a relevância do evento para o setor”, afirmou.

Destaque para os Negócios Internacionais

Promovida pela ApexBrasil em parceria com o Sebrae-RN, a rodada de negócios foi um dos grandes highlights da feira. Realizada nos dias 20 e 21 de agosto, no Hotel Thermas, o evento facilitou reuniões pré-agendadas (matchmaking) entre produtores nacionais e compradores estrangeiros de países da Europa, Ásia, América do Norte, África e América do Sul, gerando expectativa de negócios robustos para os próximos meses.

De acordo com a avaliação do diretor-técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, a edição 2025 da Expofruit superou todas as expectativas e consolidou-se como um marco para o agronegócio potiguar. “Tivemos uma feira de alta qualidade, focada em negócios, com destaque para a rodada internacional que reuniu 13 compradores estrangeiros e gerou cerca de 6 milhões de dólares em contratos, além de um seminário técnico na Ufersa que apresentou inovações e oportunidades de mercado. O evento também fortaleceu o movimento Feito Potiguar, com a entrega do selo a oito empresas, estimulou a cajucultura com novas perspectivas para pequenos produtores, ampliou o acesso a crédito por meio da presença de grandes instituições financeiras e garantiu maior inserção internacional ao entrar definitivamente no calendário estratégico da ApexBrasil. Para o Sebrae-RN, foi um momento decisivo de apoio, conexão e valorização dos empreendedores locais, reafirmando nosso compromisso de transformar potencial em resultados concretos para o setor”.

E fechando as análises dos realizadores da feira, o professor Rodrigo Codes, reitor da Ufersa, reforçou a importância dessa longa parceria e dos benefícios que a Expofruit traz para Mossoró e todo o Rio Grande do Norte. “Essa é mais uma edição em que a Ufersa marca presença na promoção da Expofruit e, assim como em todo o evento, a avaliação é de sucesso e certeza de renovação da parceria. Neste ano, consolidamos os espaços de exposição das nossas pesquisas e ciência desenvolvida pela nossa comunidade acadêmica em prol do fortalecimento da nossa fruticultura”, destacou.

Avaliação positiva e recordes superados

  • A consolidação da Rodada Internacional de Negócios como um canal vital para exportações.
  • A integração do pequeno produtor em uma cadeia de valor global e sofisticada.
  • A demonstração prática de como tecnologia, inovação e sustentabilidade andam juntas no campo.
  • O reforço de Mossoró e do Rio Grande do Norte como o hub incontestável da fruticultura tropical responsável.

A feira, que já é tradição no calendário nacional do agronegócio, se despede de Mossoró já planejando a próxima edição, em 2027, e deixando um legado de negócios,  números impressionantes, parcerias e a reafirmação da fruticultura irrigada do RN como líder nacional na exportação de frutas.

Sobre Expofruit

Considerada o evento de fruticultura tropical irrigada mais importante do Brasil, a Expofruit a cada edição conquista mais atenção de grandes investidores. A feira tem como objetivo o apoio ao setor frutícola potiguar, garantindo a participação de produtores de todo o estado em um evento que viabilize a comercialização da produção e promova novos negócios, inclusive exportações. 

A Expofruit 2025 foi uma realização do COEX – Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN) e da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), com a promoção da Promoexpo.  A feira teve o patrocínio do Governo Federal, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, da Prefeitura de Mossoró/RN, da Secretaria da Agricultura da Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte, do Banco do Nordeste, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil e da Neoenergia Cosern.

Também contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Governo Cidadão, Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn),  Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), Sistema Fiern, Sistema Faern/Senar, Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN (Crea/RN), do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e da OCP Brasil. Além do apoio de mídia da Editora Gazeta, do Notícias Agrícolas, do Sistema Tribuna e da TCM.

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