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Consórcio de culturas eleva sustentabilidade e produtividade no campo
A integração das lavouras de grãos e pastagem com braquiária em uma fazenda de Mato Grosso mostra-se um método eficiente, gerando benefícios econômicos e ambientais, além de transformar o solo em um aliado do produtor
O uso do consórcio agrícola ganha força no Brasil, especialmente em regiões de clima desafiador. A prática de plantar diferentes culturas na mesma área promete melhorar a saúde do solo, controlar pragas e ervas daninhas e, acima de tudo, aumentar a produtividade agrícola. A experiência de produtores locais mostra que esse método beneficia o meio ambiente e também proporciona uma economia significativa.
Em uma propriedade de 2.500 hectares em Jaciara, em Mato Grosso, o consórcio trouxe resultados expressivos para a produtividade e a sustentabilidade. A prática, que envolve o plantio simultâneo ou em sequência de culturas variadas, criou uma “palhada” de proteção no solo, reduzindo a temperatura e preservando a umidade. De acordo com Bruno Eduardo Cavamura, engenheiro agrônomo e representante de vendas da Sell Agro, responsável pela condução das lavouras, a palhada funciona como uma espécie de camada protetora, diminuindo em até 10 graus a temperatura do solo em épocas mais secas, o que ajuda a manter a umidade e a saúde das plantas.
Essa cobertura de solo é uma das grandes vantagens do consórcio. Ao criar uma barreira contra a luz solar direta, a palhada mantém a terra fresca e úmida, uma característica importante em regiões onde a precipitação é irregular. Estudos indicam que a retenção hídrica gerada pela integração pode resultar em ganhos de produtividade de 6 a 12 sacas de soja por hectare em anos de seca, variando conforme o talhão, um aumento significativo na rentabilidade. “Esse ganho faz toda a diferença no bolso, especialmente em períodos críticos”, destaca Cavamura.
Raízes profundas, maior nutrição
A braquiária, gramínea de raízes profundas que pode atingir até dois metros de profundidade, desempenha um papel central nesse sistema. Suas raízes ajudam a fixar carbono e reter nutrientes, contribuindo para a formação de matéria orgânica no solo. “É como se o solo tivesse uma vida própria: a braquiária, ao morrer, deixa raízes que se transformam em matéria orgânica e criam microporos essenciais para a estrutura e fertilidade do solo”, observa o engenheiro agrônomo. Esses microporos não só facilitam a infiltração de água, mas também melhoram a aeração, reduzindo a erosão e promovendo a retenção de umidade.
Esse processo de decomposição é essencial para a criação de uma estrutura que facilita a oxigenação e permite que a água alcance camadas mais profundas. A decomposição gradual das raízes cria canais naturais por onde a água percola no solo, evitando que a chuva escorra superficialmente e cause erosão. Assim, o solo fica mais preparado para enfrentar períodos de estiagem, com uma estrutura que armazena água para as culturas de maneira eficiente.
Redução de defensivos
Outro aspecto positivo do consórcio é a redução do uso de defensivos agrícolas. A rotação e diversidade de culturas, como a combinação de leguminosas (soja) com gramíneas (milho e braquiária), reduzem o ambiente favorável para pragas e doenças, o que diminui a necessidade de pesticidas. “Com menor pressão de pragas e ervas daninhas, o produtor pode economizar em produtos químicos, além de reduzir o impacto ambiental”, explica Cavamura.
A aplicação de defensivos agrícolas, inclusive, passou por uma revolução tecnológica nos últimos anos. Atualmente, a propriedade em Jaciara utiliza adjuvantes multifuncionais, que são produtos que otimizam a aplicação dos defensivos na calda, potencializando a absorção das plantas e reduzindo o volume necessário. “Com o uso de adjuvantes, conseguimos reduzir o volume de insumos aplicados, de 120 para 30 litros por hectare, um ganho impressionante em eficiência e economia”, relata Alexandre Gazoni, engenheiro agrônomo e diretor comercial da Sell Agro. A tecnologia também permite uma aplicação terrestre ou aérea mais precisa, incluindo o uso de drones, o que amplia as possibilidades de manejo e controle.
Além da eficiência, o adjuvante auxilia na ordem de mistura dos produtos aplicados, evitando reações indesejáveis que possam comprometer a eficácia dos defensivos. “Hoje em dia, a tecnologia nos ajuda a misturar vários produtos sem riscos de reações químicas prejudiciais, o que otimiza o manejo e os resultados na lavoura”, complementa Gazoni.
Maximizando o uso do solo
Em algumas propriedades, a estratégia vai além das culturas vegetais e integra também a pecuária. Nessas áreas, o gado é solto para pastejar sobre os resíduos das culturas, aproveitando o material remanescente, como espigas de milho deixadas no campo. Esse sistema de integração lavoura-pecuária promove uma economia circular, onde cada etapa maximiza o aproveitamento dos recursos disponíveis. A presença dos bois traz benefícios adicionais para o solo, ao promover a reciclagem de nutrientes e a fertilização natural da área.
Cavamura observa que, em anos de boas colheitas, os resíduos da colheita de milho são suficientes para alimentar o gado, gerando economia com rações e aproveitando uma ‘brecha’ no ciclo produtivo. “Essa integração é uma ferramenta valiosa para quem quer manter o solo fértil e obter retorno econômico em mais de uma frente”, destaca.
O manejo, aliado a tecnologias de ponta, revela-se uma estratégia essencial para a agricultura moderna, que precisa ser tanto produtiva quanto sustentável. Ao integrar práticas inovadoras com o respeito aos ciclos naturais, os produtores rurais estão construindo um futuro ainda mais promissor. “O consórcio é uma solução econômica e ambiental que beneficia a todos. Buscar tecnologia para aperfeiçoar o processo vai garantir melhores resultados. Esse é o caminho”, finaliza Gazoni.
Sobre a Sell Agro
Fundada em 2007, a Sell Agro atua na produção de adjuvantes agrícolas, com sede em Rondonópolis-MT, e estrutura moderna com amplo laboratório de pesquisa e equipe altamente qualificada, composta por engenheiros químicos e agrônomos. As soluções da empresa têm foco na geração de economia e, ainda, em potencializar os resultados das lavouras. Mais informações: https://sellagro.com.br.
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Chemitec Agro-Veterinária alerta para o início do ciclo dos carrapatos e a necessidade de prevenção dos rebanhos
Infestação de carrapatos acontece nos meses mais quentes do ano e produtor deve adotar práticas para evitar doenças
A época dos carrapatos chegou e os produtores rurais precisam adotar medidas preventivas para evitar danos ao rebanho e à produção. O alerta é da Chemitec Agro-Veterinária, empresa especializada em medicamentos e soluções inovadoras para a saúde de pequenos e grandes animais. De acordo com a empresa, entre outubro e março, ocorre o ciclo do carrapato, quando há uma proliferação dos parasitas, que liberam ovos diretamente nas pastagens.
Gabriel Krause Piccin, médico-veterinário e gerente regional da Chemitec, explica que, com temperaturas elevadas e o clima mais úmido, o ambiente fica propício para a rápida multiplicação de parasitas, principalmente do Rhipicephalus microplus, conhecido como carrapato do boi. Segundo ele, uma fêmea desta espécie é capaz de gerar até 5.000 ovos durante toda a sua vida, o que explica a rápida infestação.
“As fêmeas liberam os ovos nos pastos. Estes ovos, com o calor, rapidamente se transformam em larvas e em carrapatos adultos. Os parasitas entram em contato com o rebanho e se alimentam diretamente do sangue dos animais, podendo transmitir uma série de doenças, incluindo a Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Este ciclo é um problema constante e requer ações preventivas. Além das sérias consequências para a saúde dos animais, os carrapatos representam uma grande ameaça à produção, tanto do gado de corte como de leite”, destaca.
A TPB é causada pelos protozoários Babesia e pela bactéria Anaplasma marginale, transmitidos diretamente pelos carrapatos. Eles também transmitem outras doenças, como Febre Maculosa e Doença de Lyme. “Não podemos deixar de citar que os carrapatos também causam muita coceira e feridas, o que favorece a proliferação de outras bactérias”, alerta.
De acordo com o médico-veterinário da Chemitec, o melhor caminho para evitar todos estes problemas e os consequentes impactos na produção é a prevenção, com uso de medicamentos específicos e o manejo adequado. Com a chegada da primavera, o produtor já deve começar a realização de tratamentos estratégicos do rebanho. “Nesta época do ano, com a aplicação de alguns carrapaticidas e o manejo rotacionado de pastagens, o produtor tem a tranquilidade de fazer o melhor para o seu rebanho, e ajudam a manter a infestação em níveis controlados garantindo a saúde dos animais e a manutenção da produção”, destaca.
A Chemitec Agro-Veterinária, com mais que 30 anos de mercado, possui em seu portfólio medicamentos que, se aplicados corretamente, ajudam no combate e na prevenção da TPB. Tratam-se do Chemitril 10% e o Beroseg 7% ou Plus. O Chemitril 10% é um antibiótico que interrompe imediatamente a destruição das células sanguíneas, causada pela anaplasmose, e o animal volta a se alimentar e beber água. Já o Beroseg 7% e o Beroseg Plus são anti-hemoparasitários altamente eficazes no combate do protozoário Babesia, garantindo a recuperação dos glóbulos vermelhos e, consequentemente, o retorno à produção.
Apesar da facilidade do manejo e administração das doses, Piccin alerta que é sempre necessário consultar uma médico-veterinário antes de adotar um programa e prevenção.”Além do uso de medicamentos, outra dica importante que pode ajudar o produtor é fazer a rotação das pastagens, sempre deixando uma parte do pasto sem bovinos por um período. Sem animais em contato, há uma quebra do ciclo de vida dos carrapatos”, acrescenta Piccin.
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Louis Dreyfus Company leva educação ambiental a cerca de 1.500 crianças em SP e MG
Em sua 12ª edição, a iniciativa já beneficiou mais de 11 mil crianças do ensino fundamental de escolas públicas
A Louis Dreyfus Company (LDC) deu início a 12ª edição do seu programa Juntos Pelo Meio Ambiente (JPMA), voltado para alunos do ensino fundamental de escolas públicas. Neste ano, cerca de 1.500 crianças de 29 escolas em municípios de São Paulo e Minas Gerais participarão das atividades.
Ao longo do programa, os estudantes visitam as fazendas de frutas cítricas gerenciadas pela LDC, onde aprendem sobre citricultura, reciclagem e preservação ambiental por meio de experiências práticas. As atividades incluem oficinas educativas, passeios guiados e o plantio de mudas nativas — já são mais de 10 mil mudas plantadas desde o início da iniciativa em 2012.
Em 2024, o projeto foi ampliado para envolver toda a cadeia de valor do suco, com a realização de palestras e ações em escolas públicas dos municípios onde estão localizadas as fábricas da LDC: Bebedouro (SP), Matão (SP), Paranavaí (PR) e o Terminal de Sucos no porto de Santos (SP). Neste ano, estão programadas atividades como o plantio de mudas nativas em escola de Bebedouro, apresentações teatrais na cidade de Santos e oficinas de educação ambiental com tour guiado nas unidades de Matão e Paranavaí, onde os alunos terão a oportunidade de conhecer de perto o processo de produção do suco. Todas as ações são coordenadas e executadas com o apoio de cerca de 200 colaboradores voluntários da companhia.
“Quando uma criança entende desde cedo que suas escolhas e ações impactam o meio ambiente, ela começa a enxergar o mundo com mais responsabilidade. O programa JPMA planta essa semente: de que sustentabilidade não é um tema distante, mas parte do dia a dia. É gratificante ver como elas absorvem esse conteúdo, podendo levar para casa e compartilhar com suas famílias, influenciando hábitos e atitudes. Os relatos dos professores também são muito positivos — eles destacam que as atividades práticas complementam o conteúdo aprendido em sala de aula e ajudam a formar cidadãos mais conscientes”, afirma Julia Moscardini, Gerente de Sustentabilidade de Sucos da LDC no Brasil.
A edição de 2025, que deve impactar cerca de 25 cidades e mais de 1.500 crianças, está prevista para ser concluída até o início de dezembro. Desde sua criação, o programa JPMA já impactou mais de 11 mil estudantes, promovendo vivências práticas e educativas nas unidades da LDC.
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50 anos do Proálcool: o Brasil como potência verde
*Por Mário Campos, presidente da Bioenergia Brasil e SIAMIG Bioenergia
Em 14 de novembro de 1975, o governo brasileiro instituiu o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), uma resposta estratégica à crise mundial do petróleo e à forte dependência do país em combustíveis fósseis. Meio século depois, o programa se consolidou como um dos mais importantes marcos de política pública no setor energético, responsável por posicionar o Brasil entre os líderes globais em biocombustíveis.
Ao longo desses 50 anos, os resultados foram expressivos. O Proálcool reduziu a vulnerabilidade externa do país, impulsionou a agroindústria da cana-de-açúcar, fomentou a interiorização da produção e gerou milhares de empregos nas cadeias agrícola e industrial.
No campo ambiental, o etanol, cujo protagonismo nasceu com o Proálcool, transformou o Brasil em uma das nações com menor intensidade de carbono no setor de transportes leves. Atualmente, cerca de 45% desse mercado é atendido pelo etanol, contribuindo diretamente para a diminuição da poluição urbana e para a melhoria da qualidade de vida em nossas cidades.
O programa, ao transformar o país, também evoluiu para uma estratégia nacional de longo prazo. O etanol permanece como um dos principais vetores da transição energética brasileira. Esse amadurecimento se refletiu em políticas modernas, como o RenovaBio, o Combustível do Futuro e o programa Mover. Hoje, dispomos de metodologia científica robusta, a Análise de Ciclo de Vida, que quantifica emissões desde a produção até o uso dos combustíveis. Essa análise demonstra que a frota brasileira de veículos leves é a mais sustentável do mundo.
Às vésperas da COP30, o Brasil apresenta ao mundo um exemplo concreto e bem-sucedido de transição energética sustentável, não apenas teoria, mas resultados comprovados.
O país está preparado para compartilhar sua experiência e inspirar outras nações comprometidas com uma transição energética consistente, eficaz e duradoura. O Proálcool, ao completar meio século, reafirma o papel do Brasil como líder natural da economia verde global.
