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Como o ESG está transformando a indústria dos adjuvantes

Como o ESG está transformando a indústria dos adjuvantes

*Por Leandro Viegas

Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem passado por uma profunda transformação, impulsionada por práticas que visam não apenas a eficiência produtiva, mas também a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a governança corporativa. Essas três letras – ESG (Environmental, Social, and Governance) – têm moldado as estratégias de empresas em todos os segmentos do setor, incluindo a indústria de adjuvantes agrícolas, um mercado em plena expansão.

ESG é uma sigla que se refere a critérios ambientais, sociais e de governança que as empresas adotam para garantir operações sustentáveis e responsáveis. No contexto do agro, esses critérios se tornaram essenciais para as companhias que buscam não apenas crescimento econômico, mas também, objetivam contribuir positivamente para o meio ambiente e a sociedade.

A agricultura, sendo uma das principais atividades econômicas do Brasil e está diretamente ligada à utilização de recursos naturais, como solo, água e biodiversidade. Portanto, práticas sustentáveis são fundamentais para garantir que esses recursos sejam preservados para as futuras gerações. Além disso, a crescente demanda por transparência e ética nas operações coloca a governança corporativa no centro das atenções.

Crescimento e inovação no mercado de adjuvantes

A expansão do agronegócio no Brasil tem impulsionado o rápido crescimento do mercado de adjuvantes agrícolas. Em 2023, o País já respondia por cerca de 20% do mercado global dessas soluções, com um crescimento anual em torno de 7,5%. Esse aumento é resultado da crescente demanda por práticas agrícolas que sejam ao mesmo tempo sustentáveis e eficientes.

No cenário global, o mercado de adjuvantes também tem mostrado um aumento expressivo nos últimos anos. Avaliado em aproximadamente US$ 3,3 bilhões em 2023, o mercado global projeta uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,2% até 2028. Esse avanço é impulsionado pela necessidade de otimizar a eficácia dos defensivos agrícolas e fertilizantes, ao mesmo tempo em que se busca minimizar os impactos ambientais.

Mas, com essa crescente pressão por práticas ESG, as cadeias de suprimento na indústria de adjuvantes estão sendo reestruturadas para garantir maior transparência e sustentabilidade. Cerca de 40% das empresas do setor relataram ter revisado seus fornecedores para garantir conformidade com padrões ambientais e sociais até 2023. Isso inclui a preferência por fornecedores que utilizam matérias-primas certificadas e práticas de baixo impacto ambiental.

Isso prova que elas estão investindo em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente. E isso inclui o desenvolvimento de adjuvantes biodegradáveis, que se decompõem naturalmente, reduzindo a contaminação do solo e da água. Por exemplo, a Sell Agro, que é especialista nestas tecnologias para o setor, exige de seus fornecedores o atestado de biodegradabilidade ao homologar qualquer matéria-prima.

Além disso, há um foco crescente em reduzir as emissões de carbono ao longo da cadeia de produção e distribuição. Isso inclui a otimização de processos industriais para reduzir o consumo de energia e a utilização de fontes de energia renovável. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), práticas agrícolas sustentáveis podem contribuir para a redução de até 20% das emissões globais de gases de efeito estufa, demonstrando a importância de adjuvantes que ajudem a alcançar essas metas.

A adoção de adjuvantes agrícolas alinhados aos princípios ESG tem contribuído para a redução do uso de água na agricultura. Estudos mostram que estas soluções eficientes podem reduzir o consumo de água em até 30%, o que é crucial em regiões sujeitas a escassez hídrica. Além disso, cerca de 25% das empresas estão adotando energias renováveis em seus processos produtivos, como parte das metas de ESG. Essa mudança tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em até 15% ao longo da cadeia produtiva.

Impacto social e governança

O pilar social do ESG também é importante. Empresas do setor têm se comprometido com práticas de trabalho justas, promovendo a inclusão e o desenvolvimento profissional de suas equipes, além de apoiar as comunidades locais onde operam. Projetos de educação e capacitação, especialmente em áreas rurais, são exemplos de como a indústria de adjuvantes agrícolas está contribuindo para o desenvolvimento social. Por exemplo, em 2022, o setor de adjuvantes agrícolas no Brasil contribuiu com mais de R$ 500 milhões em investimentos sociais, beneficiando diretamente mais de 300 mil pessoas em comunidades rurais.

No que tange à governança, a transparência e a ética nos negócios são cruciais. As companhias comprometidas com ESG adotam práticas de governança que asseguram a conformidade com leis e regulamentos, além de promover a equidade em seus conselhos administrativos. Certificações como a ISO 14001 (Gestão Ambiental) e a ISO 45001 (Segurança e Saúde no Trabalho) são cada vez mais buscadas pelas empresas do setor, com mais de 60% das grandes marcas nacionais que desenvolvem essas soluções, já possuindo essas certificações em 2023.

A incorporação dos princípios ESG na indústria de adjuvantes agrícolas não é apenas uma tendência, mas uma necessidade, especialmente em um mercado cada vez mais exigente e consciente. Aquelas que priorizam ESG estão melhor posicionadas para atender às demandas globais por sustentabilidade e responsabilidade, além de conquistar a confiança de consumidores e investidores.

Ao se alinhar a esses princípios, a indústria não apenas contribui para um agro mais sustentável, mas também garante sua competitividade em um mercado global em rápida evolução. O futuro do setor, sem dúvida, passará por uma transformação que valoriza tanto o crescimento econômico quanto o bem-estar social e ambiental. Com investimentos contínuos em inovação, pesquisa e desenvolvimento, as empresas estão prontas para liderar essa transformação, assegurando que o agronegócio brasileiro continue a ser um exemplo de sustentabilidade e responsabilidade global.

*Leandro Viegas é Administrador, bacharel em Direito e CEO da Sell Agro

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54ª Expofeira do Amapá movimentou R$ 1,1 bilhão em negócios; agro teve destaque com R$ 248,7 milhões

Governador do Amapá, Clécio Luís, divulga balanço da Expofeira

Evento gerou 100 mil empregos formais e recebeu 2,6 milhões de visitantes

A 54ª Expofeira do Amapá se encerrou no último dia 07 e seus resultados foram divulgados nesta quinta-feira.  O evento, que aconteceu em Macapá, movimentou R$ 1,1 bilhão em negócios, atraiu cerca de 2,6 milhões de visitantes e registrou, durante a sua realização, a marca expressiva de 100 mil empregos formais no estado.

“A grande vitrine de negócios éticos do Brasil, que impulsionam o desenvolvimento do Amapá movimentou R$ 1,1 bilhão. Começamos a caminhar com as nossas próprias pernas e tudo que for preciso, nós vamos fazer para atrair novas empresas, manter as que já estão, para incentivar o empreendedorismo local e gerar empregos. Esse foi e sempre será o papel da Expofeira”, destacou o governador do Amapá, Clécio Luís.

A Expofeira movimentou recursos em diferentes setores da economia, fortalecendo desde grandes investimentos até iniciativas voltadas a pequenos empreendedores. Foram eles:

  • R$ 139 milhões – Operações de crédito e financiamento com o Banco da Amazônia (Basa)
  • R$ 582 milhões – Negociação com a Mina Tucano, consolidando a mineração como um dos motores da economia.
  • R$ 15 milhões – Projetos de Reurb, garantindo avanços em regularização fundiária.
  • R$ 12,6 milhões – Setor de gastronomia, impulsionado pela diversidade culinária da feira.
  • R$ 6 milhões – Vendas de concessionárias de veículos.
  • R$ 24 milhões – Negócios no setor imobiliário.
  • R$ 7,2 milhões – vendas de empreendedores populares.
  • R$ 609 mil – Empresas do Selo Amapá, voltadas à valorização da produção local.
  • R$ 575 mil – Programa Minha Primeira Empresa, incentivando novos negócios.
  • R$ 5 milhões – Comercialização no setor de bebidas e entretenimento.
  • R$ 1,5 milhão – Parque de diversões instalado no espaço da feira.
  • R$ 540 mil – Operação do estacionamento do Parque de Exposições.

Agronegócio

O agronegócio teve destaque na feira, com investimentos que reforçam a produção rural e a modernização do campo.

  • R$ 139,5 milhões – Plano Safra, voltado ao financiamento da produção agrícola.
  • R$ 95 milhões – Aquisição de máquinas agrícolas e implementos da Codevasf.
  • R$ 12 milhões – Amapá AgroSummit, com foco em inovação e tecnologia no campo.
  • R$ 2 milhões – Leilões e comercialização direta de animais e produtos.
  • R$ 124 mil – Negócios dos expositores do Rurap.
  • R$ 127 mil – Vitrine do Produtor, espaço dedicado a pequenos agricultores.

O evento também se destacou como espaço de fortalecimento das relações comerciais, reunindo mais de 100 empresários do Brasil e do mundo, como da Câmara de Comércio Brasil China. Uma delegação da Guiana Francesa, composta pelo Centro Técnico de Gestão (CTG), pela Câmara de Comércio e pelo Comitê de Turismo, também participou das agendas.

Além disso, estiveram presentes instituições estratégicas como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Petrobras Transporte (Transpetro), a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), além da própria Petrobras, que participou pela primeira vez com um estande exclusivo do setor de petróleo e gás.

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Selgron leva tecnologias de seleção de grãos em road show pelo Paraná

Selgron leva tecnologias de seleção de grãos em road show pelo Paraná

Empresa catarinense percorre o estado vizinho com demonstrações itinerantes, aproximando tecnologia, clientes e empresas

A catarinense Selgron, especializada em soluções para automação de processos no setor agrícola e alimentício, está percorrendo cidades do Paraná em um road show para apresentar suas tecnologias a clientes e empresas do setor. A iniciativa passa, ao longo desta semana, de 8 a 12 de setembro, por Piraí do Sul, Maringá, Apucarana, Tamarana, Castro e Curitiba.

O road show é uma estratégia de apresentação itinerante, utilizada pela Selgron para levar suas soluções em automação diretamente aos clientes e parceiros. Desta vez, a proposta da empresa é mostrar na prática como funcionam suas selecionadoras ópticas, equipamentos que utilizam tecnologia avançada para garantir maior precisão, qualidade e eficiência na classificação de diferentes tipos de grãos, como feijão, soja, arroz e milho — foco da recente ação.

Segundo a companhia, que tem sede em Blumenau (SC), o principal objetivo da iniciativa é aproximar a tecnologia da realidade dos clientes. “Ao levarmos os equipamentos para testes em campo, criamos uma oportunidade de contato direto com a solução, permitindo que os clientes entendam como ela pode agregar valor à sua operação, reduzindo perdas e aumentando a padronização da produção”, destaca Diogo Augusto Hank, coordenador de vendas da Selgron.

Com duas selecionadoras em demonstração, o road show tem despertado interesse de agricultores e empresas ligadas à cadeia produtiva. Para os produtores, a iniciativa representa uma chance de conhecer de perto recursos que podem impactar a qualidade dos grãos entregues ao mercado e, consequentemente, a competitividade do agronegócio paranaense.

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Inscrições abertas para fórum no Recife sobre oportunidades de investimentos e desafios regionais

Imagem: Freepik

Evento promovido pela ABDE conta com a participação de representantes do Sistema Nacional de Fomento, governo e setor empresarial

Estão abertas as inscrições para o Fórum Debate – Oportunidades de Investimentos e Desafios Regionais, que será realizado no próximo 17 de setembro, no Sebrae Pernambuco, no Recife. O encontro, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) em parceria com a Ceplan e apoio do Sebrae, vai reunir empresários da região, governo, representantes do Sistema Nacional de Fomento (SNF) e especialistas em desenvolvimento econômico.

O evento integra o circuito nacional de debates organizado pela ABDE como preparação para a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA). Nesse sentido, o evento é uma oportunidade de promover o diálogo entre os formuladores de políticas públicas, instituições financeiras de desenvolvimento, atores estratégicos ligados à temática e sociedade civil, para ampliar o financiamento na região e alavancar a economia no Nordeste.

A programação, das 9h às 17h, está estruturada em três mesas temáticas que irão tratar de setores estratégicos para a economia regional: Agroindústria Sustentável, Inovação e Indústria com foco em transição energética, e Varejo, Turismo e Infraestrutura. Em cada uma delas, empresários da região irão apresentar demandas e oportunidades, seguidas por exposições de representantes do SNF sobre instrumentos de crédito e financiamento disponíveis.

Além da diretora de Crédito Digital para Micro e Pequenas Empresas do BNDES e presidente da ABDE, Maria Fernanda Coelho, o evento contará com a participação de Murilo Guerra, superintendente do Sebrae-PE, Francisco Ferreira Alexandre, superintendente da Sudene; e José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil. Também fazem parte Hugo Queiroz, superintendente Estadual de Pernambuco do Banco do Nordeste; Carla Novaes, presidente da AGE; Bruno Veloso, presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe); e Tânia Barcelar, Sócia-Diretora da Ceplan, além de diversos empresários do setor produtivo.

Programação:
9h às 10:30h – Abertura
10h30 às 12h – Mesa 1 – Agroindústria Sustentável
Moderador: Paulo Costa – Diretor-Presidente Desenbahia
• Cassiano Pereira – Presidente da Associação Nordeste Forte (Federações de Indústria dos Estados do Nordeste)
• Manoel Carnaúba – Impacto Bioenergia (BA)
• Fátima Torres – Presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Unicafes
• Márcia Kafensztok – CEO da Primar Orgânica Aquacultura
• Eduardo Italo Maia– Diretor Executivo N/NO do grupo J. Macêdo
• José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil

12h às 14h Almoço

14h às 15h30 – Mesa 2 – Inovação, Indústria e Transição Energética
Moderador: Rubén Delgado, Presidente da Softex
• Pierre Lucena – Presidente do Porto Digital
• Aristóteles Neto – Head of innovation da VIVIX
• Marília Marcato – Assessora da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
• Elias Ramos de Souza – Diretor de Inovação da FINEP

15h30 às 17h Mesa 3 – Varejo, Turismo e Infraestrutura
Moderador: Márcia Maia – Diretora-Presidente da Desenvolve RN
• Renato Cunha – Diretor Executivo do Sindiaçúcar
• Roberto Tavares – Consultor em Saneamento e sócio da Éffico
• Ângela Lima – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco – ABIH
• Inácio Miranda – Diretor Presidente da KarneKeijo e Presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores de Pernambuco (Aspa)
• José Aldemir Freire – Diretor de Planejamento do Banco do Nordeste (BNB)
• Jean Benevides – Diretor da Caixa

10h30 às 12h – Mesa 1 – Agroindústria Sustentável
Moderador: Paulo Costa – Diretor-Presidente Desenbahia

  • Cassiano Pereira – Presidente da Associação Nordeste Forte (Federações de Indústria dos Estados do Nordeste)
  • Manoel Carnaúba – Impacto Bioenergia (BA)
  • Fátima Torres – Presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Unicafes
  • Márcia Kafensztok – CEO da Primar Orgânica Aquacultura
  • Eduardo Italo Maia– Diretor Executivo N/NO do grupo J. Macêdo
  • José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil

12h às 14h Almoço
14h às 15h30 – Mesa 2 – Inovação, Indústria e Transição Energética
Moderador: Rubén Delgado, Presidente da Softex

  • Pierre Lucena – Presidente do Porto Digital
  • Aristóteles Neto – Head of innovation da VIVIX
  • Marília Marcato – Assessora da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
  • Elias Ramos de Souza – Diretor de Inovação da FINEP

15h30 às 17h Mesa 3 – Varejo, Turismo e Infraestrutura
Moderador: Márcia Maia – Diretora-Presidente da Desenvolve RN

  • Renato Cunha – Diretor Executivo do Sindiaçúcar
  • Roberto Tavares – Consultor em Saneamento e sócio da Éffico
  • Ângela Lima – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco – ABIH
  • Inácio Miranda – Diretor Presidente da KarneKeijo e Presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores de Pernambuco (Aspa)
  • José Aldemir Freire – Diretor de Planejamento do Banco do Nordeste (BNB)
  • Jean Benevides – Diretor da Caixa

Serviço
Fórum Debate ABDE – Oportunidades de Investimentos e Desafios Regionais
17 de setembro de 2025
9h às 17h
Sebrae Pernambuco – Rua Tabaiares, 360, Ilha do Retiro, Recife/PE

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