Destaque
A criação da nova Secretaria de Direitos Digitais e a sua relação com a lei LGPD

Como a importância da transformação digital para a população brasileira pode ser apoiada pela união entre a nova Secretaria de Direitos Digitais e a lei LGPD de amparo às empresas e aos cidadãos
*Por Sérgio Antonio Coelho
Como divulgado em novembro de 2023, o MJSP, Ministério da Justiça e Segurança Pública, anunciou a Secretaria de Direitos Digitais e a criação de uma estrutura governamental, cuja responsabilidade terá como foco assuntos relacionados à tecnologia e à internet. Enquanto responsável pela Secretaria, a advogada Estela Aranha, antes assessora de direitos digitais do Ministério, considera este um passo de grande importância para a transformação digital no Brasil, principalmente quanto à proteção dos direitos e das liberdades públicas que a população deve ter no espaço digital.
Segundo o MJSP, as atribuições da nova secretaria têm relação direta com a avaliação e proposição de medidas para a segurança do ambiente cibernético. Enquanto isso, propõe a criação de uma biblioteca virtual para auxiliar mães, pais e responsáveis a protegerem seus filhos durante o uso do ambiente digital, principalmente das redes sociais, bem como a atuação na formulação, proposição e implementação de ações de direitos frente a esses ambientes digitais, incluindo a oferta de apoio às vítimas de crimes digitais e o aperfeiçoamento da legislação quanto à proteção de dados colhidos na internet.
A relação entre as leis LGPD com a Secretaria de Direitos Digitais
Frente ao que explana as leis referentes à LGPD, o MPF, Ministério Público Federal, diz que o principal objetivo da lei é proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade, assim como o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, com foco em criar um cenário de segurança jurídica, desde a padronização de regulamentos e práticas para promover a proteção de dados pessoais de brasileiros, até mesmo frente aos parâmetros internacionais.
É preciso lembrar que ambos, lei LGPD e Secretaria de Direitos Digitais, têm total relação, pois há de se proteger o direito da pessoa comum de manter preservados dados que possam identificá-la, dentre as informações que são compartilhadas na internet, como seus hábitos diários, o lazer que promove, e que é comumente exposto, e o endereço de IP, por exemplo, junto aos cookies de navegação e histórico de compras.
De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, alguns questionamentos começaram a ser feitos pela legislação às empresas quanto às informações que são solicitadas para navegação ou cadastros pedidos ao consumidor/cliente. Com isso, as empresas passaram a ser cobradas acerca de um posicionamento ou explicação plausível da real finalidade do porquê decidem armazenar informações tão específicas desses consumidores/clientes. Portanto, a LGPD vem para garantir que essa relação entre empresa e seu público torne-se o mais transparente e ética possível.
Diante do Direito Digital, cujas responsabilidades são regulamentar o uso dos ambientes digitais, também tem a função de proteger as informações compartilhadas nesses ambientes. Isto significa que há uma complementação entre LGPD e Direito Digital, pois ambos prezam pela privacidade da pessoa comum nos meios digitais. Com a união desses dois segmentos, será possível garantir não somente à pessoa física, como também à pessoa jurídica, a certeza da seguridade na regulamentação das relações digitais.
Como a LGPD tem sido encarada pelo empresariado
De acordo com a Cybernews, aconteceu um megavazamento de 26 bilhões de dados expostos na Dark Web, com a inclusão de informações sensíveis e pessoais, e registros pertencentes a grandes empresas, como a chinesa Weibo. Isso corresponde a um total de 12 terabytes de conteúdo digital exposto por um agente nocivo ainda desconhecido. Entre as empresas brasileiras afetadas, Petrobrás e USP são dois grandes exemplos, somando quase 350 milhões de contas vazadas já listadas. Diante de fatos como esses, há certa preocupação frente a combinações de nomes de usuários e senhas ocasionados pela falta de segurança na internet, o que torna este um fator preponderante para que a LGPD entre em ação.
Desde 2020, ano em que a LGPD passou a vigorar e regulamentar uma série de medidas, também foram criados cargos para o tratamento de dados, impondo ao empresariado a organização de bases de aplicação e adequações às normas pedidas, como, por exemplo, a implementação de programas de compliance, com o objetivo de estabelecer códigos de conduta, a proteção e o controle de dados, a prevenção de riscos à segurança, as auditorias e as políticas internas. Da mesma forma, em caso de violação ou vazamento de dados, a empresa é obrigada a avisar imediatamente os cidadãos afetados e as autoridades sobre o ocorrido e ainda ativar um plano de contingência, com o objetivo de resolvê-lo o mais rápido possível.
Com base nessa iniciativa, a LGPD atribui ao empresariado a necessidade de elaborar termos de comprovação ao cumprimento da lei, apresentando condutas adequadas, tratamento de dados, investimento no treinamento para as boas práticas de segurança e um plano de contingência, caso haja falhas. O intuito de tais normas, além de evitar multas e sanções, é oferecer proteção não apenas à base de dados colhida e trabalhada pelas empresas, mas, também, de proteger seus clientes e todas as pessoas que utilizarem os seus serviços.
Por fim, o empresariado terá de recalcular sua rota quanto à proteção de dados dos consumidores de seus produtos. São direitos do consumidor no que tange à realização de operações junto ao comércio eletrônico. Precisamos estar cientes de que nossos consumidores necessitam de proteção aproximada, e quando o assunto é tornar a experiência de compra o mais prazerosa possível, nós, os empresários, precisamos ser peritos no assunto.
*Sérgio Antonio Coelho é Sócio e Diretor de TI da startup Kstack.

Destaque
Sem uso de inoculante, produtor abre mão de ganhos entre duas e cinco sacas de soja/ha

Com a possibilidade de ultrapassar 170 milhões de toneladas de soja na safra 2025/26, o Brasil segue consolidando a liderança global na produção da oleaginosa. Esse salto de produtividade, no entanto, seria impossível sem o uso de tecnologias entre as quais destacam-se os inoculantes, cuja adoção aumentou 50%, de acordo com dados de mercado.
Segundo estudos de instituições como a Embrapa, os inoculantes podem garantir ganhos de 9% de produtividade. Em uma lavoura de 1.000 hectares, com produtividade média de 60 sacas/ha, isso poderia representar até R$ 650 mil por safra, considerando uma média de R$ 120 por saca. A base dessa biotecnologia está na fixação biológica do nitrogênio (FBN).
“Os inoculantes contêm bactérias do gênero Bradyrhizobium que se associam às raízes da planta formando nódulos responsáveis por transformar o nitrogênio atmosférico em formas assimiláveis, reduzindo ou eliminando a necessidade de adubação nitrogenada. Isso gera economia, produtividade e menor impacto ambiental”, explica Bruno Dias Castanheira, especialista em Gerenciamento de Produtos da Rovensa Next Brasil.
Porém, embora sejam populares entre os grandes produtores, poucos se atentam ao fato de como a qualidade de formulação impacta o sucesso da aplicação. Um inoculante eficaz precisa garantir alta concentração de células viáveis e protegê-las contra o calor, a baixa umidade, a exposição ao sol e resistir à mistura com defensivos.
“Mais importante do que o volume aplicado é a viabilidade da bactéria. A preocupação deve ser com o número de células viáveis de Bradyrhizobium ativas e sua capacidade de formar nódulos”, aponta Castanheira. Dados da Embrapa recomendam o mínimo de 1,2 milhão de células viáveis, já considerando possíveis perdas durante o processo de fabricação e o tratamento das sementes.
A linha Atmo, um dos carros-chefes do portfólio da empresa, exemplifica este cuidado. Produzida com fermentação controlada, totalmente isenta de contato externo e envase livre de contaminação, a linha garante maior estabilidade e sobrevivência das bactérias até o momento da simbiose com a planta, mesmo em ambientes hostis. Esta formulação exclusiva permite o uso de baixas doses.
Um avanço recente é o uso da coinoculação, que combina diferentes micro-organismos para potencializar os efeitos no campo. Um exemplo é a associação de Bradyrhizobium com Azospirillum brasilense, representado no Azzofix. O produto, além de auxiliar na FBN, contribui com a produção de metabólitos que estimulam o desenvolvimento radicular. Ainda segundo a Embrapa, isso pode representar ganhos de até 16% de produtividade.
Outra classe de inoculante que vem ganhando destaque nas lavouras é o solubilizador de fósforo. O Phós’Up, por exemplo, é composto pela bactéria Pseudomonas fluorescens – cepa BR 14810 e, quando utilizado em coinoculação, pode ampliar ainda mais a rentabilidade do produtor.
“Os solos brasileiros têm uma característica marcante: a alta capacidade de fixar fósforo. Em geral, sua composição favorece a formação de ligações químicas fortes com o nutriente, tornando-o indisponível para as plantas. A bactéria Pseudomonas fluorescens, presente no Phós’ Up, atua produzindo metabólitos que solubilizam esse fósforo retido no solo, aumentando a disponibilidade para as mesmas. Isso representa uma vantagem estratégica ao produtor, já que se trata de um insumo de alto custo, difícil manejo e com risco moderado de escassez no futuro”, acrescenta Castanheira.
Também existem no mercado aditivos com intuito de proteger os micro-organismos e aumentar sua eficácia. A Rovensa Next disponibiliza o SynFlex, que pode ser aplicado em conjunto com os inoculantes, via tratamento de sementes ou sulco. Sua função é atenuar os efeitos de condições desfavoráveis como variações bruscas de temperatura e baixa umidade, aumentando a taxa de sucesso da simbiose.
“Os inoculantes são células vivas sensíveis, podendo ser afetadas, facilmente, pela desidratação no processo do tratamento de sementes e pela toxicidade de outros produtos adicionados à calda. O SynFlex cria uma camada de proteção, reduzindo as perdas de água e contato com aqueles agentes, garantindo a efetividade dos inoculantes”, conclui Castanheira.
Quais são as bactérias mais utilizadas na inoculação?
- Bradyrhizobium japonicum SEMIA 5079. Cepa mais tradicional no Brasil, com alta capacidade de fixação de nitrogênio e alta performance no cerrado.
- Bradyrhizobium diazoefficiens SEMIA 5080. É complementar à cepa 5079, com grande papel no conceito da coinoculação.
Principais benefícios da inoculação:
- Fornecimento eficiente e contínuo de nitrogênio;
- Redução dos custos com fertilizantes;
- Aumento da tolerância à estiagem;
- Estímulo ao crescimento radicular;
- Melhoria na absorção de nutrientes;
- Redução da emissão de gases de efeito estufa;
- Incremento na produtividade da lavoura.
Destaque
Selgron amplia portfólio com controlador de peso para produtos de até 60 kg

Solução atende demandas de indústrias como a de café, em que o peso das sacas ultrapassa o padrão dos checadores convencionais
A Selgron, empresa brasileira especializada em soluções para automação da linha final de produção industrial, acaba de lançar um novo controlador de peso com capacidade para até 60 quilos. A novidade amplia o portfólio da empresa, que já oferecia controladores de peso para produtos mais leves, com capacidade de até 5 kg, e responde à crescente demanda de setores industriais que trabalham com embalagens mais robustas, como a de café, açúcar, soja e outros grãos.
Projetado para operar de forma contínua e precisa em linhas de alta produtividade, ele combina robustez mecânica, sensores de alta performance e interface de fácil operação, garantindo o controle de peso mesmo em ambientes com grandes volumes e variações constantes de carga. O equipamento pode ser integrado a outros sistemas de automação, garantindo a conformidade com normas de qualidade e facilitando a rastreabilidade dos processos.
Segundo Rubens Schneider, gerente comercial da Selgron, o lançamento vem ao encontro da política de inovação e escuta ativa do mercado aplicada pela empresa.
“Muitas indústrias nos procuravam em busca de uma solução que unisse precisão, resistência e capacidade de pesagem elevada. O controlador de até 60 quilos nasceu dessa escuta e vem para suprir uma lacuna importante no controle automatizado de produtos pesados. Com ele, entregamos o mesmo nível de eficiência e confiabilidade que já oferecemos nos modelos voltados a produtos leves, agora em uma escala maior”, destaca Schneider.
A primeira solução com essa capacidade entregue foi desenvolvida para integrar um sistema de paletização de sacas de café, fazendo a conferência do peso antes de serem paletizadas.
Com mais de 30 anos de atuação no setor, a Selgron é reconhecida pela sua engenharia própria e pela capacidade de adaptar seus equipamentos às necessidades específicas de cada cliente. A novidade já está disponível para comercialização e pode ser customizado conforme os requisitos da linha de produção.
Destaque
Tecnologia que transforma: mais de 70% das propriedades rurais no Brasil já usam equipamentos de alta performance para ampliar resultados

A Multibelt desenvolveu as esteiras Drapers: veja 4 vantagens da plataforma
O agronegócio brasileiro atravessa uma fase de transformação acelerada, impulsionada pela adoção de soluções tecnológicas que modernizam a gestão e elevam a produtividade no campo. Dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) revelam que, em 2024, mais de 70% das propriedades rurais do país já incorporam equipamentos de alta performance para otimizar processos e ampliar resultados.
A Multibelt, empresa 100% brasileira, destaca-se nesse cenário ao oferecer inovações que atendem às necessidades específicas do campo nacional e desenvolveu as esteiras Drapers, uma inovação que substitui sistemas, como o caracol, por alimentação contínua e uniforme dos grãos. Essa tecnologia reduz perdas de insumos, melhora no desempenho das colheitadeiras e proporciona maior economia de combustível.
Produzidas em 2014, as esteiras são adaptadas às condições do solo, oferecendo alta durabilidade e resistência ao desgaste. Além disso, sua construção robusta permite maior segurança operacional, reduzindo o risco de falhas e aumentando a produtividade das máquinas agrícolas.
“A verdadeira transformação no campo não vem apenas da tecnologia, mas da capacidade de adaptá-la às necessidades reais do produtor brasileiro. Na Multibelt, cada inovação é pensada para gerar impacto direto na produtividade, economia e sustentabilidade do agro nacional”, ressalta Jurandir Barrozo, CEO da Multibelt.
Soluções tecnológicas embarcadas no campo: impacto no desempenho da colheita:
Estudos da Universidade do Estado do Mato Grosso indicam que a colheitadeira equipada com sistema de esteiras Draper apresenta uma diminuição de 35,52% nas perdas totais de grãos em comparação com plataformas helicoidais convencionais. Pesquisas como da Revista Cultivar apontam que o uso de plataformas Draper pode resultar em uma economia de R$ 5.000 a R$ 15.000 por ano em relação ao uso de plataformas convencionais, devido à maior eficiência e menor consumo de combustível.
Neste contexto, Jurandir Barrozo, CEO da Multibelt, cita 4 vantagens da plataforma Draper, confira:
- Redução de perdas: a alimentação contínua minimiza a queda de grãos, especialmente em condições de alta velocidade de operação;
- Eficiência operacional: permite maior velocidade de trabalho sem comprometer a qualidade da colheita;
- Versatilidade: adequada para diferentes tipos de culturas e condições de campo;
- Durabilidade: projetada para suportar condições adversas, aumentando a vida útil do equipamento.
A produção nacional das esteiras Draper pela Multibelt representa um avanço significativo para o agronegócio brasileiro. Essa solução reduz a dependência de importações, oferece melhor custo-benefício e é adaptada às especificidades do campo nacional. Segundo André Mário, gerente nacional de vendas da Multibelt, “investir em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia é essencial para entregar soluções que otimizem o trabalho no campo e na indústria”.