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Dimesol no tratamento de tendinopatias

Suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de transporte transdérmico o tornam uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico para o cuidado com os equinos
As tendinopatias são condições comuns em equinos atletas, especialmente devido às exigências físicas intensas impostas a esses animais. Essas lesões, que afetam os tendões e suas estruturas associadas, podem comprometer significativamente o desempenho atlético e a saúde geral dos equinos. O tratamento das tendinopatias equinas inclui uma variedade de abordagens, desde repouso e fisioterapia até o uso de terapias farmacológicas e regenerativas. Entre as opções farmacológicas, o uso do Dimesol, um composto baseado no dimetilsulfóxido (DMSO), tem ganhado atenção devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
No decorrer dos anos já foram descritas mais de trinta propriedades farmacológicas e terapêuticas do DMSO, como alta capacidade de penetração e difusão em todos os tecidos, carreadora e potencializadora de outros fármacos, anti-inflamatória, vasodilatadora, diurética, analgésica, miorrelaxante e antimicrobiana, dentre outras, garantindo seu reconhecimento como um dos fármacos mais versáteis da medicina equina.
Além da diversidade de mecanismos de ação, sua eficácia, uma baixa toxicidade e elevada segurança quando utilizado de forma correta de acordo com a bula do fabricante, fazem com que o dimetilsulfóxido seja um dos principais componentes da escolha terapêutica dos médicos- veterinários.
“O DMSO atua de forma bastante ampla no tratamento das tendinopatias. Ele tem a capacidade de neutralizar os radicais livres que surgem durante o processo inflamatório, o que ajuda a reduzir os danos teciduais secundários causados por essas moléculas. Além disso, o DMSO modula a liberação de mediadores inflamatórios, como as prostaglandinas, o que contribui para diminuir a inflamação local. Outro ponto importante é que ele melhora a microcirculação, reduzindo o edema e promovendo uma melhor oxigenação e nutrição dos tecidos lesionados, o que acelera o processo de recuperação. Por fim, uma das características mais marcantes do DMSO é a sua capacidade de penetrar profundamente através da pele, alcançando os tecidos subjacentes e potencializando a ação de outros medicamentos que possam ser usados em conjunto”, detalha Camila Senna, médica- veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal.
Como visto, o Dimesol representa uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico para o manejo de tendinopatias em equinos. Suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de transporte transdérmico o tornam especialmente eficaz na redução da dor e do edema, além de potencializar a regeneração tecidual.
Um estudo comparativo recente entre DMSO e metilsulfonilmetano (MSM), realizado com cavalos com tendinite crônica, demonstrou resultados promissores. A pesquisa analisou a eficácia do DMSO em relação ao MSM no tratamento de tendinites crônicas. O experimento incluiu 10 cavalos com lesões crônicas, divididos em dois grupos:
- Grupo A: Tratado com 60 ml de solução aquosa a 90% de DMSO.
- Grupo B: Tratado com 60 ml de solução aquosa a 90% de MSM.
Os tratamentos foram aplicados nos dias 0, 7, 14, 21, 28, 35 e 42, com avaliações clínicas e ultrassonográficas realizadas nos dias 0, 21 e 42.
Os resultados da pesquisa basearam-se nas avaliações de claudicação realizadas com base na escala da AAEP (American Association of Equine Practitioners), enquanto a dor foi analisada por meio da escala descritiva de dor (SDS). Os resultados mostraram que no grupo DMSO, houve uma redução significativa tanto na claudicação quanto na dor entre os dias 21 e 42. No grupo MSM, embora também tenha ocorrido uma redução, os resultados foram menos pronunciados em comparação ao grupo DMSO. Quanto à avaliação ultrassonográfica, dois parâmetros foram analisados: a ecogenicidade e o alinhamento das fibras no tendão lesionado. No grupo DMSO, foi observada uma queda significativa no escore de ecogenicidade entre os dias 0 e 42, sugerindo uma regeneração tecidual mais eficaz em comparação ao grupo MSM, que apresentou uma redução menos pronunciada. Em relação ao alinhamento das fibras, o grupo DMSO apresentou uma melhora significativa no alinhamento das fibras aos 42 dias, enquanto no grupo MSM, as melhoras foram mais modestas, com menor reorganização estrutural das fibras.
Os resultados deste estudo destacam a eficácia do DMSO no tratamento de tendinopatias crônicas em equinos. Os cavalos tratados com DMSO apresentaram melhorias mais eficazes e duradouras, tanto na redução da dor e da claudicação quanto nos parâmetros ultrassonográficos de ecogenicidade e alinhamento das fibras.
“Essas observações corroboram os mecanismos de ação conhecidos do DMSO, como sua potente ação anti-inflamatória e antioxidante, além da capacidade de penetrar profundamente nos tecidos e promover um ambiente propício para a regeneração tendínea”, enfatiza Camila.
O Dimesol, devido às suas propriedades multifuncionais e aos resultados comprovados no tratamento de tendinopatias, é uma ferramenta valiosa para a medicina esportiva equina, favorecendo a regeneração tecidual e proporcionando alívio da dor e da claudicação. É importante, no entanto, que seu uso seja monitorado por profissionais qualificados para garantir a eficácia e evitar possíveis efeitos adversos. Assim, o Dimesol se apresenta como uma opção terapêutica promissora para a reabilitação de cavalos atletas, ajudando-os a retornar de forma segura e eficiente às suas atividades.

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Novilha Brangus da cabeceira da VPJ Pecuária é um dos destaques do 1° Leilão Sapucaia 3G

VPJ MÍSTICA FIV 1812 é um dos principais destaques do 1º Leilão Sapucaia 3G, que acontece nesta sexta-feira, 4 de julho. Novilha Brangus de quinta geração, ela chama atenção pela carcaça com excelente comprimento, profundidade e arqueamento, além de pescoço lançado e marcada feminilidade, atributos valorizados na seleção da raça.
O leilão começa às 15h, na Fazenda Sapucaia, em Pindamonhangaba (SP), no Vale do Paraíba, com transmissão pelo Canal do Criador, Lance Rural, Remate Web e TV Central Leilões.
Resultado de um trabalho criterioso de seleção, VPJ MÍSTICA FIV 1812 traduz a filosofia do criatório, pautada por rigor técnico, consistência genética e inovação. Com pedigree sólido e padrão fenotípico de destaque, é filha de VPJ FIV 391 FRANCESCO MESSIAS, um dos principais touros Brangus já revelados pela VPJ Pecuária, conhecido pelo excelente racial e correção de umbigo.
Sua mãe, VPJ MÍSTICA FINAL CUT 894 FIV936, carrega em sua genética sangue da OLHOS D’ÁGUA 4G 8005 MÍSTICA, considerada uma das principais doadoras da raça, sendo irmã própria de VPJ MÍSTICA FIV692, que revelou o atual campeão da prova TOP BRANGUS 2025, VPJ ON TIME FIV1748, recém-contratado pela Alta Genetics. Na linha paterna, traz ainda SUHN’S FINAL CUT 894C33, aclamado pelo baixo peso ao nascimento e desempenho ao sobreano.
“É uma novilha pronta para se tornar uma das principais doadoras dos plantéis mais exigentes, reunindo tudo o que se busca na seleção moderna da raça Brangus”, afirma Valdomiro Poliselli Júnior, titular da VPJ Pecuária.
Disseminando a melhor genética
A VPJ Pecuária é uma das pioneiras na seleção de raças voltadas à produção de carne de qualidade no Brasil, com atuação no Aberdeen Angus, Brangus, Ultrablack e Red Brahman. Mantém programas consistentes de avaliação genômica, fertilidade, conformação de carcaça e precocidade. É também uma das primeiras a introduzir e adaptar linhagens americanas ao ambiente tropical, além de liderar o desenvolvimento de modelos focados em qualidade de carne. Atualmente, a VPJ amplia atuação com a raça Brangus em novas regiões, como o Nordeste, por meio do núcleo de seleção recém-inaugurado no estado do Piauí.
Qualidade das doadoras é destaque do leilão
O 1º Leilão Sapucaia 3G ofertará 27 lotes, entre pacotes de embriões de doadoras de alto desempenho, genética de touros de central, cotas de novilhas jovens e fêmeas selecionadas. A maior parte da oferta é formada por doadoras com foco em reprodução e consistência genética. Idealizado pela Fazenda Sapucaia e pela Agropecuária 3G, o leilão marca a estreia de uma base genética construída com investimento criterioso em doadoras de referência dos principais plantéis da raça Brangus.
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Plano Safra traz avanços em transição sustentável, mas ainda deixa desafios no campo, avalia Coalizão Brasil

Rede de empresas do agro e ONGs vê acenos importantes à agenda climática e financiamento de mudas nativas; no entanto, recursos para recuperação de pastagens degradadas ficam abaixo da expectativa
Anunciado no dia 1º de julho pelo governo federal, o Plano Safra 2025/2026, com recursos de R$ 516,2 bilhões, trouxe avanços importantes para a transição sustentável da agricultura, mas há pontos a serem aprimorados na política agrícola. Em março, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura enviou sete notas técnicas, desenvolvidas pela Agroicone, com contribuições ao Plano. Ainda que o documento com todas as resoluções não tenha sido apresentado, a divulgação dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Agricultura e Pecuária (Mapa) indica que o Plano atendeu parte das propostas da rede — principalmente as medidas relacionadas à agenda climática e à restauração.
Para Leila Harfuch, colíder da Força-Tarefa Finanças Verdes da Coalizão Brasil e sócia-gerente da consultoria Agroicone, um dos destaques do anúncio está nos avanços em instrumentos como o zoneamento agrícola de risco climático (ZARC). “Vejo como positiva essa exigência adicional para gestão integrada de riscos, sob a ótica climática, dentro do crédito rural. Mas não podemos deixar de avançar, também, no seguro rural, dadas as mudanças do clima e os eventos extremos cada vez mais recorrentes”, avalia a especialista.
Outra proposta da Coalizão incorporada ao Plano Safra é o fortalecimento do RenovAgro Ambiental e o financiamento de mudas nativas — apesar de, no primeiro momento, o texto do Plano estar focado apenas no plantio para recomposição de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (APPs), ou seja, para fins de regularização ambiental. “A expectativa era um avanço também na esfera comercial de silvicultura de espécies nativas, mas já é um primeiro passo”, declara Harfuch. “Vemos Plano Safra como um aprimoramento contínuo. Não é à toa que estamos há anos sugerindo contribuições de ações sustentáveis que, muitas vezes, só poderão ser implementadas a médio e longo prazos”, revela.
Outro ponto de atenção, de acordo com Harfuch, são os recursos para a conversão e recuperação de pastagens degradadas, um tema fundamental das propostas da Coalizão. O Plano anunciou R$ 2,1 bilhões em recursos dentro do RenovAgro Recuperação e Conversão. É um avanço, mas ainda distante dos R$ 10 bilhões defendidos pela rede como necessários para estruturar essa agenda em escala. Harfuch destaca, ainda, que boa parte do RenovAgro vai para agricultura, e não para o setor pecuário. “Por ter um perfil mais avesso a riscos e até mesmo a endividamentos na implementação de novas tecnologias, o pecuarista ainda acessa pouco os recursos para esta finalidade.”
O governo também anunciou o Plano Safra Agricultura Familiar 2025/2026, em 30 de junho, que prevê R$ 89 bilhões de recursos. Nele, a especialista vê uma oportunidade, pois houve um “esforço do governo na manutenção da taxa de juros reduzida para esse público”. De acordo com Leila, o plano traz quatro linhas principais para a transição justa da agricultura familiar aliada à agenda climática, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): semiárido, agroecologia, bioeconomia e floresta. As taxas de juros foram mantidas em 3% ao ano, como sugerido pela Coalizão.
Outro ponto de destaque foi o financiamento de irrigação sustentável para a agricultura familiar, incorporado explicitamente ao plano. Ainda assim, há o desafio de alavancar a tomada de recursos, que, segundo Harfuch, ainda é pequena, exceto para a bioeconomia, que cresceu nas últimas safras e passou por reformulações de financiamento a partir do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+).
Até o momento, seguem pendentes propostas como o reconhecimento de ativos ambientais como garantia e o fortalecimento da gestão de riscos com o seguro rural. As propostas da rede enviadas ao governo em março deste ano estão disponíveis no site da Coalizão.
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Nova sonda de medição da Vaisala garante melhor controle de câmara seca

Dispositivo fornece medições precisas em condições exigentes de processamento, como ocorre na produção de baterias de íons de lítio
A Vaisala lançou no começo de junho a nova Sonda de Ponto de Orvalho e Temperatura DMP1, para monitoramento das condições ambientais em salas e espaços industriais críticos. É ideal para salas secas: é compacta, tem capacidade de medição de ponto de orvalho de até -70 °C e resposta centena de vezes mais rápida do que outras tecnologias disponíveis.
Fornece, ainda, medições precisas em condições exigentes de processamento a seco, como as encontradas na produção de baterias de íons de lítio, onde o controle da umidade é fundamental para o desempenho das baterias fabricadas. Empregando tecnologia de medição avançada, a DMP1 garante que as condições do ponto de orvalho permaneçam conforme especificado em todas as áreas de uma câmara seca de fabricação, ajudando assim a manter a qualidade do produto e a segurança da fabricação, especialmente onde o controle da umidade é fundamental para a fabricação de baterias, como as de lítio.
“A resposta rápida da nova sonda torna os sistemas de controle capazes de dar uma resposta em tempo hábil, garantindo a proteção da qualidade e segurança do produto”, afirma Bruno Albuquerque, gerente comercial da Vaisala no Brasil. Na prática, os clientes podem controlar com eficiência quaisquer desvios no ponto de orvalho da câmara seca. “Tempos de reação rápidos se traduzem em maior segurança no local de trabalho, mantendo a alta qualidade do produto e evitando desperdícios no processo de produção das baterias”, garante o especialista.
Melhor visibilidade e controle
O DMP1 faz parte do ecossistema modular de medição Vaisala Indigo, oferecendo compatibilidade plug-and-play com dispositivos inteligentes conectados. Por exemplo, ele pode ser conectado a um transmissor Indigo300 para exibir dados e transmitir valores de medição para sistemas de automação e controle. A sonda também pode ser conectada a um dispositivo portátil Indigo80 para trabalhos de manutenção, e as sondas intercambiáveis minimizam o tempo de inatividade e simplificam o trabalho de manutenção.
Anteriormente, o controle do ponto de orvalho em salas secas era feito por sensores volumosos, com alcance de medição limitado e resposta lenta. “A sonda DMP1 representa, portanto, um grande avanço, pois resolve esses problemas, proporcionando aos gerentes de processo maior visibilidade das condições ambientais e mais tempo para responder quando as condições se desviam do ideal”, sintetiza Albuquerque.