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Fenômenos climáticos afetam apicultura e refletem no desempenho agrícola

Fenômenos climáticos afetam apicultura e refletem no desempenho agrícola

*Dayane Nascimento Figueiredo é meteorologista da Climatempo

Na agricultura, a apicultura tem um papel fundamental no dia a dia do agricultor. Pouco se fala da influência das abelhas com relação à polinização das plantas. Diversas espécies, incluindo a Apis mellifera, são responsáveis por transferir o pólen e favorecer o desenvolvimento de novas culturas agrícolas. Quando se tem uma polinização eficiente há um aumento expressivo na qualidade dos frutos e sementes e, consequentemente, um aumento na produtividade. Segundo o Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil, divulgado em 2018, há uma estimativa de que essa polinização provocada pelas abelhas contribua com 43 bilhões de reais na economia agrícola. Além do processo de favorecimento dos frutos e da semente, as abelhas são responsáveis também por garantir e manter a biodiversidade e ciclos ecológicos.

A safra de 2023/2024 foi marcada pela atuação do fenômeno El Niño, o qual é caracterizado pelo aquecimento anômalo (temperaturas acima da média) das águas superficiais do Pacífico Equatorial. Com a instalação desse fenômeno, altera-se o padrão de circulação atmosférica da América do Sul, provocando mudanças significativas no comportamento do clima, afetando ventos, temperaturas e precipitações de forma global.

Países como a Índia, Tailândia, Austrália e Brasil são impactados pelo El Niño, de diferentes formas. Na Índia, o fenômeno pode causar uma redução nas chuvas de monção, afetando a agricultura e o abastecimento de água. Já na Tailândia, o El Niño pode levar a secas severas e falta de água para irrigação. Na Austrália, o fenômeno é frequentemente associado a ondas de calor e incêndios florestais devido à diminuição das chuvas. No Brasil, os impactos variam por região: no Centro-Oeste e no Sudeste, há irregularidade nas chuvas e aumento de temperatura durante o período chuvoso; na região Nordeste, ocorre uma diminuição significativa nas chuvas, levando a condições de seca severa e redução na disponibilidade de néctar e pólen nas culturas; na região Norte, as consequências do El Niño podem incluir alterações nos padrões de chuvas e temperaturas, afetando especialmente a Amazônia e sua biodiversidade; e na região Sul, há um aumento nas chuvas. Essas situações comprometem não só a regularidade e a previsibilidade das colheitas, mas também o comportamento das colmeias.

Como as abelhas são animais que dependem da temperatura do ambiente para conseguir regular suas atividades biológicas, elas são fortemente afetadas pelos eventos climáticos. Com as altas temperaturas as abelhas acabam sofrendo um estresse térmico, o que diminui as suas atividades em geral, como, por exemplo, o forrageamento nas flores, que acaba influenciando na sua capacidade de polinização, e até mesmo a saúde da espécie.

Como dito anteriormente, as abelhas dependem da temperatura ambiente para regular suas atividades biológicas, e, em casos de calor excessivo, as operárias, ao invés de saírem para a coleta de néctar e pólen, vão em busca de fontes de água fresca para levar para a colmeia. Dentro da colmeia, um grupo de operárias se encarrega de bater suas asas ordenadamente para formar um fluxo contínuo de ar, e algumas gotículas de água são despejadas para ajudar a equilibrar a temperatura e humidade no interior do ninho. Em casos de ausência de fontes de água nas proximidades, a colmeia pode entrar em colapso.

Esses eventos podem deixar as colmeias mais fragilizadas, dando oportunidade também para o avanço de pragas e doenças nas abelhas.

Por outro lado, o fenômeno La Niña tem características quase opostas às do El Niño, sendo caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico Equatorial. No Brasil, os impactos mais clássicos durante o verão incluem o aumento das chuvas nas principais áreas produtoras de milho e soja, como as regiões Centro-Oeste (especialmente nos estados de Mato Grosso e Goiás), Sudeste (particularmente em Minas Gerais), Sul (nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul) e partes do Norte (principalmente em Rondônia). Essas condições podem favorecer o desenvolvimento das culturas nessas áreas agrícolas importantes, contudo, podem ser caracterizadas como muito acima da média em algumas regiões, provocando a inundação de plantações e até mesmo das próprias colmeias em alguns casos isolados. No período chuvoso, as abelhas não saem de suas colmeias e reduzem as suas atividades relacionadas à polinização, podendo afetar tanto a safra agrícola (em cultivares que sejam beneficiados com a presença das abelhas) como a safra apícola.

As chuvas mais intensas e por períodos maiores afetam as safras agrícolas e apícola, pois a conexão entre as duas é inevitável. Enquanto mais de 1/3 da produção mundial de alimentos é viabilizada através dos serviços de polinização, a produção de mel e outros derivados das abelhas também são frutos dessa relação. Sendo assim, durante longos períodos de chuvas, em que as abelhas não conseguem chegar até as flores, é esperada diminuição em ambas as safras.

Com a instalação do fenômeno La Niña e o aumento das chuvas no Nordeste e parte da região Centro-Oeste e Sudeste, há um estresse maior das colmeias e um aumento na possibilidade de ocorrência de doenças e pragas, como o ácaro Varroa, o microsporídio Nosema apis e o Besouro das colmeias (Aethina thumida).

O segundo semestre de 2024 há uma alta probabilidade da instalação do fenômeno La Niña. Com isso, os produtores e apicultores devem ficar atentos com a possibilidade de chuvas acima da média nas áreas da Região Nordeste e parte do Centro-Oeste e Sudeste do País. Chuvas intensas e prolongadas favorecem doenças nas colmeias e impactam negativamente nas atividades de polinização. Já para as áreas da região Sul brasileira, um impacto clássico da La Niña é a falta de chuva, o que também é um indicativo de atenção, pois as plantas sofrem um estresse hídrico e diminuem a quantidade de pólen e néctar, assim como o que ocorre no Nordeste durante o El Niño.

O grande desafio dos agricultores e apicultores é traçar estratégias para minimizar o efeito das mudanças climáticas que podem impactar diretamente na produção. Para mitigar as consequências negativas nas safras agrícolas e na produção de abelhas, necessita-se de planejamentos estratégicos mais antecipados e assertivos.

Para os apicultores é preciso conhecer a região e o pasto apícola, além dos produtores locais onde suas colmeias ficarão instaladas. Esse local deverá oferecer às abelhas o conforto térmico necessário de acordo com a localidade e evitar áreas de possíveis alagados. Manter as colmeias sobre cavaletes, afastadas do solo e utilizar telhados é muito eficaz contra as intempéries do tempo e ataque de inimigos naturais. O acesso fácil e rápido ao apiário é uma das alternativas de manejo que traz agilidade e logística mais acertada. Visitar o apiário periodicamente e revisar as colmeias evita quedas na produtividade por ausência de manejo, como, por exemplo, a troca de rainha, cera e alimentação suplementar em casos de escassez de recursos naturais.

Do outro lado, para os produtores, manter as abelhas e outros insetos polinizadores nos entornos das suas lavouras traz grandes benefícios na produtividade. Isso pode ser viável mantendo bem preservadas as áreas de matas da propriedade e aumentando essas áreas se possível, utilizando de forma racional os recursos naturais e fazendo uso adequado dos pesticidas.

Aliado ao manejo adequado, juntos, agricultores e apicultores precisam ter uma comunicação assertiva sobre eventos destes manejos nas áreas produtivas. Essa comunicação facilita que a coexistência entre agricultura e a criação de abelhas seja eficaz, evitando acidentes que possam interferir na cadeia produtiva de ambas as atividades.

Essa abordagem entre eventos climáticos cada vez mais intensos e seus impactos na agricultura e apicultura são fundamentais quando levamos em consideração a segurança alimentar global, que é diretamente afetada e preocupante quando o assunto é polinização.

Além disso, o conceito de adaptação é fundamental para a realidade climática atual. Os apicultores e agricultores podem adotar certas medidas na tentativa de melhorar o processo de adaptação das abelhas frente às adversidades climáticas, através de um ecossistema adaptado e benéfico para o desenvolvimento das colmeias.

Sobre o Sindiveg 

Há mais de 80 anos, o Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal atua no Brasil representando o mercado de defensivos agrícolas no País, com suas 27 associadas, e dando voz legalmente à indústria de produtos de defesa vegetal em todo o território nacional. O Sindicato tem como propósito a promoção da produção agrícola de forma consciente, com o uso correto dos defensivos, bem como apoiar o setor no desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos, na promoção do uso consciente de defensivos agrícolas, sempre respeitando as leis, a sociedade e o meio ambiente. Mais informações: www.sindiveg.com.br

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Os desafios da alíquota zero da carne após as queimadas

Os desafios da alíquota zero da carne após as queimadas

Especialista do setor avalia impacto das queimadas no Brasil e a ameaça na elevação dos preços de alimentos essenciais

As queimadas que afetam diversas regiões agrícolas do Brasil têm gerado apreensão não apenas pelo impacto ambiental, mas também pelos efeitos econômicos, especialmente no setor alimentício. Produtos como abacate, açúcar, carnes, frango, hortaliças, laranja, leite e derivados e limão estão entre os mais vulneráveis ao aumento de preços nos próximos meses. A alíquota zero sobre as carnes, adotada para conter a alta de preços, agora enfrenta desafios devido à destruição das áreas de produção.

Embora ainda não seja possível mensurar com precisão o impacto das queimadas sobre a inflação, a redução da oferta de alimentos, causada pela devastação de plantações e pastagens, já preocupa o mercado.

Gustavo Defendi, empresário do setor de cestas básicas, com mais de 20 anos de experiência no segmento alimentício alerta que “a alíquota zero ajudou a segurar os preços da carne temporariamente, mas com a devastação das áreas de pastagem, o aumento no custo de produção pode sobrepor esse benefício e refletir no preço final ao consumidor”. Ele acrescenta que, “a depender dos estoques e do prolongamento da crise, há grandes chances de elevação nos preços de outros itens alimentares também”.

O cenário da carne é particularmente preocupante, já que as áreas de pastagem destruídas comprometem a produção nacional de carne bovina, suína e de frango. Com a demanda elevada e a oferta reduzida, o custo de reposição dos estoques pode pressionar ainda mais os preços, mesmo com a alíquota zero em vigor.

“O impacto das queimadas pode enfraquecer a eficácia dessa política, que inicialmente tinha o objetivo de estabilizar o mercado interno”, observa.

A solução para o problema, segundo o especialista, passa pela adoção de políticas mais robustas de prevenção e combate às queimadas, além de incentivos ao manejo sustentável das áreas de produção.

“A fiscalização de queimadas ilegais e o uso de tecnologias agrícolas avançadas para aumentar a resiliência das pastagens são caminhos sugeridos para amenizar os efeitos da crise. O desmatamento desenfreado e as queimadas descontroladas afetam negativamente a fertilidade do solo, a disponibilidade de água e o equilíbrio climático, afetando os custos de produção”, pontua Defendi.

Enquanto isso, a expectativa é de que o setor de alimentos, especialmente carnes e hortaliças, enfrente desafios no controle de preços, com possíveis impactos diretos na inflação e no custo de vida da população brasileira.

“Nesse ritmo, corremos o risco de enfrentar sérios problemas na produção de alimentos essenciais, o que afeta diretamente os preços e a disponibilidade dos itens da cesta básica”, finaliza.

*Gustavo Defendi é sócio-diretor da Real Cestas, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado de cestas básicas. Possui experiência corporativa, financeira e contábil no mercado da indústria alimentícia, gestão financeira, inteligência de negócios, estratégia e inteligência de mercado. Formação acadêmica na Escola de Engenharia Mauá e MBA em Estratégia de Mercado na Fundação Getúlio Vargas. Certificação para conselheiro no IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

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Com mercado retraído, produtor precisará ser eficiente nas próximas tomadas de decisões

Com mercado retraído, produtor precisará ser eficiente nas próximas tomadas de decisões

A retomada do crescimento do setor deve ocorrer a partir da virada de ciclo de 2025/26 e, até lá, a classe produtora terá que fazer bem a lição de casa, principalmente com atenção aos custos. Além disso, as aquisições deverão ocorrer de forma estratégica

O ano de 2024 caminha para o seu último trimestre, deixando para trás um grande rastro de desafios enfrentados pelos produtores. Os extremos climáticos (excesso de chuvas, secas prolongadas e mais recentemente, as queimadas) geraram grandes prejuízos por todo o país. Somado a tudo isso, a conjuntura político-econômica também não foi favorável. Diante desse cenário, os próximos três meses não devem ter grandes alterações e a classe produtora precisará ser cautelosa e eficiente principalmente da porteira para dentro.

De acordo com Rafael Luche, Gerente de vendas, pós-vendas e marketing da FertiSystem, além dos desafios climáticos, uma série de outros fatores devem interferir nos resultados do setor agropecuário. Entre eles pode-se destacar o desempenho comprometido da soja e também a disponibilidade de crédito para investimentos. “Por exemplo, nos últimos 10 anos o preço médio da oleaginosa esteve na casa dos 11 dólares o bushelAtualmente está abaixo disso e a projeção mostra que essa redução refletiu e deve continuar impactando o mercado de máquinas agrícolas”, destaca.

Quanto à disponibilidade de crédito, há uma forte ligação com o Plano Safra 2024/25. Embora o mesmo tenha sido lançado recentemente pelo Governo Federal com a oferta de R$ 475 bilhões para apoiar a produção agropecuária do país, deste total, apenas R$ 107,3 bilhões foram destinados para investimentos. “Desta forma temos um cenário de commodities com preço baixo e menos crédito no mercado, que somados, impactam no poder de compra do produtor ”, detalha Luche.

Outra situação que tem dificultado o acesso ao crédito por parte dos produtores, especialmente no Rio Grande do Sul, é a maior burocracia das instituições bancárias. Preocupadas em manter a adimplência, estão mais exigentes quanto às garantias, principalmente, em regiões afetadas pelas enchentes de maio.

Complementando o cenário global, é preciso considerar ainda alguns acontecimentos externos importantes que podem acontecer. Por exemplo, a eleição para presidência nos Estados Unidos e a safra de grãos na Argentina. “De forma resumida, o cenário, a curto prazo, é pouco favorável no qual a expectativa de retomada de negócio em volume é projetada apenas para a virada de ciclo de 2025/26. A partir daí, há a expectativa de melhora do preço da soja e das outras commodities que devem gerar um retorno com velocidade um pouco maior sobre o investimento”, adianta o especialista.

Foco total na gestão

Diante das atuais projeções, o fato é que 2025 será um ano bem desafiador aos produtores e, portanto, a recomendação é para que sejam criteriosos em novos investimentos, priorizando aquilo que somente se faz necessário no momento. “Para ser cada vez mais eficiente, o agricultor precisa fazer bem o seu papel da porteira para dentro, ou seja, ter controle sobre os custos e receitas, tornando a administração da propriedade algo profissional. É necessário, por exemplo, saber fazer cálculo de payback, retorno de investimento para, a partir daí, com base em números, poder tomar decisões mais assertivas”, destaca Luche.

Desta forma, mais do que nunca, é o momento ideal para a Agricultura de Precisão, ou seja, ser assertivo em tecnologias que tragam retorno com economia de insumos. “Como no próximo ano o produtor não tem muito o que esperar do mercado, é o momento de olhar para dentro de sua atividade, analisando onde é melhor investir para ter melhor retorno”, pontua o profissional da FertiSystem.

Entre as tecnologias pensadas na Agricultura de Precisão, destacam-se os dosadores de fertilizantes da FertiSystem disponíveis em 95% das indústrias de máquinas e implementos agrícolas do Brasil, e que elevam o nível de automatização da atividade. Isso quer dizer que o produtor reduzirá o seu custo/tempo de manutenção tendo maior economia no plantio, por meio de produtos de alta durabilidade e precisão.

Entre os destaques está o Auto-lub AP NG, que possui alta durabilidade dos componentes, além de apresentar baixa necessidade de manutenção garantindo uniformidade e precisão na dosagem. Também se destaca o dosador de sementes Virgo, com manutenção simplificada, baixa quantidade de consumíveis e capacidade de trabalho com discos e anéis universais.

Segundo Luche, toda essa tecnologia na aplicação precisa de sementes e adubos maximiza o potencial de crescimento das plantas, melhora a saúde do solo e reduz falhas e perdas. “Em termos econômicos, evitam-se desperdícios, reduzindo o consumo de insumos e aumentando o retorno sobre o investimento”, finaliza.

Sobre a FertiSystem

Com sede em Passo Fundo/RS, a FertiSystem surgiu em 2002 para trazer soluções inteligentes para o plantio. Atualmente, está presente em 95% das indústrias de máquinas e implementos agrícolas do Brasil. A empresa é formada por um grupo técnico especializado focado em pesquisa, inovação e tecnologias aplicadas no plantio e na fertilização do solo. 

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Equilíbrio genético e manejo contribuem para reduzir a mortalidade pré-desmame na suinocultura

Equilíbrio genético e manejo contribuem para reduzir a mortalidade pré-desmame na suinocultura

Kelly Will, da Topigs Norsvin, alerta para a necessidade de manejo adequado, tecnologias e colaboração entre os elos da cadeia para reduzir as perdas e garantir a rentabilidade da granja

A mortalidade pré-desmame de leitões se tornou um dos grandes desafios para os produtores de suínos, afetando diretamente a produtividade e a sustentabilidade do setor. Segundo a Especialista de Validação de Produtos da Topigs Norsvin, Kelly Will, o aumento no tamanho das leitegadas, resultado de avanços genéticos, trouxe novos obstáculos. “Se a seleção genética não for feita de forma balanceada, o aumento no tamanho de leitegada pode vir associado a uma maior desuniformidade, com grande variação no peso ao nascimento e o surgimento de leitões com baixa vitalidade”, explica.

Esses fatores, se mal geridos, elevam as taxas de mortalidade pré-desmame e impactam os custos operacionais. Estudos recentes apontam que, em 2023, um aumento de 1% na mortalidade pré-desmame resultou em um incremento de 1% no custo de produção por leitão desmamado, reforçando a importância de reduzir esses índices para garantir a competitividade da suinocultura.

A mortalidade pré-desmame tem causas multifatoriais, influenciadas por três elementos principais: os leitões, as fêmeas e o ambiente. Leitões com baixo peso ao nascer, baixa vitalidade e consumo insuficiente de colostro são os mais vulneráveis. Já fêmeas com habilidade materna inadequada ou submetidas a estresse aumentam a chance de esmagamento dos leitões e reduzem o tempo de amamentação.

“Garantir que as fêmeas estejam em boas condições físicas e nutricionais ao parto é fundamental para melhorar a saúde e o bem-estar da leitegada”, destaca Kelly. Além disso, o ambiente desempenha um papel importante, já que condições extremas de temperatura podem agravar as taxas de mortalidade. No frio, aumenta o risco de esmagamento, enquanto no calor há uma redução na ingestão de ração e produção de leite.

Soluções no manejo e na genética

De acordo com Kelly Will, a gestão eficaz da mortalidade pré-desmame depende de práticas de manejo adequadas, monitoramento ambiental e seleção genética balanceada. “A Topigs Norsvin é pioneira no conceito de melhoramento genético balanceado. Melhoramos os animais como um todo, não apenas em uma característica isolada”, explica. A empresa trabalha para combinar o aumento do tamanho da leitegada com maior habilidade materna das fêmeas, maior número de tetos, robustez e menores taxas de mortalidade.

Hoje, a Topigs Norsvin entrega leitegadas numerosas, uniformes e com alto peso ao nascimento, resultando em um elevado número de leitões desmamados e entregues para o abate, além de alta eficiência alimentar. O uso de tecnologias de monitoramento e análise de dados também tem sido um importante aliado. “Essas ferramentas são fundamentais para identificar precocemente problemas e ajustar o manejo de acordo com as necessidades específicas de cada sistema de produção”, afirma Kelly.

Futuro promissor com a colaboração de todos os elos da cadeia

Os desafios para reduzir a mortalidade pré-desmame exigem mais do que tecnologia: são necessárias uma capacitação contínua e a integração de dados. Para Kelly Will, a colaboração entre produtores, pesquisadores e profissionais da indústria é vital. “A utilização de ferramentas de análise de fatores de risco e modelos preditivos será essencial para criar estratégias de manejo mais eficazes, otimizando os recursos e garantindo a sustentabilidade da produção”, conclui a especialista.

Sobre a Topigs Norsvin

A empresa de genética suína Topigs Norsvin é reconhecida por sua abordagem inovadora na implementação de novas tecnologias e pelo seu foco contínuo na produção de suínos com a melhor relação custo-benefício.

Com um programa de genética robusto para fortalecimento dos seus produtos, a Topigs Norsvin faz com que os seus clientes obtenham um valor agregado significativo em sua produção. O melhoramento genético da Topigs Norsvin baseia-se em dois pilares fundamentais: sustentabilidade e eficiência, que se traduzem em um programa de genética balanceado e com maior rentabilidade.

Pesquisa, inovação e disseminação de melhorias genéticas são os pilares da empresa, que investe mais de 34 milhões de euros em P&D ao ano.

Mais informações: www.topigsnorsvin.com.br

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