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Tarifa dos EUA pressiona café e desafia fluxo de caixa da indústria brasileira

O aumento de 50% na tarifa dos Estados Unidos sobre o café brasileiro acendeu o alerta na indústria. O Brasil, responsável por cerca de um terço de todo o café consumido pelos americanos, lidera as exportações ao país, mas agora enfrenta risco de retração nas vendas, perda de mercado e pressão sobre as margens financeiras

O aumento de 50% na tarifa dos Estados Unidos sobre o café brasileiro acendeu o alerta na indústria. O Brasil, e maior fornecedor do produto ao país, agora vê seu mercado sob pressão, com risco de perda de contratos, queda nas vendas e aumento da volatilidade nos preços internacionais.

Segundo a Conab, as exportações de café brasileiro para os EUA caíram 47% em agosto de 2025, o que equivale a aproximadamente 8 milhões de sacas a menos por ano. O café é considerado um produto de consumo estável — mesmo com preços mais altos, a demanda não tende a cair significativamente —, o que acentua a volatilidade no mercado e pressiona a cadeia produtiva a encontrar soluções rápidas de adaptação.

Fluxo de caixa sob pressão

Com estoques americanos suficientes apenas para 30 a 60 dias de operação, a indústria brasileira enfrenta pedidos de prorrogação de contratos, cenário que compromete previsibilidade de receitas e aumenta a necessidade de gestão cuidadosa do caixa

A Nexxera, com mais de 33 anos de experiência em soluções de pagamentos, cobranças, supply chain, crédito e capital de giro, tem estudado comportamentos de mercado que exigem constante análise sobre fluxos variáveis, motivados por diferentes fatores locais e internacionais. Nesse contexto, avalia a aplicabilidade de soluções que podem ser decisivas para atravessar períodos como este, sobretudo diante da necessidade de alongar prazos para clientes sem perder a previsibilidade de recebimentos.

“No caso específico de incerteza no comércio internacional, é preciso analisar como o mercado nacional pode suprir as necessidades de caixa, muitas vezes oferecendo mais prazo ao comprador e sabendo usar o quanto ou quando alinhado à melhor data para cobrir eventuais necessidades decorrentes do mercado externo. Por isso, a antecipação de recebíveis da carteira doméstica exige estudo sobre como garantir liquidez imediata e sustentabilidade futura, flexibilizando prazos de pagamento, preservando a competitividade e sem fragilizar a cadeia de suprimentos”, afirma Edson Silva, fundador da Nexxera.

Silva também destaca que o acesso a crédito multibancos é um diferencial para empresas do setor, já que cada player da cadeia de valor possui seu banco e sua análise de risco previamente definida.

A Nexxera conecta indústrias, clientes e fornecedores a múltiplos bancos, registradoras e adquirentes dentro de um ecossistema colaborativo, permitindo a escolha de condições mais competitivas e saudáveis. “O crédito nunca pode ser tratado como gargalo, mas como instrumento de redução de risco e custo. Nosso score inteligente avalia em tempo real a saúde de toda a cadeia produtiva e amplia as opções de financiamento. Isso fortalece o rating de crédito do tomador e garante mais alternativas para atravessar momentos críticos”, complementa.

Setor em compasso de espera

Enquanto as negociações entre Brasil e Estados Unidos buscam incluir o café na lista de exceções ao tarifaço, especialistas recomendam cautela e gestão estratégica dos recursos financeiros. A perspectiva é de preços elevados e volatilidade até a próxima safra.

O cenário reforça que a resiliência da indústria não dependerá apenas de acordos internacionais, mas também da capacidade das empresas em adaptar sua gestão de fluxo de caixa e supply chain para manter a competitividade em um mercado global cada vez mais instável.

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