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Mercado de farelo de soja: política 45Z nos EUA aumenta oferta global e pressiona estratégias de compra

Mudança na política de biocombustíveis favorece esmagamento de soja nos Estados Unidos, enquanto seca severa na Argentina ameaça o abastecimento global. JPA Agro analisa impactos e orienta estratégias para o setor
O mercado global de farelo de soja entra em 2025 sob forte influência de fatores externos que alteram sua dinâmica de oferta e demanda. Nos Estados Unidos, as recentes mudanças na política de biocombustíveis, especialmente no modelo de crédito fiscal 45Z, devem impulsionar um aumento no esmagamento da soja, colocando mais farelo no mercado. Ao mesmo tempo, a Argentina enfrenta uma das secas mais severas dos últimos anos, reduzindo as expectativas para a produção do maior exportador mundial do derivado.
De acordo com Gabriel Dias, especialista da JPA Agro, marketplace de agro que conecta produtores e consumidores, esse choque de forças traz desafios e oportunidades para compradores e fornecedores.
“A nova estrutura do 45Z nos Estados Unidos restringe incentivos para biocombustíveis oriundos de óleo de cozinha usado importado, favorecendo combustíveis à base de óleos vegetais, como o óleo de soja. Isso significa que haverá um maior esmagamento da soja americana, elevando a produção de farelo e pressionando os preços”, explica.
Argentina: clima extremo pode frear produção e criar pressão no mercado
Se, por um lado, o mercado americano deve registrar um aumento na oferta de farelo, a seca intensa na Argentina pode reduzir a disponibilidade do produto na América do Sul. Segundo dados do relatório de janeiro de 2025 da JPA Agro Inteligência – frente da empresa que fornece análises estratégicas para orientar empresários e produtores na tomada de decisões mais assertivas – o clima excepcionalmente quente e seco já afeta as lavouras argentinas, comprometendo a capacidade do país de manter sua posição como o maior exportador mundial de farelo de soja.
“A Argentina tem um papel crucial no abastecimento global de farelo, pois concentra a maior parte do esmagamento do grão para exportação. Se a safra for severamente impactada, o mercado pode entrar em um período de incertezas, dependendo da magnitude dessa quebra produtiva”, alerta Dias.
Produção e exportações no Brasil se mantêm fortes
No Brasil, a produção de farelo de soja para a safra 2024/25 foi mantida em 43,31 milhões de toneladas, um crescimento de 7,31% em relação ao ciclo anterior. O esmagamento nacional também segue em alta, projetado em 56,6 milhões de toneladas, impulsionado pela elevação da mistura de biodiesel ao diesel, que passará de 14% para 15% neste ano.
As exportações brasileiras também seguem firmes, com expectativa de 22,9 milhões de toneladas exportadas na safra 2023/24, podendo alcançar um recorde histórico. Em dezembro de 2024, o Brasil embarcou 1,98 milhão de toneladas de farelo, um crescimento de 18,14% em relação ao mês anterior. Os principais destinos foram Indonésia, Holanda, Tailândia, Alemanha e Espanha, consolidando o país como um dos grandes players do setor.
“Mesmo com a volatilidade no cenário global, o Brasil continua demonstrando competitividade e capacidade de manter o fluxo de exportação aquecido. A questão agora é acompanhar os efeitos do aumento da oferta nos EUA e a possível redução na Argentina para entender a dinâmica de precificação nos próximos meses”, reforça Gabriel Dias.
Demanda segue crescendo, mas oferta ainda prevalece
Apesar do crescimento da demanda global por farelo de soja, o avanço da produção nos EUA e no Brasil ainda mantém um cenário de oferta maior que a demanda, o que pode pressionar os preços do produto. Dados da JPA Agro Inteligência indicam que, para a safra 2023/2024, a produção global de farelo de soja é estimada em 266,6 milhões de toneladas, enquanto a demanda prevista é de 265,64 milhões, resultando em um leve excedente de 2,3% na disponibilidade do produto.

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88% das operações do crédito rural brasileiro passam por cooperativas

Minas Gerais, líder em instituições do segmento, repassou mais de R$ 1,3 bilhão em 2025
As cooperativas financeiras realizaram praticamente 9 em cada 10 operações (88%) de crédito rural disponibilizadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no país, referente ao Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026. Juntas, essas instituições repassaram R$ 9,8 bilhões a pequenos e médios produtores rurais, o equivalente a 69% do valor total repassado pelo banco no período.
Em Minas Gerais — unidade da federação com o maior número de cooperativas financeiras do Brasil (181) —, foram realizadas 4,9 mil operações de crédito rural por meio de organizações cooperativistas (89% do total estadual). O montante repassado alcançou a marca de R$ 1,3 bilhão (79% dos créditos rurais do Estado). Os dados são do BNDES.
“Para o pequeno produtor, o crédito rural é a ponte entre o planejamento da safra e a renda na porteira. Ele viabiliza insumos, maquinário, assistência técnica e comercialização, dá fôlego na entressafra e reduz a dependência de atravessadores”, destaca Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, entidade de representação das cooperativas em Minas Gerais.
Além de facilitar o acesso do homem do campo ao crédito, a presença do coop financeiro em um município está associada a ganhos econômicos e sociais mensuráveis para quem vive do agronegócio. Onde essas instituições estão presentes o valor da produção agrícola municipal registra um acréscimo médio de R$ 466,3 por hectare (23,3% da média). Na pecuária, há um aumento de 28,1% no rebanho de suínos e 36,8% no de galináceos por hectare, e ganhos de R$ 1,3 mil por hectare em área plantada. Esses impactos foram verificados por uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgada no AnuárioCoop 2025 — espécie de censo cooperativista produzido pelo Sistema OCB, entidade de representação das cooperativas brasileiras.
“Os números mostram que onde as cooperativas de créditos estão, vemos melhoria no campo. O resultado retorna em investimento local e apoio a quem produz. É assim que a comunidade ganha musculatura econômica sem perder a sua identidade”, destaca.
GANHOS SOCIAIS
É importante destacar que o impacto do cooperativismo na economia municipal extrapola a porteira das fazendas. Ainda de acordo com o estudo do Sistema OCB/Fipe, onde há cooperativa de crédito, há mais gente no ensino superior (24,2% mais matrículas por mil habitantes). Com o aumento da inclusão financeira da população, também cai o número de famílias que dependem de ajuda financeira do governo para sobreviver — queda de 8,1% da média de famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e de 26,2% entre as beneficiárias do Programa Bolsa Família.
“Quando o crédito tem dono com nome e endereço na comunidade, ele volta para a própria comunidade em forma de investimento, emprego e renda. Esse é o sentido do cooperativismo de crédito e do nosso crescimento consistente no país”, afirma Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg.
NÚMEROS DO COOPERATIVISMO FINANCEIRO
Brasil
20,1 milhões de cooperados
689 cooperativas
121,8 mil empregos diretos gerados
Minas Gerais
3 milhões de cooperados
181 cooperativas
20,2 mil empregos diretos gerados
Mundo
411 milhões de cooperados em 104 países
74,6 mil cooperativas
Representando 13,5% do mercado global
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Na Multibelt, mulheres têm papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias que impulsionam a produtividade no campo

Mulheres rurais representam uma força de trabalho essencial, com cerca de 1,76 milhão de mulheres como dirigentes de estabelecimentos rurais, segundo o Censo Agropecuário
No dia 15 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural, data que reconhece a importância da atuação feminina no campo e no setor do agro. No grupo Multibelt, empresa com 37 anos de trajetória no setor agroindustrial, as mulheres têm um papel essencial não apenas dentro da operação, mas também na liderança de projetos que impulsionam a produtividade e fortalecem comunidades rurais.
As mulheres rurais representam uma força essencial no campo brasileiro, com mais de 1,76 milhão atuando como dirigentes de estabelecimentos e 4,37 milhões como trabalhadoras ocupadas, segundo o Censo Agropecuário. Em um setor que responde por cerca de 25% do PIB nacional, sua presença é fundamental especialmente nas pequenas e médias propriedades, onde ajudam a preservar tradições produtivas enquanto impulsionam a modernização e a sustentabilidade das práticas agrícolas.
Lideranças femininas nas empresas ocupam posições estratégicas, conduzindo iniciativas que ultrapassam os escritórios e geram impacto direto no campo, contribuindo para o desenvolvimento do setor agroindustrial e para a transformação na realidade rural brasileira.
“Fazer parte de uma empresa que acredita na força da mulher é motivo de orgulho. Na Multibelt, incentivamos o protagonismo feminino não apenas como pauta de diversidade, mas como um valor que impulsiona inovação e resultados. Ver mulheres ocupando espaços estratégicos dentro e fora do campo mostra que estamos construindo um agronegócio mais humano e equilibrado. A presença feminina na liderança é essencial para o futuro do agronegócio. As mulheres trazem uma visão mais colaborativa e sensível à gestão, o que fortalece as relações e amplia o olhar sobre o desenvolvimento sustentável do setor. Na Multibelt, trabalhamos para que essa representatividade continue crescendo em todos os níveis”, ressalta Ana Beatriz Tavares, Gestora de RH da Multibelt.
Na Multibelt, a valorização da mulher está presente tanto no dia a dia das equipes quanto na relação com produtoras parceiras. Essa diversidade de olhares fortalece o posicionamento da empresa como referência em inovação e desenvolvimento no agro. O impacto dessas lideranças femininas vai além dos números e dos cargos, ele é percebido nas comunidades rurais, por meio de ações e decisões que fazem diferença real. Veja 5 pontos principais:
- Desenvolvimento de tecnologias que melhoram a produção rural;
- Projetos de inovação que beneficiam produtores e comunidades;
- Geração de empregos e oportunidades em regiões rurais;
- Fortalecimento da cadeia produtiva e crescimento econômico local;
- Promoção da educação e capacitação no campo, incentivando a sucessão familiar e o protagonismo das novas gerações.
Neste Dia Internacional da Mulher Rural, a Multibelt reforça seu compromisso com a valorização e o protagonismo feminino em todos os elos do agronegócio.
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Animais das raças Angus e Ultrablack são premiados na categoria de curral na Exposição Nacional, em Chapecó (SC)

Fêmeas e machos das duas raças foram julgados no evento que ocorre durante a programação da Efapi
No primeiro dia de julgamentos Angus e Ultrablack da Exposição Nacional das raças, em Chapecó (SC), realizado nesta sexta-feira (10), animais foram premiados na categoria de curral. Entre eles, comemoraram os resultados dos grandes campeonatos as cabanhas da Conquista, Soldera, 3 Marias Agronegócios e Renascença. As competições foram promovidas pela Associação Brasileira de Angus e Ultrablack com o apoio do núcleo catarinense de Angus e Ultrablack e tiveram como jurado Flávio Montenegro Alves.
Fêmeas
A Grande Campeã Individual de Terneiras Angus foi a terneira maior do Lote 2 (TAT: 401), da Fazenda da Conquista, de Antônio Marcos Pagani de Souza, de São Joaquim/SC. Já a Reservada Grande Campeã foi a terneira maior do Lote 1 (TAT: TBI1148), do expositor Dorival Carlos Borga, da 3 Marias Agronegócios, de Videira/SC.
No Grande Campeonato de Lote de Fêmeas Angus, o Lote 5 de novilhas menores (TAT: TE24323, TE24243 e TE24042), do expositor Irmãos Soldera Agropecuária, da Cabanha Soldera, de Panambi/RS, foi o Grande Campeão.
A Grande Campeã Individual Angus foi a vaca adulta do Lote 14 (TAT: IA947), de Dorival Carlos Borga, da 3 Marias Agronegócios, de Videira/SC. A Reservada Grande Campeã foi a vaca jovem do Lote 13 (TAT: TE3632), de José Paulo Dornelles Cairoli, da Fazenda Reconquista, de Alegrete/RS. Já a Terceira Melhor Fêmea foi a novilha menor do Lote 5D (TAT: TE24042), do expositor Irmãos Soldera Agropecuária, da Cabanha Soldera, de Panambi/RS.
Na raça Ultrablack, o Grande Campeonato de Lotes foi vencido pelo Lote 1 (TAT: 455 e 453), de Antônio Marcos Pagani de Souza, da Fazenda da Conquista, de São Joaquim/SC. Pagani também venceu o Grande Campeonato Individual de Fêmeas, com a terneira maior Lote 1A (TAT: 455). A Reservada Grande Campeã ficou com a novilha menor do Lote 4 (TAT: FIV02), do expositor Rodrigo Campos Nunes, da Cabanha Campos, de São Joaquim/SC. Já a Terceira Melhor Fêmea foi a terneira maior do Lote 2 (TAT: 451), de Antônio Marcos Pagani de Souza.
Machos
No Grande Campeonato de Terneiros Angus, o terneiro maior do Lote 18 (TAT: 400), também de Pagani, da Fazenda da Conquista, foi o Grande Campeão. O Reservado Grande Campeão ficou com o terneiro maior Lote 15 (TAT: TBI1154), de Dorival Carlo Borga, da 3 Marias Agronegócios, de Videira/SC. O Terceiro Melhor foi terneiro maior do Lote 16 (TAT: 404), de Antônio Marcos Pagani de Souza.
No Grande Campeonato de Lotes Machos Angus, o expositor Irmãos Soldera, da Cabanha Soldera, de Panambi/RS, venceu com os touros júniores do lote 19 (TAT: TE24071, TE24062 e TE24021). O Reservado Grande Campeão foram os touros júniores do Lote 20 (TAT: TE2421, TE2409 e TE2405), do expositor Leonardo Durigon, da Genética AGP, de Campos Novos/SC.
O Grande Campeão Individual Macho foi o touro dois anos do Lote 24 (TAT: TE881), de Nelson Antônio Serpa, da Fazenda Renascença, de Vargem/SC. O Reservado Grande Campeão ficou o touro júnior do Lote 23 (TAT: TE3844), de José Paulo Dornelles Cairoli, da Fazenda Reconquista, de Alegrete/RS. E o Terceiro Melhor Macho foi o touro júnior do Lote 21 (TAT: TE134), de Vinicius Bortolozzo, da Cabanha Bortolozzo, de Antônio Prado/RS.
Na raça Ultrablack, o Grande Campeonato de Lotes ficou com os terneiros intermediários do Lote 8 (TAT: 460 e 456), de Antônio Marcos Pagani de Souza, da Fazenda da Conquista, de São Joaquim/SC.
Já o Grande Campeão Individual foi o touro jovem do Lote 13 (TAT: UT135), de Nelson Antônio Serpa, da Fazenda Renascença, de Vargem/SC. O Reservado Grande Campeão foi o terneiro intermediário 8A (TAT: 460) e o Terceiro Melhor Macho foi o de Lote 8B (TAT: 456), ambos de Antônio Marcos Pagani.
A fala dos vencedores
Antônio Marcos Pagani de Souza, da Fazenda da Conquista
“Nossa fazenda é uma fazenda jovem ainda. Começamos a trazer nossos exemplares para as exposições no ano passado e temos alcançado o êxito. Ficamos muito felizes em saber que estamos no caminho certo. Além de produzirmos animais com uma genética melhorada, entendemos que estamos contribuindo para a pecuária de corte brasileira, com animais precoces, uma carne de muita qualidade e, acima de tudo isso, conhecendo pessoas, fazendo amigos e trocando experiências. Estamos apostando cada vez mais em tecnologia, hoje não pode ser diferente. Temos uma equipe técnica muito boa, profissionais extremamente comprometidos e seguimos as orientações deles para alcançar esses resultados positivos na nossa criação.”
Didi Soldera, da Cabanha Soldera
“Essas vitórias representam o trabalho que estamos fazendo na propriedade. Temos que continuar fazendo o que tem de melhor contribuindo nas exposições e com a Associação, para mostrar o que estamos fazendo e ver o que está sendo feito também para buscarmos agregar na nossa propriedade. Os grandes diferenciais dos trios vencedores são a estrutura óssea e o volume de costela, são animais precoces e adaptados. Essas características são o que se busca hoje e é o que estamos buscando introduzir cada vez mais também.”
Dorival Carlos Borga, da 3 Marias Agronegócios
“Temos a certeza de que estamos no caminho certo com a genética que estamos multiplicando. Esse é o nosso propósito há 18 anos, selecionando sempre animais que o mercado quer. Quando classificamos esses animais nas exposições, temos certeza de que temos uma genética de valor para oferecer aos nossos clientes. Fazemos investimentos em genética, mas isso é uma das pontas. Na outra tem o manejo, o cuidado, o preparo e a nossa equipe está fazendo por merecer. Eu os acompanho diariamente e vejo o esforço e o carinho que eles têm com o nosso plantel. Vencer nos enche de segurança de que está sendo feito um bom trabalho. Sempre fazemos essa mistura de base genética para que tenhamos o fenótipo que apresentamos aqui. São animais precoces, que tem um selo racial bastante apurado e de fácil adaptação. Temos aqui um frio rigoroso e um verão com uma variação climática bastante grande. Isso é um desafio, mas ficamos muito felizes que a seleção e a pureza racial estão bem feitas.”
Nelson Antônio Serpa, da Fazenda Renascença
“Os animais que estão aqui representam o que é o nosso rebanho, é a consistência genética que temos em uma evolução permanente. Ficamos contentes e satisfeitos com esse resultado. Estas vitórias representam o retorno de um trabalho que a gente faz com muita dedicação. É fruto de uma seleção muito apurada e de sempre procurarmos incorporar as genéticas que estão dando mais resultado. Animais de pêlo curto e fino é o que estamos buscando. Esses dois touros que venceram se destacam muito por essas características. Quando o jurado falou nos números dos touros, entendi que teríamos o campeão, porque estamos colocando isso no equilíbrio com o fenótipo e genótipo.”