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Expansão do agronegócio: brasileiro ganha um novo aliado, o consórcio

*Por Fernando Lamounier
Impulsionada por avanços tecnológicos e uma alta da demanda de exportação dos alimentos, a expansão do agronegócio brasileiro tem ganhado um novo facilitador de acessos a mecanismos financeiros mais interligados com o movimento econômico atual que o país atravessa: o consórcio.
Para o ano de 2025, com a previsão de crescimento do PIB (produto interno bruto) do setor beirando a margem de 5%, agricultores de todo o país sobrelevam desafios e oportunidades que exigem planejamento estratégico e inovação nos investimentos. No atual cenário econômico com a manutenção da taxa Selic em patamares elevados (14,25%) ao longo do ano, vai refletir diretamente nos custos de crédito rural tradicional, atravancando o acesso para pequenos e médios produtores.
O consórcio, que já se tornou uma ferramenta de uso ao produtor rural brasileiro, emerge como uma alternativa mais eficaz para viabilizar investimentos, garantir uma competitividade mais justa e impulsionar a produtividade ao longo do ano. Segundo dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (ABAC), o consórcio movimenta mais de R$ 50 bilhões ao ano, com o setor do agronegócio representando uma estimativa de 20% do montante, sendo que a modalidade de máquinas e equipamentos pesados representou 25% do total movimentado no país.
Mas por que a modalidade tem sido usada em maior escala nos últimos meses? A resposta é que diferentemente dos financiamentos tradicionais agrícolas, o consórcio não tem juros e, sim, uma taxa administrativa cobrada pelo período da contratação, lembrando que o número de parcelas e o prazo do plano são definidos na hora da aquisição. Os créditos e parcelas são reajustados uma vez ao ano pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), tornando assim a compra mais segura e planejada para o agricultor.
Por ser um mercado marcado pela sazonalidade, outra vantagem é adquirir bens com valor agregado alto com juros baixos e com uma previsibilidade de parcelas mais seguras e assertivas. Atualmente 35% dos produtores rurais optam pelo consórcio no agro, para não depender da oferta de crédito bancário tradicional, já que a segunda opção é muito mais negativa.
Produtores estão usando suas cotas de consórcio não apenas para ampliar ou melhorar sua frota agrícola, mas também para investir em tecnologia como a aquisição de drones, para mapeamento das lavouras e monitoramento de pragas com diagnósticos mais eficientes e a aplicação de insumos mais assertivos. Por isso, a cada dia, os produtores devem entender a sua real necessidade e as particularidades de seus negócios, tempo de colheita das safras e aproveitar da melhor forma os benefícios que o sistema financeiro pode oferecer, garantindo assim, melhores condições durante todo o ano.
*Fernando Lamounier é sócio e diretor da Multimarcas Consórcios.