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É hora de pensar em estratégias de alimentação do rebanho no inverno

Para garantir oferta de alimento aos bovinos no período mais crítico do ano, o pecuarista precisa se atentar a formação da pastagem agora, sendo a capineira uma das opções
A instabilidade climática tem desafiado até os mais experientes produtores nos últimos anos, chuvas irregulares e muitos dias seguidos de altas temperaturas comprometem a produção no campo, e com a criação de gado não tem sido diferente. Mas algumas mudanças de atitude podem ajudar os pecuaristas na árdua tarefa de garantir a oferta de alimentos de forma mais barata no momento mais crítico do ano como o uso de capineiras que consiste em implantar capins com alta produção de matéria verde para ser principalmente, fornecido picado no cocho ou ensilado.
De acordo com Wayron Castro, Zootecnista e assistente técnico de sementes na Sementes Oeste Paulista (SOESP), independentemente se o foco da fazenda for a produção de carne ou leite, o primeiro passo é ter um eficiente planejamento. “O produtor sabe que todo ano vai ter seca e muitos não se preparam. Depois são obrigados a comprarem silagem ou milho no inverno com preço elevados e às vezes até de qualidade ruim, justamente por não terem se programado. Portanto, o pecuarista tem que ter um bom planejamento forrageiro”, destaca.
Um plantio eficiente começa com um bom preparo de solo. Ou seja, da mesma forma como muitos produtores já realizam um bom manejo nas áreas de lavouras também é preciso ter os mesmos cuidados com o solo para produção de capineiras, principalmente no que diz respeito à fertilidade se atentando às análises químicas e físicas. Somado a isso é importante realizar os tratos culturais, como aplicação de calcário e adubação.
Após essa etapa, se inicia o plantio. Quanto às cultivares, as mais recomendadas são os Panicuns com destaque para Mombaça e Zuri.
Segundo o Zootecnista, a vantagem dessa capineira é que depois que ela está implantada o único custo que o pecuarista terá é de adubação de manutenção e controle de daninhas.
“Para o gado de corte, essa estratégia atende muito bem. Já para o gado leiteiro, que a exigência nutricional é um pouco maior, o recomendado é silagem de milho mesmo”, acrescenta.
Qualidade das sementes
Da mesma forma que o produtor se preocupa em adquirir sementes de soja, de milho e sorgo já com tratamento, o mesmo deve ocorrer com sementes de pastagem. Até porque, segundo o especialista, há estudos que comprovam que há sementes que já vem do campo de produção com fungos. Por isso é importante o tratamento desses produtos, pois as tecnologias atuais disponíveis garantem ao produtor a certeza de receber o importante insumo livre de doenças.
As sementes blindadas com tecnologia Advanced, da Soesp, por exemplo, recebem tratamento exclusivo. A empresa tem laboratório especializado em sementes forrageiras acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e aplica dois fungicidas e um inseticida à superfície das sementes. Todo esse processo tecnológico assegura um valor cultural (pureza e viabilidade) acima dos requisitados para as Brachiarias e Panicuns.
As sementes blindadas com a tecnologia Advanced têm ainda como importantes características a uniformidade e a resistência, assim não entopem o maquinário de plantio e o tratamento não se rompe, chegando intacto ao solo. Além disso, são produtos com inteligência na absorção de água e ideais para a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com menor custo por hectare. “É fundamental que o produtor busque sementes de empresas idôneas como a Soesp, que sejam associadas da Unipasto ou que sejam parceiras da Embrapa”, finaliza Castro.
Sobre a Sementes Oeste Paulista
A Sementes Oeste Paulista está sediada em Presidente Prudente (SP) e há 38 anos atua no mercado oferecendo sementes de pastagem. Sua matriz conta com infraestrutura voltada à produção, beneficiamento, comercialização e desenvolvimento de novas tecnologias, tanto para pecuária como para agricultura de baixo carbono. A empresa desenvolveu a tecnologia Soesp Advanced, que revolucionou o mercado de sementes forrageiras nos países de clima tropical, ao trazer diversos benefícios no plantio e estabelecimento dos pastos, e se adequar perfeitamente ao sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

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Digitalização no campo transforma o setor sucroalcooleiro com soluções financeiras personalizadas

A digitalização e as soluções financeiras personalizadas têm sido essenciais para modernizar o setor sucroalcooleiro; especialistas explicam que, mesmo com a sazonalidade e a atuação em locais remotos, sua equipe superou os desafios com soluções adaptadas e tecnologias aplicadas
A digitalização dos meios de pagamento e a personalização de benefícios têm se mostrado estratégias decisivas para modernizar o setor agroindustrial, especialmente no segmento sucroalcooleiro. Em entrevista, Angela Kerche, especialista em soluções de benefícios da p2xPay, detalha como sua equipe superou os desafios de um setor marcado por sazonalidade e operação em áreas remotas.
“O setor agroindustrial, especialmente o sucroalcooleiro, possui uma dinâmica muito específica: sazonalidade na contratação de mão de obra e equipes operando em áreas remotas”, conta Angela. “Um dos principais desafios foi adaptar nossas soluções de benefícios e premiação a esse contexto, garantindo usabilidade e criando formas de distribuir os cartões com agilidade”, destaca, e explica que a superação veio por meio de escuta ativa com os produtores e do envolvimento estratégico das cooperativas de cana-de-açúcar. “Esse apoio garantiu credibilidade às parcerias e abriu caminho para uma adoção mais rápida e eficaz”.
A tecnologia como motor de valorização e eficiência
Entre as soluções desenvolvidas estão os Cartões Premiação p2xPay e Cartões Benefícios de múltiplas bandeiras, que oferecem flexibilidade, segurança e gestão digital simplificada e podem ser considerados como parte de um verdadeiro case de sucesso. “Capacitamos os gestores na utilização das ferramentas, o que acelerou a aceitação e eficácia da nossa solução no campo”, afirma a especialista.
Os impactos foram expressivos. Segundo Felipe Andrade, COO da p2xPay, a introdução dos cartões como ferramenta de reconhecimento aumentou significativamente o engajamento das equipes, especialmente entre líderes, operadores de campo e motoristas. Além disso, empresas relataram melhora na retenção de talentos sazonais, aumento da produtividade e benefícios fiscais. “Muitas empresas relataram melhora na retenção de talentos sazonais e aumento da produtividade, pois os colaboradores passaram a se sentir mais valorizados”, diz. “Já para os gestores e equipes administrativas, os cartões e as ferramentas de meios de pagamento simplificaram a gestão financeira, reduziram retrabalho contábil, aumentaram o controle das verbas e trouxeram redução de custos”, reitera o executivo.
Andrade explica que, durante reuniões realizadas com empresas do setor, pôde perceber o quão importante é ouvir o cliente e adaptar as soluções à sua realidade. “Durante este mês, visitei clientes e parceiros do agronegócio nas regiões do Paraná e Goiás, e pude constatar na prática o quanto é transformador manter a proximidade. Ao ouvir suas demandas e adaptar soluções às suas realidades específicas, percebemos que é essencial acompanhar de perto todo o processo de implantação – isso tem sido um fator decisivo para o sucesso das iniciativas. Essa abordagem personalizada não apenas está impulsionando a produtividade no campo, como também está fortalecendo a retenção de talentos, promovendo um ambiente mais colaborativo, valorizado e genuinamente alinhado às necessidades reais do setor.”
Estudos comprovam: produtores rurais brasileiros já adotaram pelo menos uma tecnologia digital em suas atividades
Esses resultados estão alinhados com as tendências nacionais. Um estudo da Embrapa, Sebrae e INPE revelou que 84% dos produtores rurais brasileiros já adotaram pelo menos uma tecnologia digital em suas atividades. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios: o Índice Agrotech, da GS1 Brasil, aponta que o uso de softwares de gestão no agro caiu de 38% em 2021 para 20% em 2024. Isso mostra que, embora haja avanços, a digitalização ainda precisa de estímulo e apoio estratégico. Outro levantamento, realizado pela Universidade de Brasília, apontou que mais de 95% dos produtores utilizam algum tipo de tecnologia digital, sendo que 96,3% usam softwares ou aplicativos para operações bancárias, 90,7% para manejo agrícola e 70,3% para gestão da propriedade.
Esses dados mostram que a digitalização no campo não é apenas uma tendência, mas uma realidade crescente, ainda que desafios como conectividade e custo de investimento continuem sendo barreiras importantes.
Transformação digital no Agro: mais interesse com a automatização de tarefas
Nesse contexto, Ana Paula Campeão, Head Comercial Filial Pederneiras da p2xPay, observa um aumento no interesse por soluções financeiras personalizadas no campo. “O interesse tem crescido de forma consistente. O agronegócio está cada vez mais atento às ferramentas que otimizam tempo, aumentam a transparência e reduzem burocracias e custos, especialmente em áreas como folha de pagamento, gestão de premiações e benefícios”, reitera, e conclui com uma visão clara sobre o futuro do setor. “A inovação financeira deixou de ser tendência e passou a ser uma necessidade real no campo. Os produtores têm reagido de forma muito positiva, reconhecendo os ganhos em eficiência, segurança jurídica e valorização do capital humano”.
A transformação digital no agro não apenas moderniza a gestão, mas fortalece o compromisso com o bem-estar dos colaboradores e a sustentabilidade do setor. Com o apoio de cooperativas e o uso estratégico da tecnologia, os campos do Brasil se aproximam cada vez mais de um modelo produtivo mais eficiente, justo e competitivo.
Sobre a p2xPay
Com planos de expandir ainda mais sua presença em outras regiões-chave, a p2xPay almeja se consolidar como uma parceira indispensável para produtores e empresas do setor em todo o país. Além das soluções financeiras, a fintech enfatiza o valor das pessoas e dos parceiros, buscando impulsionar a economia das regiões onde atua, através de seus cartões e de suas ferramentas de benefícios e premiação.
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Pesquisadores desenvolvem solução para controle de pragas capaz de preservar organismos não-alvo, em especial os anfíbios

Sapos e rãs sofrem consideravelmente com os efeitos colaterais dos pesticidas; para evitar que isso siga ocorrendo, cientistas brasileiros criaram uma alternativa promissora aos inseticidas sintéticos
Estudos recentes, como o desenvolvido no Instituto Federal Goiano, alertam para o fato de que a exposição crônica a misturas de pesticidas em ambientes agrícolas pode resultar em reduções populacionais de até 70% em espécies locais de anuros (sapos e rãs), especialmente nas fases larvais. Nesse cenário, a publicação “Medindo o Colapso: Fatores que Causam a Extinção e o Declínio Global dos Anfíbios“, veiculada na revista científica internacional Plos One, revela que mais de um terço das espécies de anfíbios do mundo está ameaçado de extinção, tendo nos pesticidas um dos principais fatores que desencadeiam essa quadro. Em um ecossistema altamente interligado, a vulnerabilidade dos anuros pode impactar negativamente a própria agricultura, que deixará de contar com aliados naturais para o manejo de insetos que predam as plantações.
É nesse contexto que se insere o estudo desenvolvido pelos cientistas parceiros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAGro): Willian de Paula Santos, Caroline Santos, Letícia Paduan Tavares, Jhones Luís de Oliveira, Leonardo Fernandes Fraceto e Claudia Bueno dos Reis Martinez, recém publicado pelo Boletim de Contaminação Ambiental e Toxicologia. A partir de análises em laboratório, os pesquisadores descobriram que o geraniol nanoencapsulado (nGER) pode ser uma alternativa promissora aos pesticidas sintéticos atualmente utilizados, pois combina os efeitos pesticidas do geraniol com a proteção contra a degradação ambiental proporcionada pelas nanocápsulas de zeína, proteína presente em grãos de milho.
A pesquisa é uma das poucas do Brasil a investigar os efeitos causados por alternativas aos pesticidas em anfíbios, organismos não-alvo que sofrem consideravelmente com os impactos das substâncias, conforme pontua a Dra. Claudia Bueno dos Reis Martinez, pesquisadora do INCT NanoAgro. “Essa é uma linha de pesquisa fundamental para o futuro da agricultura. Precisamos cada vez mais de soluções que respeitem o meio ambiente, e os compostos naturais, quando bem estudados, oferecem um campo vasto de possibilidades”, afirma a cientista
Além de propor uma alternativa de pesticida capaz de preservar organismos não-alvo, o estudo também destaca a importância de que a ciência avance no sentido de entender os mecanismos moleculares envolvidos na ação de substâncias naturais, reforçando o papel da nanotecnologia na potencialização de sua eficácia e seletividade.
A pesquisa é parte das atividades do INCT NanoAgro, que reúne instituições e pesquisadores de diversas áreas para fomentar a inovação no campo da agroecologia por meio da aplicação de nanotecnologia. Confira os detalhes em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0001636.
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Como ficam as operações do agronegócio com o split payment?

Tributarista Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, explica como o novo instrumento torna o Fisco “coproprietário” do caixa das empresas, e como as organizações devem se preparar
O instrumento do “split payment” (pagamento fracionado) previsto para 2027, para combater sonegação e garantir arrecadação mais eficiente, é um dos pilares da reforma tributária, regulamentada neste ano. Esse mecanismo vai impactar diretamente o fluxo de caixa das empresas, o que exige, desde já, preparação para lidar com a nova realidade.
De forma simplificada, o “split payment” é um sistema em que os tributos são segregados no momento do pagamento, indo diretamente para os cofres públicos sem passar pela conta da empresa. Significa o fim de atrasos no recolhimento e da complexidade das guias de impostos. “É um sonho para o governo e um pesadelo logístico para quem gerencia o fluxo de caixa”, afirma o tributarista Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, empresa líder em soluções para a Reforma Tributária.
Na avaliação de Ribeiro, o “split payment” coloca o Fisco “na posição de coproprietário do caixa das empresas”. Ele compara a mudança representada pelo novo instrumento com a provocada quando do surgimento do “Sped” (Sistema Público de Escrituração Digital). “É uma mudança tão drástica quanto aquela. A diferença é que agora o impacto é direto e diário.”
Os impactos no fluxo de caixa
De acordo com Ribeiro, as empresas que já enfrentam desafios para equilibrar entradas e saídas o “split payment” pode acender um sinal de alerta. A segregação automática dos impostos reduz o valor líquido que fica disponível na conta da empresa. E isso não é apenas uma mudança técnica – é uma mudança estratégica.
“Imagine que, antes, o imposto ficava ‘estacionado’ no caixa por algumas semanas até o vencimento da guia. Agora, ele será deduzido instantaneamente. Resultado? Menos capital de giro e maior dependência de crédito”, detalha Ribeiro.
Uma pergunta crucial: como sobreviver?
Empresas que já trabalham com margens apertadas precisam repensar estratégias agora, recomenda o tributarista. Renegociação de prazos com fornecedores, aumento da eficiência operacional e otimização de custos serão indispensáveis para enfrentar essa nova realidade. Além disso, o uso de tecnologias avançadas para gestão financeira e tributária se tornará obrigatório.
“Se a empresa não dominar os dados da sua operação, o ‘split payment’ pode se transformar em um fardo insustentável. Ferramentas de Invoice-To-Pay e simuladores de fluxo de caixa integrados com o ‘split’ são soluções que ajudarão as empresas a enxergar o futuro antes que ele vire problema”, orienta Lucas Ribeiro.
Benefícios e desafios
Embora a promessa de acabar com a sonegação fiscal seja atraente – e positiva para o equilíbrio econômico do país -, os desafios não podem ser ignorados. Ribeiro lista alguns deles:
Benefícios
- Redução da sonegação fiscal e da concorrência desleal.
- Simplificação do recolhimento de tributos.
- Maior previsibilidade tributária para governos e empresas.
Desafios
- Redução da liquidez imediata.
- Dependência de sistemas robustos para gestão em tempo real.
- Necessidade de maior capital de giro para empresas com alto volume de tributos.
- Conciliação complexa entre as operações na competência versus caixa.
Se o “split payment’ é inevitável, a preparação será o grande divisor de águas. As empresas que dominarem os números, ajustarem seus processos e investirem em tecnologia avançada sairão na frente, ressalta o CEO da ROIT. “Na guerra de gestão que está por vir, quem tiver os dados nas mãos ditará as regras do jogo. O “split payment” não é o fim, mas o começo de uma nova era na gestão empresarial.”
Ribeiro acrescenta: “Então, a pergunta final permanece: sua empresa terá caixa para o “split payment” ou ficará refém de empréstimos e juros? A hora de agir é agora. Quem espera pela tempestade não se prepara para navegar.”