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Boas práticas de prevenção são essenciais para evitar incêndios em lavouras
Com planejamento e um eficiente plano de ação compartilhado entre produtores e agroindústrias, classe produtora pode reduzir os riscos de queimada no campo
O ano de 2024 está sendo marcado por grandes incêndios que têm castigado muitos produtores, até dizimando diversas lavouras. Segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza análise via satélite, no período de 01/01/2024 até 22/09/2024, foram registrados 200.013 focos. Esse valor representa uma diferença de 98% em relação aos 100.789 casos contabilizados no mesmo período de 2023.
Entre o setor mais atingido está o canavieiro. De acordo com os dados da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), até o fim de agosto, somente nos canaviais paulistas, as queimadas alcançaram uma área de mais de 181 mil hectares, elevando os prejuízos a R$ 1,2 bilhão, em decorrência dos efeitos na cana em pé, nas soqueiras e na má qualidade da matéria-prima, além dos custos de manejo e replantio.
Para que catástrofes dessa magnitude não se repitam nos próximos anos, é fundamental um eficiente plano de contingência, ou seja, é necessário adotar algumas medidas de boas práticas de prevenção. De acordo com Sandro Morete, Coordenador de Manutenção na GAtec, empresa que desde julho faz parte da Senior Sistemas – multinacional referência em soluções de gestão, ações simples podem gerar resultados importantes, principalmente para prevenção. “Cenas como temos visto de canaviais inteiros em chamas não podem se repetir mais. Além de ser um grande impacto ao meio ambiente e à economia, é um prejuízo irreversível aos produtores. Portanto, para ajudar nessa missão, elencamos algumas ações que certamente farão a diferença”, destacou.
Ações preventivas
Existem diferentes protocolos e muitas ações que podem ajudar a minimizar os impactos das queimadas ou até mesmo auxiliar a evitar futuros focos de incêndio nos períodos mais secos do ano. Essas práticas, além de preservar a lavoura, também serão úteis quanto à proteção da vida das pessoas envolvidas. Entre as principais medidas pode-se destacar:
- Aceiros: crie faixas ao longo das cercas livres de vegetação para impedir que o fogo se espalhe. Essa técnica é de baixo custo e muito eficaz. Também pode ser muito importante para a prática de fogo controlado.
- Tanque de água: mantenha sempre que possível um tanque de água cheio em um ponto estratégico. Além disso, estruture meios de transporte para levar a água até os possíveis locais de incêndio.
- Limpeza: manter as linhas de lavouras sempre limpas é algo extremamente importante. Portanto, elimine sempre que possível, materiais de fácil combustão das áreas, como folhas secas, galhos e restos de podas.
- Plano de contingência: elabore um plano junto aos funcionários e à família para discutir medidas de contenção do incêndio. A ideia é que a prática seja compartilhada com os vizinhos para que em caso de emergência todos se unam rapidamente com o mesmo propósito. Também é importante ter o contato das indústrias próximas, pois geralmente as empresas tem uma estrutura para combate a incêndio e isso é essencial para evitar que o fogo se alastre pela região.
- Monitoramento constante: faça uma vigilância contínua da propriedade para detectar e combater incêndios rapidamente. Neste ponto seria possível fazer a automação com a implementação de câmeras específicas em pontos estratégicos. Desta forma a identificação de possíveis focos bem como o acionamento das equipes de combate serão mais rápidos. Este é um investimento que pode ser muito eficaz, pois identifica com precisão colunas de fumaça e aponta a correta localização.
- Cursos de prevenção: é importante que o produtor incentive os funcionários e familiares a fazerem cursos de prevenção e controle de incêndios. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), por exemplo, oferece de forma gratuita cartilhas e opções online sobre o tema.
- Contatos úteis: tenha à mão os telefones do Corpo de Bombeiros, prefeitura e Defesa Civil. Se houver usinas nas proximidades, tenha também o contato delas, pois podem colaborar com brigadas de incêndio.
Sobre a GAtec S/A Gestão Agroindustrial
A GAtec S/A Gestão Agroindustrial está sediada em Piracicaba, no interior paulista e faz parte da Senior Sistemas, referência nacional em soluções de gestão, oferecendo aos clientes consultoria, treinamento, desenvolvimento e integração de sistemas de gestão para o agronegócio, como softwares agrícolas. Composta por profissionais com mais de 40 anos de experiência em planejamento e controle agroindustrial, a GATec conta também com filiais em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ribeirão Preto/SP, Sul de Minas, região do MATOPIBA, Goiás e Pará. Além disso, está presente em 14 países com mais de 320 clientes que somam 9 milhões de hectares plantados. Sua atuação contempla todas as culturas do agronegócio, além da pecuária. Hoje são mais de 1,2 mil empresas do ramo de agronegócio atendidas pelas soluções da Senior.
Mais informações em www.gatec.com.br e www.senior.com.br
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Água com tecnologia: Reflorestar inaugura módulos de irrigação 100% mecanizados para o manejo inicial de mudas na silvicultura
Tecnologia eleva o padrão dos manejos florestais no país. Primeiros módulos chegam no MS e em SP
No solo vermelho do município de Água Clara (MS), onde por décadas os primeiros dias de irrigação dependiam do esforço físico intenso dos colaboradores, uma nova realidade começa a ser escrita. A Reflorestar Soluções Florestais inicia a operação do primeiro módulo operacional do país com o conjunto completo de Irrigadores Mecanizados Bizmaq, marco que rompe com práticas historicamente manuais e abre caminho para uma silvicultura cada vez mais mecanizada, precisa e sustentável.
Com contrato firmado com a Suzano para operações de plantio, a Reflorestar buscou tecnologias que gerassem maior agilidade operacional, ganhos de produtividade e, sobretudo, melhores condições de trabalho para seus colaboradores. Agora, o colaborador atua em uma cabine climatizada, com controles eletrônicos que acionam o equipamento e distribuem água de forma uniforme sobre as mudas de eucalipto.
“O equipamento entrega qualidade e assertividade na quantidade de água aplicada por planta, além de transformar a experiência do colaborador. Antes, era uma atividade semimecanizada, em que o auxiliar caminhava o dia todo exposto ao sol e ao calor intenso.
Agora, é uma operação totalmente mecanizada e confortável”, explica Paulo Gustavo Souza, gerente de Silvicultura da Reflorestar. É a tecnologia a serviço do homem e da silvicultura.
Precisão e eficiência
Para essa etapa da silvicultura, a Reflorestar adquiriu cinco irrigadores mecanizados Bizmaq, sendo três destinados aos plantios no Mato Grosso do Sul e dois para o estado de São Paulo.
Os tanques têm capacidade de 10 mil litros, permitindo padronização rigorosa da lâmina d’água aplicada em cada muda.
Essa precisão reduz desperdícios e elimina a variabilidade típica da irrigação semimecanizada, em que a dosagem dependia do julgamento do auxiliar, podendo variar, por exemplo, entre 3 e 7 litros por planta.
“A mecanização garante a mesma quantidade de água para todas as mudas, com total padronização operacional. Esse é um ganho expressivo em eficiência”, reforça Gregory Barbosa, consultor de produto da Bizmaq.
Primeiros passos
A irrigação das mudas é uma etapa inicial e pontual do processo de plantio, mas sua frequência depende diretamente das características de solo e clima de cada região.
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, região mais quente, a média é de três irrigações consecutivas, podendo chegar a cinco em períodos de maior temperatura. Já em Lençóis Paulista (SP), onde a Reflorestar também assumirá operações de plantio, o clima mais ameno permite uma média aproximada de duas irrigações.
A entrada da Reflorestar como operadora efetiva, e não apenas participante de testes, marca um avanço inédito. “É o primeiro módulo operacional com esses equipamentos no país. Outras unidades fizeram apenas testes. A Suzano, junto com a Reflorestar, vem sendo pioneira na adoção de uma silvicultura 100% mecanizada”, destaca Gregory.
Nova geração da silvicultura
A Bizmaq, referência nacional em implementos agroflorestais, acompanha de perto empresas que impulsionam a modernização do campo. Nesse movimento, a Reflorestar se destaca pela velocidade com que tem expandido sua mecanização, especialmente na silvicultura, área em que passou a atuar há cerca de dois anos.
“A Reflorestar escolheu um caminho diferente: entrar entre os maiores investindo em mecanização plena, fugindo do modelo manual tradicional. A empresa pulou etapas e hoje se coloca como case de sucesso na prestação de serviços florestais”, analisa Gregory.
Visão de futuro
A inauguração deste módulo mecanizado reafirma o compromisso da Reflorestar com um modelo operacional moderno, seguro e sustentável, em que tecnologia e cuidado com as pessoas caminham lado a lado.
Ao mecanizar uma etapa historicamente manual, a empresa eleva padrões de ergonomia, padroniza a qualidade operacional, reduz riscos e variabilidades, ganha eficiência e precisão, além de avançar na construção de uma silvicultura de alta performance.
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Cuidado coletivo com as estradas rurais: preservar a mata às margens também é proteger vias e vidas
Em temporada de chuvas, o colapso das vicinais ameaça produção, acesso e segurança; Associação Ambientalista Copaíba reforça que a restauração de matas ciliares e a preservação das margens são medidas práticas de prevenção e resiliência
Estimativas recentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam que no Brasil há cerca de 2,2 milhões de km de vias rurais, em sua maioria não pavimentadas, e grande parte em condições precárias, o que gera prejuízos diretos ao agronegócio e às populações locais, como perdas logísticas e econômicas, além de impactar traslados em geral. Durante a temporada de chuvas, esses trechos se tornam ainda mais vulneráveis com o aumento da erosividade da chuva e o volume de precipitação agravando o assoreamento, a erosão lateral e os alagamentos que deterioram pontes, bueiros e a própria pista, problemas documentados por estudos técnicos e relatórios sobre impactos hidrometeorológicos na infraestrutura rodoviária.
Nesse cenário, segundo a Embrapa as matas que margeiam rios e córregos (matas ciliares) assumem o papel de “freios naturais”, reduzindo a velocidade do escoamento superficial, facilitando a infiltração da água no solo e diminuindo o volume de sedimentos carregados para os cursos d’água, processos que, em conjunto, atenuam enchentes localizadas e o assoreamento de pontos críticos sob estradas e pontes. Relatórios e pesquisas da Embrapa sobre erosividade esclarecem que, onde a cobertura vegetal é preservada, o risco de enxurradas e cortes de pista cai sensivelmente durante eventos de chuva intensa.
A Associação Ambientalista Copaíba, com atuação desde 1999 na restauração de matas nativas e recuperação de nascentes na região de Socorro (SP) e bacias vizinhas, tem mostrado na prática os benefícios da recuperação de margens. Em relatos de projetos, a coordenadora Ana Paula Balderi observa que áreas restauradas começam, em poucos anos, a “proteger o solo e o entorno das nascentes” e a “servir como obstáculo ao escoamento das enxurradas”, reduzindo a velocidade da água e favorecendo a infiltração, efeito diretamente ligado à menor incidência de erosão nas proximidades de estradas rurais.
A Copaíba registra projetos de restauração que já cobrem centenas de hectares e enfatiza a necessidade de políticas públicas e engajamento comunitário para ampliar essa ação. Especialistas ouvidos pela entidade e estudos técnicos convergem em ações concretas que unem conservação ambiental e manutenção de infraestrutura: (1) manter ou recuperar faixas de vegetação nas margens de córregos e nascentes; (2) planejar bueiros e sistemas de drenagem considerando aumento de volume de chuva; (3) evitar desmatamentos e compactação de solo próximos às vias; (4) articular programas municipais e estaduais de manutenção periódica das vicinais com iniciativas de restauração florestal nas bacias.
Quando proprietários rurais, prefeituras e ONGs atuam em conjunto, os benefícios são múltiplos, como redução de estragos nas estradas, menor custo de manutenção e maior segurança para quem depende dessas vias. Assim, a conservação das margens e a restauração de matas ciliares não são apenas causas ambientais: são investimentos em infraestrutura natural que protegem estradas, safra e pessoas, especialmente em períodos de chuvas intensas.
Nesse sentido, a recomendação da Copaíba é clara: políticas públicas integradas, incentivos à restauração e ações comunitárias são caminhos para transformar áreas de risco em corredores resilientes e, desse modo, reduzir paradas, prejuízos e riscos nas estradas rurais.
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Mapeamento inédito revela poder do amendoim no Brasil
Estudo da ABEX-BR quantifica a cadeia do amendoim e confirma: Brasil é o 3º mais eficiente do mundo em produtividade
A Associação Brasileira do Amendoim (ABEX-BR) anuncia o lançamento do livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro”, o primeiro estudo no país a oferecer um raio-x completo do setor, desde o produtor até o exportador, com dados inéditos da safra 2024/2025.
O evento de lançamento será realizado no dia 3 de dezembro, às 14h, em Ribeirão Preto/SP, e marcará a disponibilização de informações que comprovam a relevância da leguminosa no cenário nacional.
Um dos destaques da pesquisa revela que o setor movimentou um faturamento total de R$ 18,6 bilhões no último ano, consolidando o amendoim como um player de grande porte e de alto impacto socioeconômico para o país.
“Este mapeamento é um divisor de águas para toda a cadeia. Pela primeira vez, temos uma visão completa e quantificada do nosso impacto. Com R$ 18,6 bilhões em faturamento, a importância do amendoim ultrapassa o campo e chega à mesa de negociação de grandes instituições. Temos dados concretos para guiar investimentos, estruturar linhas de crédito e influenciar políticas públicas que sustentem a nossa eficiência produtiva, que já é a 3ª maior do mundo”, afirma Cristiano Fantin, presidente da ABEX-BR.
Um raio-x socioeconômico para o desenvolvimento setorial
O estudo vai além dos números de produção. Ele compila dados socioeconômicos detalhados que interessam não só ao público em geral – que acompanha a geração de riqueza e emprego – mas, principalmente, a órgãos reguladores, ao setor financeiro e ao mercado de seguros.
O livro oferece uma visão completa da safra 2024/2025 e servirá como base fundamental para o poder público, setor financeiro e de seguros na hora de regular a produção, formatar linhas de crédito e oferecer garantias de safra com precisão.
“Com este livro, a ABEX-BR cumpre seu papel de levar ciência e inteligência para todos os elos da cadeia, do produtor ao beneficiador. Esta é a nossa ferramenta para falar ‘para dentro’ do setor e ‘para fora’, com o governo, mostrando a capacidade de geração de valor, emprego e renda que o amendoim tem. É um setor que mais que triplicou o volume de produção na última década e precisa de informações à altura do seu crescimento”, conclui Cristiano Fantin.
O livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro” foi financiado pelo Núcleo de Promoção e Pesquisa (NPP) da ABEX-BR e estará disponível para download durante seu lançamento. A pesquisa foi realizada pela Markestrat, consultoria especializada em agronegócio.
