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A revolução silenciosa e promissora no campo brasileiro

Marileidi Scena

*Por Marileidi Scena

A agricultura brasileira sempre foi marcada pela tradição e pelo conhecimento passado de geração para geração. Os ensinamentos no campo eram transmitidos em um ciclo contínuo de sabedoria acumulada e adaptada às necessidades da região e época. Desta forma, a partir da observação da natureza, sabia-se o sobre o tempo certo de plantar e colher, o manejo dos solos e dos animais, bem como as técnicas de controle de pragas, tudo isso passado de pais para filhos. Essa herança cultural sempre foi vital para a sobrevivência e o sucesso desse ambiente familiar e para aqueles que viviam da atividade.

Porém, nas últimas décadas, uma revolução silenciosa vem transformando a maneira como os alimentos são cultivados, impulsionada principalmente pela inovação tecnológica e pela busca cada vez maior por sustentabilidade. Contudo, com o avanço eminente da tecnologia no meio rural, a agricultura começou a ser impactada por mudanças significativas. A introdução de máquinas agrícolas, fertilizantes químicos e pesticidas revolucionou a produtividade nas fazendas. E ainda mais, vemos nos últimos anos, o ingresso do digital e da biotecnologia, que têm redefinido as possibilidades no campo mostrando assim que ainda há muito por vir com a tecnologia.

Hoje, a agricultura de precisão e a Inteligência artificial (IA), junto a conectividade, permitem que a classe produtora monitore e gerencie suas lavouras com uma assertividade antes inimaginável. Sensores de solo, drones, imagens de satélite e softwares de gestão agrícola proporcionam dados em tempo real, permitindo decisões mais eficientes. Esses avanços possibilitam que agricultores possam gerenciar de maneira menos árdua suas propriedades, reduzindo desperdícios e aumentando os lucros.

De acordo com pesquisas da Embrapa, a adoção dessas tecnologias resultou em um aumento médio de 20% na produtividade das culturas. A biotecnologia, por sua vez, tem desenvolvido soluções avançadas nas áreas de aplicação, nutrição e biológicas. Além disso, o setor de P&D das empresas têm buscado desenvolver cultivares e tecnologias que permitam que as plantas tenham uma melhor resposta ao controle de pragas e doenças, e variedades que se adaptam melhor às mudanças climáticas. Essas inovações não só aumentam a produtividade, mas também promovem uma agricultura mais sustentável e resiliente. A Agroallianz, por exemplo, diante deste cenário e na busca de trazer soluções aos problemas enfrentados pelos produtores, trouxe uma tecnologia inovadora para o mercado brasileiro, proporcionando melhor conforto térmico, redução do efeito do estresse abiótico nas plantas e garantindo maior produtividade, a tecnologia Osmobetan.

Embora a tradição ainda seja um fator relevante, a nova geração de agricultores está cada vez mais conectada e com a informação na palma da mão. Os jovens estão combinando o conhecimento herdado no âmbito familiar com as inovações tecnológicas, criando um modelo híbrido, que valoriza o melhor dos dois mundos. Eles estão abertos a experimentar novas técnicas, investir em tecnologia e buscar formas mais sustentáveis para produzir. Programas de capacitação e parcerias com instituições de pesquisa e empresas de tecnologia agrícola estão disseminando conhecimentos e práticas modernas para pequenos e grandes produtores. Esse movimento ajuda a garantir que o setor continue competitivo e sustentável no cenário global.

Um futuro promissor para a agricultura brasileira

Esse panorama de transformação no campo brasileiro é um testemunho da capacidade de adaptação e inovação dos agricultores. Do conhecimento passado de pai para filho às tecnologias de ponta que hoje moldam o futuro da agricultura, estamos vivendo uma era de grandes mudanças. Esse progresso não só aumenta a produtividade e a eficiência, mas também abre caminhos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o agronegócio representa cerca de 21% do PIB brasileiro, evidenciando a importância desse setor para a economia nacional.

Os produtores do Brasil, sejam veteranos ou novos empreendedores rurais, estão no centro de uma revolução que promete transformar não apenas a produção de alimentos, mas toda a cadeia produtiva. Eles estão abraçando um modelo de negócio onde tradição e inovação caminham lado a lado, garantindo que a riqueza do conhecimento seja preservada, enquanto exploram as oportunidades oferecidas pelas tecnologias. Este equilíbrio entre o antigo e o novo está criando um futuro promissor para assegurar a segurança alimentar das nossas próximas gerações.

*Marileidi Scena é cordenadora de comunicação e marketing na Agroallianz

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Chemitec Agro-Veterinária alerta para o início do ciclo dos carrapatos e a necessidade de prevenção dos rebanhos

Imagem: Freepik

Infestação de carrapatos acontece nos meses mais quentes do ano e produtor deve adotar práticas para evitar doenças

A época dos carrapatos chegou e os produtores rurais precisam adotar medidas preventivas para evitar danos ao rebanho e à produção. O alerta é da Chemitec Agro-Veterinária, empresa especializada em medicamentos e soluções inovadoras para a saúde de pequenos e grandes animais. De acordo com a empresa, entre outubro e março, ocorre o ciclo do carrapato, quando há uma proliferação dos parasitas, que liberam ovos diretamente nas pastagens. 

Gabriel Krause Piccin, médico-veterinário e gerente regional da Chemitec, explica que, com temperaturas elevadas e o clima mais úmido, o ambiente fica propício para a rápida multiplicação de parasitas, principalmente do Rhipicephalus microplus, conhecido como carrapato do boi. Segundo ele, uma fêmea desta espécie é capaz de gerar até 5.000 ovos durante toda a sua vida, o que explica a rápida infestação. 

“As fêmeas liberam os ovos nos pastos. Estes ovos, com o calor, rapidamente se transformam em larvas e em carrapatos adultos. Os parasitas entram em contato com o rebanho e se alimentam diretamente do sangue dos animais, podendo transmitir uma série de doenças, incluindo a Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Este ciclo é um problema constante e requer ações preventivas. Além das sérias consequências para a saúde dos animais, os carrapatos representam uma grande ameaça à produção, tanto do gado de corte como de leite”, destaca. 

A TPB é causada pelos protozoários Babesia e pela bactéria Anaplasma marginale, transmitidos diretamente pelos carrapatos. Eles também transmitem outras doenças, como Febre Maculosa e Doença de Lyme. “Não podemos deixar de citar que os carrapatos também causam muita coceira e feridas, o que favorece a proliferação de outras bactérias”, alerta. 

De acordo com o médico-veterinário da Chemitec, o melhor caminho para evitar todos estes problemas e os consequentes impactos na produção é a prevenção, com uso de medicamentos específicos e o manejo adequado. Com a chegada da primavera, o produtor já deve começar a realização de tratamentos estratégicos do rebanho. “Nesta época do ano, com a aplicação de alguns carrapaticidas e o manejo rotacionado de pastagens, o produtor tem a tranquilidade de fazer o melhor para o seu rebanho, e ajudam a manter a infestação em níveis controlados garantindo a saúde dos animais e a manutenção da produção”, destaca. 

A Chemitec Agro-Veterinária, com mais que 30 anos de mercado, possui em seu portfólio medicamentos que, se aplicados corretamente, ajudam no combate e na prevenção da TPB. Tratam-se do Chemitril 10% e o Beroseg 7% ou Plus. O Chemitril 10% é um antibiótico que interrompe imediatamente a destruição das células sanguíneas, causada pela anaplasmose, e o animal volta a se alimentar e beber água. Já o Beroseg 7% e o Beroseg Plus são anti-hemoparasitários altamente eficazes no combate do protozoário Babesia, garantindo a recuperação dos glóbulos vermelhos e, consequentemente, o retorno à produção.

Apesar da facilidade do manejo e administração das doses, Piccin alerta que é sempre necessário consultar uma médico-veterinário antes de adotar um programa e prevenção.”Além do uso de medicamentos, outra dica importante que pode ajudar o produtor é fazer a rotação das pastagens, sempre deixando uma parte do pasto sem bovinos por um período. Sem animais em contato, há uma quebra do ciclo de vida dos carrapatos”, acrescenta Piccin. 

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Louis Dreyfus Company leva educação ambiental a cerca de 1.500 crianças em SP e MG

Fazenda Bom Retiro | Pedregulho -SP | 2025 (Divulgação)

Em sua 12ª edição, a iniciativa já beneficiou mais de 11 mil crianças do ensino fundamental de escolas públicas 

A Louis Dreyfus Company (LDC) deu início a 12ª edição do seu programa Juntos Pelo Meio Ambiente (JPMA), voltado para alunos do ensino fundamental de escolas públicas. Neste ano, cerca de 1.500 crianças de 29 escolas em municípios de São Paulo e Minas Gerais participarão das atividades.  

Ao longo do programa, os estudantes visitam as fazendas de frutas cítricas gerenciadas pela LDC, onde aprendem sobre citricultura, reciclagem e preservação ambiental por meio de experiências práticas. As atividades incluem oficinas educativas, passeios guiados e o plantio de mudas nativas — já são mais de 10 mil mudas plantadas desde o início da iniciativa em 2012.

Em 2024, o projeto foi ampliado para envolver toda a cadeia de valor do suco, com a realização de palestras e ações em escolas públicas dos municípios onde estão localizadas as fábricas da LDC: Bebedouro (SP), Matão (SP), Paranavaí (PR) e o Terminal de Sucos no porto de Santos (SP). Neste ano, estão programadas atividades como o plantio de mudas nativas em escola de Bebedouro, apresentações teatrais na cidade de Santos e oficinas de educação ambiental com tour guiado nas unidades de Matão e Paranavaí, onde os alunos terão a oportunidade de conhecer de perto o processo de produção do suco. Todas as ações são coordenadas e executadas com o apoio de cerca de 200 colaboradores voluntários da companhia.

“Quando uma criança entende desde cedo que suas escolhas e ações impactam o meio ambiente, ela começa a enxergar o mundo com mais responsabilidade. O programa JPMA planta essa semente: de que sustentabilidade não é um tema distante, mas parte do dia a dia. É gratificante ver como elas absorvem esse conteúdo, podendo levar para casa e compartilhar com suas famílias, influenciando hábitos e atitudes. Os relatos dos professores também são muito positivos — eles destacam que as atividades práticas complementam o conteúdo aprendido em sala de aula e ajudam a formar cidadãos mais conscientes”, afirma Julia Moscardini, Gerente de Sustentabilidade de Sucos da LDC no Brasil.

A edição de 2025, que deve impactar cerca de 25 cidades e mais de 1.500 crianças, está prevista para ser concluída até o início de dezembro. Desde sua criação, o programa JPMA já impactou mais de 11 mil estudantes, promovendo vivências práticas e educativas nas unidades da LDC.

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50 anos do Proálcool: o Brasil como potência verde

50 anos do Proálcool: o Brasil como potência verde

*Por Mário Campos, presidente da Bioenergia Brasil e SIAMIG Bioenergia

Em 14 de novembro de 1975, o governo brasileiro instituiu o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), uma resposta estratégica à crise mundial do petróleo e à forte dependência do país em combustíveis fósseis. Meio século depois, o programa se consolidou como um dos mais importantes marcos de política pública no setor energético, responsável por posicionar o Brasil entre os líderes globais em biocombustíveis.

Ao longo desses 50 anos, os resultados foram expressivos. O Proálcool reduziu a vulnerabilidade externa do país, impulsionou a agroindústria da cana-de-açúcar, fomentou a interiorização da produção e gerou milhares de empregos nas cadeias agrícola e industrial.

No campo ambiental, o etanol, cujo protagonismo nasceu com o Proálcool, transformou o Brasil em uma das nações com menor intensidade de carbono no setor de transportes leves. Atualmente, cerca de 45% desse mercado é atendido pelo etanol, contribuindo diretamente para a diminuição da poluição urbana e para a melhoria da qualidade de vida em nossas cidades.

O programa, ao transformar o país, também evoluiu para uma estratégia nacional de longo prazo. O etanol permanece como um dos principais vetores da transição energética brasileira. Esse amadurecimento se refletiu em políticas modernas, como o RenovaBio, o Combustível do Futuro e o programa Mover. Hoje, dispomos de metodologia científica robusta, a Análise de Ciclo de Vida, que quantifica emissões desde a produção até o uso dos combustíveis. Essa análise demonstra que a frota brasileira de veículos leves é a mais sustentável do mundo.

Às vésperas da COP30, o Brasil apresenta ao mundo um exemplo concreto e bem-sucedido de transição energética sustentável, não apenas teoria, mas resultados comprovados.

O país está preparado para compartilhar sua experiência e inspirar outras nações comprometidas com uma transição energética consistente, eficaz e duradoura. O Proálcool, ao completar meio século, reafirma o papel do Brasil como líder natural da economia verde global.

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