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Soja brasileira mantém liderança global em meio a cenário de transformações para safra 2024/25

*Leandro Viegas
A safra de soja 2024/25 está se desenhando como um marco para o agronegócio brasileiro, com previsões que indicam crescimento em produtividade e expansão de área plantada, especialmente em Mato Grosso, o maior produtor do grão do País. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a colheita nacional terá um avanço recorde de 8,3%, chegando a 322,47 milhões de toneladas. Isso consolida ainda mais o País como o maior produtor mundial.
Esse aumento de produção trará benefícios diretos para a balança comercial, especialmente com a contínua demanda da China e da União Europeia. Ou seja, é evidente que o setor responsável por cerca de 25% do PIB brasileiro, continuará sendo um dos principais motores de crescimento econômico, gerando mais empregos e receita para as regiões produtoras, especialmente no Centro-Oeste.
Paralelo a este cenário global, o mercado de soja continua sendo impactado por uma série de fatores econômicos e climáticos. As condições adversas em regiões produtoras concorrentes, como Estados Unidos e Argentina, onde o fenômeno El Niño tem causado secas prolongadas, podem favorecer o aumento da demanda pela soja nacional. A expectativa é que esse desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado internacional mantenha os preços aquecidos, beneficiando os produtores brasileiros.
Outro fator que sustenta o mercado global de soja é o pleito por biocombustíveis. O óleo extraído do produto é um componente essencial na produção de biodiesel, impulsionado os preços. Além disso, a China, o maior comprador do Brasil, continua a expandir seu consumo de ração animal devido à recuperação de seu rebanho de suínos após o surto de Peste Suína Africana.
No entanto, a valorização do real frente ao dólar pode pressionar os preços. A moeda brasileira mais forte tende a reduzir a competitividade no mercado internacional, uma vez que as margens de lucro dos exportadores ficam comprimidas. Além disso, o aumento dos custos de produção, impulsionado pelo preço elevado de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas, também é um fator de preocupação.
Crescimento em Mato Grosso
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a área plantada de soja em Mato Grosso deverá aumentar em 1,47%, atingindo 12,66 milhões de hectares. Esse crescimento é impulsionado pela conversão de pastagens em áreas de cultivo e reflete o otimismo do mercado, alimentado por bons preços futuros do grão e pela demanda global. O estado continua sendo um dos pilares da produção, responsável por cerca de 27% do total do País.
A produtividade também está projetada para um salto significativo, a estimativa é que a média alcance 57,97 sacas por hectare, um número estável, mas superior à safra passada em 11%. Esse aumento de produtividade deve resultar em um total de 44,04 milhões de toneladas, ou seja, crescimento de 12,78% em relação ao ciclo anterior. Apesar de alguns atrasos no plantio devido à seca no início da temporada, espera-se que a normalização das chuvas nas próximas semanas ajude a manter essas projeções otimistas. Isso reforça a posição do Estado como o maior produtor nacional do grão, com previsões de exportação de 26,91 milhões de toneladas, 4% a mais em relação à safra passada.
Além de Mato Grosso, outras regiões têm se destacado pelo bom desempenho no plantio de soja e nas projeções de colheita para 2024/25. Estados como Mato Grosso do Sul, Paraná e a região de MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) continuam a expandir suas áreas de cultivo e a produtividade, impulsionadas pela adoção de tecnologias e práticas de manejo sustentável.
Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem registrado um crescimento contínuo na área plantada, com o uso de agricultura de precisão e manejo sustentável, o que tem contribuído para uma maior eficiência produtiva. No Paraná, o segundo maior produtor de soja do país, as projeções também são otimistas, apesar dos desafios climáticos. O estado tem feito investimentos em tecnologia agrícola, o que deve garantir uma colheita precoce e competitiva no mercado interno e externo.
Na região de MATOPIBA, considerada uma das mais promissoras fronteiras agrícolas, o crescimento da área plantada e os investimentos em infraestrutura têm sido importantes para o aumento da produção. A safra nesta região também tem expectativas de expansão, com o uso de novas tecnologias e o desenvolvimento de logística eficiente para escoamento das safras.
Logística gera incertezas
Apesar das previsões otimistas para a produção de soja em 2024/25, os desafios logísticos continuam sendo uma “pedra no sapato”. A infraestrutura de transporte, especialmente a dependência do modal rodoviário, ainda enfrenta gargalos, e que impactam no escoamento da produção de grãos até os portos de exportação.
Hoje, o transporte rodoviário representa mais de 60% do escoamento da produção, mas muitas rodovias estão em condições precárias, o que aumenta os custos de frete e causa atrasos, principalmente durante o período de chuvas intensas na colheita. Embora o governo tenha feito investimentos na modernização de algumas estradas e no desenvolvimento de novos corredores logísticos, como o Arco Norte, que utiliza portos no Pará para facilitar a exportação, a infraestrutura ainda é insuficiente para atender à crescente demanda.
A expansão da malha ferroviária, como a Ferrovia Norte-Sul, também é vista como uma solução de médio e longo prazo para aliviar os gargalos logísticos e reduzir os custos de transporte, mas esses projetos ainda estão em fase de desenvolvimento. Enquanto isso, os produtores precisam lidar com os altos custos logísticos, que afetam diretamente as margens de lucro e a competitividade internacional da soja brasileira.
Olhando pelo aspecto positivo, o suporte governamental e das entidades do agro tem sido essencial para ajudar os produtores a enfrentar as adversidades. Programas como o de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) protegem os agricultores de perdas severas causadas por eventos climáticos extremos, enquanto o crédito rural facilita o financiamento de tecnologias e práticas que ajudam a mitigar os efeitos da seca. A longo prazo, estratégias como o uso de cultivares mais resistentes à seca, sistemas de irrigação eficientes e práticas de plantio direto podem garantir a resiliência do setor agrícola frente às mudanças climáticas.
Podemos concluir que a safra de soja 2024/25 está cercada de otimismo, com projeções de crescimento em áreas de cultivo e produtividade, impulsionadas por boas condições de mercado e demanda global. No entanto, desafios como a seca, os gargalos logísticos e o aumento dos custos de produção permanecem como obstáculos que os produtores precisam gerenciar cuidadosamente. O planejamento estratégico, o uso de tecnologias avançadas e a adoção de práticas de manejo sustentável serão cruciais para garantir que o Brasil continue liderando a produção global de soja e maximizar as oportunidades oferecidas pelo mercado internacional.
*Leandro Viegas é administrador, bacharel em direito e CEO da Sell Agro

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Relatório de Sustentabilidade 2024: Bracell apresenta resultados de clima, biodiversidade e impacto social

Documento destaca avanços nas metas do Bracell 2030 e apresenta informações exclusivas e inéditas sobre a Bracell Papéis, reforçando compromisso com a transparência de suas operações
A Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel, lançou o seu Relatório de Sustentabilidade 2024, no qual apresenta os principais avanços da companhia em sua estratégia ESG. No documento, a companhia apresenta o progresso das metas que compõem a Agenda Bracell 2030, estruturada em quatro pilares: Ação pelo Clima, Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade, Promovendo Crescimento Sustentável e Empoderando Vidas.
“Na Bracell, a sustentabilidade é indissociável do nosso negócio e a base sobre a qual crescemos e geramos valor de forma integrada. A proteção do meio ambiente e a contribuição social, aliadas à entrega de resultados consistentes, fazem parte da nossa forma de operar”, destaca Fabiane Carrijo de Rosis, gerente de sustentabilidade da Bracell.
Ela reforça, ainda, que a companhia conta com uma governança robusta de sustentabilidade, que envolve diretamente a alta liderança no acompanhamento das metas estratégicas e na condução da Agenda Bracell 2030.
Clima e inovação industrial
Entre os destaques de 2024, está a redução de 50% no consumo de gás natural nos fornos de cal da unidade de Lençóis Paulista, entre 2023 e 2024, e, consequentemente, a redução do mesmo percentual de CO2e emitido por eles. O sistema de gaseificação utiliza o excedente do preparo de cavacos (madeira de eucalipto) como matéria-prima para produzir gás de síntese, utilizado em substituição aos combustíveis fósseis no forno de cal.
Estes resultados refletem uma atuação consistente, baseada em soluções que transformam resíduos industriais e florestais em subprodutos com valor ambiental, econômico e operacional, fortalecendo a lógica da bioeconomia circular e transformando desafios em oportunidades reais de inovação e competitividade.
A Bracell também ampliou o uso de caminhões elétricos, investiu em painéis solares e comercializou 2,7 milhões de GJ de energia limpa a partir da biomassa de eucalipto, fortalecendo a meta de redução de 75% das emissões de carbono por tonelada de produto até 2030.
Mesmo em um cenário desafiador para o mercado, a Bracell deu um passo estratégico importante com a inauguração de sua nova fábrica de Tissue em Lençóis Paulista (SP). O novo negócio inicia suas operações com uma das estruturas industriais mais sustentáveis do país, integrada à base florestal renovável da empresa, o que reforçou ainda mais a relevância da integração entre as diferentes frentes produtivas.
Paisagens sustentáveis e Biodiversidade
Ainda segundo o relatório, a Bracell atingiu 97% da meta do Compromisso Um-Para-Um, que estabelece que, para cada hectare de eucalipto plantado, a empresa se compromete com a conservação de um hectare de vegetação nativa.
Em 2024, apoiamos 186 mil hectares de áreas públicas de conservação nos estados de São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul. A meta é atingir 230 mil hectares até 2025. Além disso, o documento celebra o acordo de dez anos com o Governo do Mato Grosso do Sul, voltado à proteção de quatro unidades de conservação estaduais, iniciativa que busca consolidar um legado de valorização da biodiversidade e ecossistemas.
Impacto social positivo e diversidade
O relatório também registrou o impacto da Bracell em mais de 150 mil pessoas com seus projetos sociais nas comunidades onde atua e inaugurou a Casa Bracell Social, em Lençóis Paulista (SP), como espaço permanente de escuta e diálogo. Por meio da Fundação Bracell, segue fortalecendo ações de educação desde a primeira infância, ampliando oportunidades e promovendo o desenvolvimento humano. Do ponto de vista corporativo, a empresa também superou a meta de diversidade, com 29,4% de mulheres em cargos de liderança.
Governança e compromisso com a transparência
Os resultados apresentados no relatório estão sustentados em uma cultura organizacional robusta e foram auditados por uma terceira parte independente. Em 2024, a Bracell realizou a primeira medição completa das 14 metas que compõem o Bracell 2030, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre os avanços, está a meta de remover 25 milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera até o fim da década. Os resultados de 2024 mostram que a companhia segue no caminho certo, entregando com consistência e escala.
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Symbiomics conclui rodada de investimentos da Série A para desenvolvimento de biológicos de nova geração

Com aporte-líder da Corteva, empresa espera acelerar a chegada de produtos ao mercado e expandir rede de parceiros
A Symbiomics, empresa de biotecnologia que desenvolve produtos biológicos de alto desempenho para o agronegócio, concluiu sua rodada de investimentos da Série A para escalar sua operação, ampliar o desenvolvimento de novos produtos e expandir suas parcerias comerciais. Quem liderou a rodada foi a Corteva Agriscience, por meio de sua plataforma de investimentos Corteva Catalyst, lançada em meados de 2024. Além da multinacional, a Série A contou com aportes da Arar Capital, Cazanga, MOV Investimentos e The Yield Lab Latam.
A biotech brasileira foi a primeira a receber aporte da Corteva Catalyst no país. “O investimento da Corteva representa um importante reconhecimento do comprometimento da Symbiomics com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o agronegócio”, afirma Rafael de Souza, cofundador e CEO da empresa. “Mais do que isso, é um passo significativo em direção a uma agricultura mais sustentável. O investimento recebido na Série A nos permitirá alavancar esses desenvolvimentos e fortalecer parcerias com empresas do setor”, acrescenta.
A plataforma exclusiva da Symbiomics permite com que a empresa analise milhares de microrganismos à procura daqueles que são mais robustos, de forma mais eficiente e assertiva que as metodologias tradicionais. Além disso, engloba tecnologias de edição gênica e descoberta de genes e moléculas, uma grande aposta para gerações novas de produtos. É de olho nesse mercado de biológicos, que deve chegar a US$ 3,1 bi até 2030, que a Corteva Catalyst aposta na capacidade da Symbiomics de criar soluções realmente inéditas.
“Como uma empresa que esteve ao lado da Symbiomics desde o início, estamos muito feliz de ver os rumos que a biotech está tomando e o futuro promissor que vem pela frente com essa parceria com a Corteva”, revela Gabriel Bottos, presidente do conselho da empresa e CEO da Vesper Biotechnologies, que conta com a Symbiomics e outras sete empresas em seu portfólio.
Antes da Série A, a agtech tinha recebido R$ 15 milhões em investimentos da própria Vesper, e também de Arar Capital, Cazanga, Ecoa Capital, MOV Investimentos e The Yield Lab Latam, além de recursos de subvenção das agências Finep e Fapesc. O montante permitiu que ela realizasse suas primeiras provas de conceito, ampliasse a equipe, inaugurasse um laboratório próprio e estruturasse sua plataforma de desenvolvimento de biológicos. “Com a Série A, subimos um novo degrau dentro do cenário global, solidificando a empresa como uma das mais resolutivas dentro do agronegócio. O crescimento proporcionará uma ampliação da nossa capacidade de criar produtos biológicos únicos no mercado e de atender a novos parceiros, além de viabilizar a chegada das soluções aos produtores rurais”, explica Jader Armanhi, cofundador e COO da Symbiomics.
A Symbiomics tem firmado parcerias com diferentes empresas do setor agrícola para o codesenvolvimento de soluções biológicas diferenciadas. Os primeiros produtos resultantes dessas colaborações já estão em fase de testes, com previsão de chegada ao mercado nos próximos três anos.
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Destaque entre os principais desafios para a operação de máquinas agrícolas, a corrosão pode ser combatida com soluções industriais; entenda

A exposição constante a umidade, fertilizantes, defensivos e variações climáticas faz da corrosão um dos principais desafios para a durabilidade e a performance do maquinário
De acordo com dados recentes divulgados pela associação americana Farm Equipment Manufacturers, o processo de corrosão – que compromete a integridade de peças metálicas e acelera seu desgaste – é responsável por um custo global de mais de US$ 2,5 trilhões de dólares, o que corresponde a cerca de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Expostas a constante umidade e variações climáticas, as máquinas agrícolas estão entre os principais equipamentos suscetíveis a serem afetados pela corrosão, o que gera prejuízos significativos a milhares de produtores rurais, tanto com manutenções corretivas quanto com a redução da vida útil do maquinário.
“Quando a gente fala de máquina agrícola, estamos falando de investimento alto. E, muitas vezes, o produtor se preocupa com manutenção mecânica, troca de óleo, mas esquece que a corrosão também é um inimigo forte. Ela acontece no silêncio, quando a gente menos percebe”, comenta.
Para enfrentar o problema, os fluidos anticorrosivos surgem como uma solução eficiente e de fácil aplicação. Esses produtos criam uma película protetiva nas superfícies metálicas, o que funciona como uma barreira contra a umidade, salinidade, agentes químicos e até a poeira, prevenindo o processo de oxidação, sem comprometer o funcionamento das peças.
Além da proteção durante o armazenamento, os fluidos anticorrosivos também podem ser aplicados em componentes sujeitos a desgaste constante, como sistemas hidráulicos, chassis e implementos de plantio e pulverização. No portfólio da Tirreno, por exemplo, os produtores encontram soluções para diferentes finalidades, como:
- HYBRID ATX-N, produto com sinergismo de atuação de agentes anticorrosivos com base hibrida, ou seja, mistura de aditivos orgânicos e inorgânicos, com estabilizantes e supressores de espuma exercendo excelente desempenho de longa duração de proteção contra corrosão em sistemas aquosos na presença de multimetais. Confira no manual do maquinário a tecnologia indicada.
- TIRROIL WB 939 O, cera protetiva para maquinários agrícolas base água, desta forma não agride pintura, nem borrachas e vedações. A ideia é a aplicação da cera entressafras no maquinário protegendo as peças contra a corrosão. Outro benefício é que, quando o maquinário for utilizado, a cera aplicada impede a aderência de novas sujidades.
- ORGANIC ATX, um produto com sinergismo de atuação de agentes anticorrosivos com base orgânica com estabilizantes e supressores de espuma exercendo excelente desempenho de longa duração de proteção contra corrosão em sistemas aquosos na presença de multimetais. Confira no manual do maquinário a tecnologia indicada.
Para conhecer essas e outras soluções, acesse o site: https://www.tirreno.com.br/.