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Gerenciamento de crises no Agronegócio – desafios e oportunidades

*Por Rafael Luche
O agronegócio é, por sua natureza, uma atividade dependente de um conjunto de variáveis que não podem ser controladas diretamente pelos produtores. Diferente de outros setores econômicos, onde o ambiente de mercado pode ser modelado por políticas internas ou decisões empresariais, o campo está sujeito a uma série de fatores incontroláveis, como o clima, o câmbio, a política econômica e as oscilações nos preços das commodities. Esses elementos, muitas vezes imprevisíveis, podem transformar desafios cotidianos em crises que afetam a produtividade e a sustentabilidade do negócio agrícola.
Sendo uma “indústria a céu aberto”, as fazendas estão o tempo todo expostas a diversos riscos que podem impactar diretamente a produção agrícola. O clima, por exemplo, é talvez o mais imprevisível e difícil de gerenciar. Secas, enchentes, geadas e outras condições extremas podem arruinar uma safra inteira, comprometendo as expectativas de receita do produtor rural. Da mesma forma é o mercado, uma vez que o valor das commodities é diretamente influenciado pelo câmbio e por flutuações internacionais, o que afeta tanto a receita quanto o custo dos insumos.
Dito isso, podemos analisar que a crise no agronegócio, especialmente em tempos de incerteza, é muitas vezes causada pela convergência de múltiplos fatores adversos. Um exemplo claro é a atual dificuldade enfrentada por muitos produtores, particularmente no setor de máquinas agrícolas. A desvalorização das commodities, associada a uma queda na taxa de câmbio, afetou o preço dos grãos e o custo dos insumos. Em paralelo, a escassez de crédito dificultou o financiamento de novos investimentos, criando um cenário de instabilidade.
Quando o produtor já estava acostumado a operar com uma certa margem de lucro, o aumento do custo de produção e a desvalorização das commodities resultaram em dificuldades de fluxo de caixa. Por exemplo: um agricultor que, em um cenário favorável, vendia de cinco a seis sacas de soja para pagar uma parcela de financiamento de mil reais, agora precisará vender oito sacas para o mesmo efeito. Ainda assim, com a perda de produção causada por fatores climáticos, ele foi impactado e possui apenas seis sacas disponíveis. Isso gera um déficit e o coloca em uma situação financeira delicada.
Estratégias de gerenciamento
Embora muitos fatores externos ao controle do produtor possam afetar sua operação, há medidas que podem ser adotadas para minimizar os impactos de uma crise e, até mesmo, aproveitar oportunidades em tempos de instabilidade. O gerenciamento de crises no agronegócio, na visão de especialistas, é essencialmente a arte de gerenciar a imprevisibilidade que é passível de controle e proteção. Para isso destaco seis pontos relevantes:
- A importância de plantar bem
A base de uma boa gestão agrícola começa no plantio. Uma semeadura bem-feita, com a escolha correta da semente, dos insumos e o manejo adequado, maximiza as chances de uma boa colheita. O cuidado com a lavoura, por meio de práticas agrícolas inteligentes e do controle de pragas e doenças, são fatores essenciais para garantir a produtividade, independentemente dos imprevistos climáticos.
- Seguros agrícolas
Em tempos de incerteza, um dos maiores aliados do produtor é o seguro agrícola. Embora o custo dessa proteção tenha aumentado, ele é uma ferramenta importante para blindar o cultivo contra perdas causadas por fatores climáticos e outros imprevistos. O seguro ajuda a garantir que o produtor tenha uma compensação financeira, mesmo diante de um evento climático adverso.
- Contratos de venda futura
Outro recurso útil para enfrentar a volatilidade do mercado é o contrato de venda futura. Ao negociar a venda de sua produção a um preço previamente acordado, o produtor pode garantir uma receita mínima, independentemente das flutuações no preço da commodity. Isso pode ser uma maneira de proteger a receita e assegurar que os custos serão cobertos, evitando surpresas desagradáveis.
- Investimentos estratégicos
O momento de crise não significa que o produtor deva parar de investir. Ao contrário, ele precisa ser mais estratégico em suas escolhas. Investimentos em tecnologias que aumentem a produtividade, como máquinas mais eficientes ou insumos de melhor qualidade, podem gerar um retorno significativo a longo prazo. O uso adequado de tecnologia pode reduzir custos, melhorar a performance da produção e aumentar a margem de lucro, ajudando a superar os momentos de crise.
- Gestão financeira e endividamento
O gerenciamento das finanças é outro aspecto crucial. O produtor deve ter um controle rigoroso sobre o fluxo de caixa e o endividamento. Dependendo do nível de comprometimento com o crédito, ele pode precisar negociar prazos de pagamento com os bancos ou buscar alternativas de financiamento, por meio de cooperativas ou linhas de crédito especializadas. No entanto, é importante também ter o discernimento para não se endividar excessivamente em momentos de alta instabilidade, refletindo sempre sobre o risco envolvido nas decisões financeiras.
- Resiliência e adaptação
Por fim, a capacidade de adaptação é fundamental. A crise no agronegócio não é eterna. A cíclica natureza da economia agrícola, com suas oscilações de preços e produtividade, significa que a crise é uma fase temporária. O importante é como o produtor lida com esses momentos. Manter-se informado, acompanhar as tendências do mercado e, principalmente, ser resiliente diante das dificuldades, são habilidades que podem fazer toda a diferença.
O futuro do agronegócio e o papel do agricultor
A crise no agronegócio é um fenômeno comum, mas o que define o sucesso do produtor é a sua capacidade de se preparar frente a ela. Em tempos de incerteza, mais do que nunca, é preciso pensar de maneira estratégica, considerando todas as variáveis sob seu controle. O futuro do agronegócio dependerá, em grande parte, da profissionalização dos produtores e da adoção de práticas mais eficientes e seguras para mitigar os riscos associados ao setor.
A crise pode ser uma oportunidade para aprender, inovar e crescer, desde que haja planejamento para enfrentá-la. O agronegócio continuará a ser a espinha dorsal da economia brasileira, mas para se manter sólido, o produtor deve estar preparado para navegar pelas águas turbulentas do mercado e da natureza.
*Rafael Luche é Engenheiro Agrícola e gerente de vendas, pós-vendas e marketing da FertiSystem

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Sistema de paletização da Selgron automatiza processo da indústria cafeeira

Tecnologia desenvolvida pela empresa aumenta a produtividade e garante segurança no manuseio de materiais. No caso das sacas de café é oferecido um cabeçote desenvolvido especialmente para o carregamento desse tipo de produto
Os sistemas robotizados de paletização são desenvolvimentos modernos para a otimização dos processos produtivos na indústria, auxiliando no aumento da produtividade, na melhora da segurança e na eficiência no manuseio de materiais. Um exemplo dessa inovação pode ser observado no sistema de paletização de sacas de café desenvolvido pela Selgron, empresa especializada na elaboração de equipamentos para a automação industrial, que oferece uma linha de paletizadoras e recentemente desenvolveu uma estrutura específica para o segmento cafeeiro.
Um dos sistemas robotizados da Selgron é especialmente projetado para a paletização de sacos de juta, usados frequentemente no transporte de café. A inovação começa com a mesa pré-formadora, que foi desenvolvida para garantir uma melhor acomodação dos sacos de 30 a 60 quilos, facilitando a ação do robô equipado com um cabeçote desenhado especificamente para manusear sacas de juta. Mas também há opções de cabeçotes para variedade de outras embalagens.
O processo é ágil e seguro: o robô coleta o saco de café e o deposita em um ponto pré-definido para a paletização. Além disso, o sistema – patenteado pela Selgron – conta com esteiras transportadoras de alta carga, que possibilitam a paletização sem a necessidade de paletes, o que reduz custos e agiliza o processo. A uniformidade do produto é garantida por uma esteira pressora, enquanto dispositivos tombadores asseguram que o produto permaneça intacto durante o manuseio. Todos os componentes são desenvolvidos de acordo com normas de segurança reguladoras, o que torna o sistema não só eficiente, mas também seguro para o ambiente de trabalho.
Para Diogo Augusto Hank, coordenador de vendas da Selgron, a missão da empresa é desenvolver soluções que atendam às necessidades reais da indústria. “O sistema robotizado de paletização que criamos para o setor cafeeiro é um exemplo claro de como podemos otimizar processos que antes demandavam muito esforço manual. Esses equipamentos proporcionam maior agilidade e precisão, além de oferecer segurança para os operadores e a integridade dos produtos”, comenta.
Com menos intervenção humana, há menos chances de erro ou acidentes. Os sistemas robotizados de paletização contribuem para uma operação mais estável e previsível, além de permitir uma redução significativa nos custos operacionais, já que as máquinas conseguem trabalhar por longos períodos sem interrupções.
Outro destaque importante é a versatilidade da tecnologia de paletização robotizada desenvolvida pela Selgron. A capacidade de personalização dos cabeçotes permite a aplicação em diferentes tipos de produtos, como baldes, galões, fardos e caixas, adaptando-se às mais variadas necessidades industriais. Isso garante que a solução possa ser aplicada em diversas cadeias produtivas, aumentando a flexibilidade e o retorno sobre o investimento.
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A importância do preparo de solo será um dos temas na Abertura da Colheita do Arroz

Durante o evento, a Piccin Equipamentos apresentará novidades e prepara lançamentos voltados à eficiência operacional no campo com foco em atender as necessidades dos orizicultores
A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, entre 18 e 20 de fevereiro de 2025, em Capão do Leão, Rio Grande do Sul, contará com lançamentos da Piccin Equipamentos, fabricante nacional de implementos e tecnologias para o preparo do solo. O evento reúne produtores rurais do cereal e profissionais do setor para debater os avanços e desafios do arroz, além de apresentar inovações.
Entre as novidades que o público irá conhecer está o Master 1500 TP RB, um distribuidor de sólidos desenvolvido para ser acoplado ao terceiro ponto do trator, com foco na precisão e no controle durante a aplicação de insumos. Outro destaque será o Master AUP, que pode ser acoplado a máquinas autopropelidas, incluindo modelos usados, ampliando as possibilidades de uso em diferentes configurações.
A empresa também levará ao evento a GNPCRE – Grade Niveladora Controle Remoto Especial, projetada para operações em solos encharcados, com maior espaçamento entre discos e pneus de alta flutuação. “Este implemento tem foco nas principais áreas do cultivo do cereal, pois possibilita cortes e nivelamento mais eficientes, reduzindo a necessidade de equipamentos complementares em determinados cenários”, explica Leonardo Barato, engenheiro agrônomo e marketing de produtos da Piccin.
Os lançamentos, segundo o especialista da empresa, foram desenvolvidos para atender os anseios dos produtores. “Buscamos soluções que proporcionem maior precisão e eficiência. Eles refletem nossa missão em oferecer tecnologias que realmente contribuam para os desafios do dia a dia”, explica. A Piccin também apresentará equipamentos consagrados de sua linha de grades e descompactadores.
Sobre o evento
A Abertura da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é organizada pela Federarroz, com apoio da Embrapa e do Senar/RS, e ocorrerá na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado. O tema deste ano será “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho: Uma visão de futuro”. A programação incluirá debates sobre sustentabilidade, inovação e gestão agrícola, além de vitrines tecnológicas com demonstrações práticas. São esperados cerca de 16 mil visitantes e 150 expositores, com destaque para a integração de tecnologias e técnicas para culturas como arroz, soja, milho e trigo.
Serviço:
Data: 18 a 20 de fevereiro de 2025
Local: Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado – Av. Eliseu Maciel, S/N – Capão do Leão/RS
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Exposição Tesouros da Terra destaca a evolução e inovação da agricultura ao longo dos séculos

Inédita, a exposição ‘Tesouros da Terra’ explora a evolução do agronegócio e os avanços da biotecnologia, destacando o trabalho de cientistas, profissionais do campo e muito mais. A mostra tem início dia 20 de fevereiro, na Biblioteca de São Paulo
A evolução do agronegócio no Brasil é tema da exposição Tesouros da Terra – Sementes da Inovação, que tem início dia 20 de fevereiro, na Biblioteca de São Paulo. A iniciativa promete surpreender os visitantes que conhecerão os motivos que fizeram o Agronegócio ser o responsável por 26% de ocupações no país, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Esse caminho de prosperidade iniciado há séculos, quando as plantações eram cultivadas mano a mano conta, hoje, com avanços significativos nos processos de produção, inovação e sustentabilidade.
Para entender os desafios e conhecer um pouco da história e da importância deste segmento que responde por 23,8% do PIB no Brasil e 46% do valor das exportações brasileiras, será organizada em São Paulo atividades culturais que unem educação e informação. Intitulada Tesouros da Terra – Sementes da Inovação, a exposição ocorre em um momento importante da sociedade, já que os desafios para 2050, focados nos conceitos de Segurança Alimentar da ONU apontam que será necessário um crescimento da produção de comida em 60% para alimentar os 9.7bilhões de habitantes do planeta. Portanto, despertar a consciência da sociedade para este cenário é fundamental.
Da Enxada à Biotecnologia
Educadores, estudantes, pesquisadores, jornalistas, ativistas, agricultores familiares, lideranças envolvidas com a questão da alimentação no futuro e o público em geral terão a oportunidade de conhecer o mundo agro sob uma perspectiva inédita. A exposição dará uma visibilidade única, destacando os avanços deste segmento através de dinâmicas interativas, imersivas, com jogos e experiências táteis.
O ponto de partida é a chegada dos imigrantes ao Brasil, trazendo informações e curiosidades de forma sensível, nostálgica e inovadora. Os dispositivos interativos mostram diversos temas como a realidade do campo nos dias de hoje, as histórias de agricultores rurais e de seus familiares que dedicam suas vidas nas lavouras de soja, milho, trigo entre outros cultivos.
A exposição é, portanto, um programa para toda a família que mostra, também, os avanços da biotecnologia e como é realizado o trabalho dos cientistas e dos profissionais que se dedicam ao campo, como agrônomos, bioquímicos e biotecnólogos, entre outras formações. Nesta seção da exposição será possível acompanhar a jornada que envolve diferentes etapas: desde pesquisa, desenvolvimento em ambiente de laboratório e análise no campo, até averiguar se as sementes estão adequadas para serem multiplicadas e comercializadas.
O Tesouros da Terra é uma iniciativa cultural idealizada e produzida pela YABÁ Consultoria, especializada em ESG e patrocínio da GDM Genética, empresa especializada em melhoramento genético de plantas. Além disso, a Yabá é responsável pela estruturação de diversos projetos na área de Sustentabilidade e Investimento Social Privado da patrocinadora.
“A YABÁ integra as estratégias das empresas à cultura para engajar os diferentes públicos de relacionamento. No agronegócio, por exemplo, abordamos o tema melhoramento genético de plantas – que é algo complexo, de forma simples, lúdica e leve que, integrada à arte, é possível que todas as pessoas compreendam a mensagem. Na exposição Tesouros da Terra, além de destacar os desafios da segurança alimentar, também ampliamos os horizontes dos jovens sobre a importância de estudar temas de biotecnologia e informar as carreiras que existem e estão crescendo no mercado”, explica Andrea Moreira, CEO da Yabá, que há mais de 25 anos atua na área de Sustentabilidade Corporativa.
O projeto é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura que, além de levar arte e experiência cultural gratuita à população, gera trabalho e renda para quase 150 profissionais envolvidos na produção técnica do projeto, que ficará em São Paulo por dois meses e depois seguirá para Brasília.
“Um dos desafios do agronegócio é aproximar a realidade do campo moderno das grandes cidades. Acredito que, por meio de vivências culturais e projetos temáticos, essa conexão pode ser fortalecida, permitindo que os jovens das capitais conheçam mais sobre o setor e sua importância para o país.”, finaliza Andrea.