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Agro 4.0: Novas tecnologias alavancam agtechs

Agro 4.0: Novas tecnologias alavancam agtechs Pixabay/Reprodução

O ranking BrandZTM das empresas mais valiosas do mundo mostra que investir em ciência e tecnologia é um bom negócio. A ampla oferta de novas tecnologias faz com que as pesquisas científicas saiam mais facilmente do papel e ocupem lugar central em toda uma geração de startups que busca agilidade na aplicação prática de conhecimento, em especial as agtechs.

A Symbiomics é uma delas. Fundada em 2021, a empresa de biotecnologia desenvolve produtos biológicos de alto desempenho para o agronegócio, focados em enfrentar um dos maiores desafios da atualidade: aumentar a produtividade de forma sustentável em resposta à crescente demanda global por alimentos. Um dos seus fundadores, Rafael de Souza, avalia que a transdisciplinaridade, que torna possível a aplicação de conhecimentos de diversas áreas para o desenvolvimento de novas soluções para problemas complexos, vem aproximando os especialistas das descobertas científicas. “Os computadores e o avanço no processamento de dados aceleraram as descobertas no passado. Agora, combinamos, por exemplo, Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) com bioinformática e temos uma alta capacidade de automatizar e acelerar processos dentro do laboratório”.

Mas como essas tecnologias de fronteira se conectam para impulsionar o desenvolvimento de soluções inovadoras no agronegócio?
Agro 4.0

A ciência e a tecnologia aplicadas à agricultura foram fundamentais para o avanço da humanidade, pois somente através delas foi possível a produção de alimentos em larga escala. As soluções criadas tanto para a melhoria do plantio como para a erradicação de pragas e insetos nas plantações, além de novos modos de produção menos agressivos ao meio ambiente, possibilitam um resultado melhor para a agricultura. 

Dentro do setor, a IA, por exemplo, permite a análise de grandes conjuntos de dados referentes a plantações, como clima, solo, saúde da plantação, entre outros, indicando ações que melhoram a produtividade e precisão no uso de insumos, otimizando recursos e a sustentabilidade do campo em geral.

“Hoje, aplicações tecnológicas para melhorar a condição humana estão sendo aceleradas pela ciência e pela engenharia computacional. No aprendizado de máquina, por exemplo, temos a premissa de ensinar a máquina a realizar uma tarefa específica e fornecer resultados precisos. Com isso conseguimos identificar padrões biológicos que nos ajudam a criar, no caso da Symbiomics, novas soluções baseadas em microrganismos dos quais, antes, não conhecíamos todas as propriedades”, analisa Jader Armanhi, doutor em Biologia Molecular, Genética e Bioinformática, além de COO da deep tech.

O setor de biológicos é um dos que mais cresce dentro do agronegócio: a venda de bioinsumos no Brasil cresceu 15% na safra 2023/24 e alcançou R$ 5 bilhões, segundo levantamento da Blink Inteligência. Com o resultado, a utilização desse tipo de insumo no país apresentou uma taxa média de crescimento anual de 21% nos últimos três anos, quatro vezes superior à média global.

Outra tecnologia empregada na Symbiomics é a própria bioinformática, que se encarrega da aquisição, armazenamento, análise e difusão de dados biológicos, majoritariamente sequências de DNA e aminoácidos, utilizando técnicas que se aplicam em outros campos, como a inteligência artificial, o reconhecimento de padrões, algoritmos de aprendizagem automática e a visualização de dados. Foi através dela que, em 2004, foi possível o sequenciamento do genoma humano e, em 2020, o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 em tempo recorde.

Segundo Armanhi, a Symbiomics utiliza a bioinformática para análise e interpretação dos dados de novas moléculas biológicas, com o objetivo principal de identificar genes e proteínas, determinar suas funções, estabelecer relações evolutivas e prever sua formação no desenvolvimento de novos biológicos para a agricultura. “Esses novos produtos permitem a existência de plantações mais bem adaptadas às adversidades climáticas, mais resistentes às secas e às pragas de modo geral, nos ajudando a avançar no combate contra a crise climática que enfrentamos”, finaliza.

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Inadimplência redefine crédito rural e aumenta demanda por CPR registrada.

INADIMPLÊNCIA REDEFINE CRÉDITO RURAL E AUMENTA DEMANDA POR CPR REGISTRADA

Financiamentos com prazos mais longos e o uso da Cédula de Produto Rural como garantia marcam nova fase do crédito privado no agro

O aumento da inadimplência entre empresas do setor agropecuário está mudando o perfil do crédito rural no Brasil. Prazos mais longos para pagamento, maior aversão ao risco por parte de financiadores e o uso cada vez mais consolidado da Cédula de Produto Rural (CPR) formam um novo cenário para o financiamento do agronegócio. A análise é da Vertrau, empresa de tecnologia especializada na infraestrutura do mercado financeiro e criadora da plataforma digital AgroTrust, voltada à gestão e registro de CPRs.

“As operações com recursos direcionados e taxas de mercado foram as mais impactadas pela deterioração da capacidade de pagamento”, afirma Israel Malheiros, Head de operações da Vertrau. Segundo dados da CNDL/SPC Brasil (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e Serviço de Proteção ao Crédito), a inadimplência de pessoas jurídicas subiu de 0,60% para 0,76% em março último, um aumento de 26,7% comparado ao mesmo período do ano passado. “Esse aumento reflete um ambiente macroeconômico ainda adverso, com juros elevados, queda na renda agrícola e pressão para recomposição de margens.”

Outro efeito direto do cenário é o alongamento dos prazos médios de concessão de crédito rural. Dados do Banco Central indicam que, de abril de 2024 a abril de 2025, o prazo médio total subiu de 19,4 para 31,9 meses (alta de 64%). Nas operações com taxas reguladas, o avanço foi ainda mais expressivo: de 25,1 para 48,1 meses, crescimento de 92%.

Nesse novo ciclo de financiamento, a CPR se consolida como principal instrumento de crédito privado no agro. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o estoque de CPRs registradas cresceu 1.323% desde 2021 — saltando de R$ 34 bilhões para R$ 484 bilhões em março deste ano. Já o volume movimentado via CPR no período de doze meses até março foi de R$ 325 bilhões, alta de 43%.

“Essa transformação do crédito rural exige mais do que recursos: exige infraestrutura de confiança. Por isso a CPR digital, registrada e com rastreabilidade, deixou de ser apenas um título. Ela se tornou uma base estruturante para o crédito rural moderno”, afirma Malheiros.

Um importante impulsionador das CPRs tem sido o desenvolvimento de plataformas que operam como uma infraestrutura fundamental para o crédito rural. Para apoiar esse novo modelo de crédito, a Vertrau desenvolveu o AgroTrust, plataforma que oferece segurança, rastreabilidade e integração com sistemas de custódia e registradoras.

“Desenvolvemos o Agrotrust para oferecer aos bancos, fundos estruturados, cooperativas e originadores uma plataforma que confere segurança e transparência às operações de crédito, mesmo em um ambiente de risco elevado e prazos mais longos”, destaca o representante da Vertrau. Segundo ele, a plataforma permite a rastreabilidade das garantias, a integração com registradoras e sistemas de custódia e tem contribuído com a governança das obrigações.

O protagonismo da CPR ocorre em um contexto de expansão do crédito privado no agronegócio. Ainda segundo o MAPA, o estoque total de instrumentos como CPR, LCA, CRA, CDCA e Fiagro ultrapassou R$ 1,2 trilhão em novembro do ano passado, com crescimento de 31,5% em relação ao ano anterior. “A retração orçamentária do Plano Safra tem acelerado o uso dessas estruturas privadas, mais flexíveis e eficientes e a CPR é a peça-chave dessa engrenagem”, conclui Malheiros.

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Produtores do Sul de Minas antecipam planejamento para a safra de soja 2024/25

Produtores do Sul de Minas antecipam planejamento para a safra de soja 2024/25

Mercado instável, logística e clima reforçam necessidade de organização antecipada

Produtores do Sul de Minas já iniciam o planejamento para a safra de soja 2024/25, mesmo com o encerramento recente do ciclo anterior. A antecipação tem sido estratégica diante de incertezas no mercado, dificuldades logísticas e riscos climáticos.

Segundo Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom, o ritmo ainda lento nas decisões de compra pode gerar atrasos e pressionar os custos. “Quando os pedidos se concentram em um curto período, aumentam os riscos de gargalos na entrega e prejuízos na janela ideal de plantio”, explica.

O cenário global também exige atenção. Estoques elevados e a indefinição nas relações comerciais entre China e Estados Unidos podem impactar a demanda pela soja brasileira. Além disso, conflitos recentes como a escalada de tensão entre Irã e Israel reforçam o quanto a economia mundial é sensível a fatores geopolíticos. Situações como essa impactam o preço do petróleo, elevam custos logísticos e aumentam a volatilidade nas bolsas de commodities, o que pode afetar diretamente o agronegócio brasileiro.

Para minimizar riscos, Castelli recomenda que produtores aproveitem boas oportunidades de troca e considerem operações de hedge para garantir, ao menos, a cobertura dos custos de produção.

Mesmo com avanço em tecnologia e profissionalização, os produtores ainda enfrentam fatores fora do controle. Por isso, planejamento e gestão de riscos continuam sendo fundamentais para a sustentabilidade do setor.

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Selgron apresenta tecnologias de empacotamento e detecção de metais na Expo Pack, no México

Legenda: Expo Pack 2025 Créditos: Divulgação/Selgron

Empresa brasileira leva à principal feira de embalagens e processamento da América Latina soluções reconhecidas pela eficiência, economia e segurança

Referência em soluções para automação de processos industriais, a brasileira Selgron amplia sua atuação internacional com a participação na Expo Pack Guadalajara 2025, no México. O evento, que ocorre entre os dias 10 e 12 de junho, é considerado a principal feira de embalagens e processamento da América Latina e deve reunir mais de 700 expositores.

Em parceria com a OMG International, representante local, a Selgron leva ao público latino-americano tecnologias desenvolvidas no Brasil e reconhecidas por seu desempenho e inovação. Entre os destaques está a Empacotadora da linha Titanium, que se diferencia pela economia de filme, energia e tempo, além de garantir fechamento de embalagens com alto nível de precisão.

Outro destaque da participação é o Detector de Metais, equipamento essencial em linhas produtivas com rigoroso controle de qualidade. O modelo tem capacidade para até 140 pacotes por minuto no formato de 1kg e detecta partículas metálicas a partir de 2mm, contribuindo para que produtos contaminados não cheguem ao consumidor final. A empresa também apresenta o seu Elevador em Z, utilizado para transporte de produto.

“Estar na Expo Pack nos permite apresentar ao mercado latino-americano soluções desenvolvidas no Brasil que competem com as melhores tecnologias do mundo. É uma oportunidade de dialogar com um público técnico, exigente e em busca de inovação real para seus processos”, afirma Sandro Ricardo Correa, coordenador de vendas do mercado externo na Selgron.

Com sede em Blumenau (SC), a Selgron é a única empresa da América Latina a oferecer um portfólio completo de soluções para o final da linha de produção. Está presente em mais de 45 países com tecnologias como classificadoras, selecionadoras ópticas, empacotadoras, envasadoras, agrupadoras, dosadores, controladores de peso, detectores de metais, sistemas de encaixotamento, encartuchamento e paletização robotizada.

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