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Lei de Bioinsumos promete ser um marco para o agronegócio brasileiro; Entenda o motivo

Lei de Bioinsumos promete ser um marco para o agronegócio brasileiro; Entenda o motivo

Recentemente foi aprovada a nova lei que regulamenta a produção e o uso de bioinsumos no Brasil. A regulamentação marca uma etapa importante para o agronegócio do país. Com práticas sustentáveis ganhando espaço, os fertilizantes biológicos despontam como uma alternativa promissora para melhorar a produtividade agrícola, reduzir custos e preservar o meio ambiente. Segundo João Máximo, advogado cível do Marcos Martins Advogados, mesmo com o crescimento do uso, aspectos regulatórios e jurídicos impediam o avanço acelerado da utilização desses insumos. 

”A ausência de uma legislação específica para esse tipo de produtos trava a sua utilização. A legislação usada, baseada no Decreto nº 10.375/2020, ainda apresentava lacunas e exigências de aprimoramento porque trazia definições muito genéricas e ambíguas, dificultando a aplicação prática e gerando insegurança jurídica tanto para produtores, quanto para empresas”, afirma o advogado.  De acordo com Máximo, a aplicação da nova lei permitirá que agricultores possam produzir ativos biológicos em suas propriedades, desburocratizando processos, estimulando a adoção de práticas sustentáveis e garantindo a sua segurança jurídica.

No Brasil, o uso de fertilizantes biológicos está em ascensão. Estima-se que o mercado global de bioinsumos pode atingir US$ 45 bilhões até 2032, segundo estudo realizado pela CropLife Brasil – associação que representa a indústria de defensivos químicos, bioinsumos, biotecnologia, mudas e sementes – e pelo Observatório de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Eles são especialmente relevantes em culturas como soja, milho e cana-de-açúcar. Segundo João, a lei impunha uma burocracia excessiva, especialmente no que tange à produção “on farm” e, além disso, não estabelece incentivos econômicos ou financeiros à adoção de bioinsumos.

Com a adoção da nova regra, os agricultores poderão superar diversas limitações já que  o projeto  determina, por exemplo:

Desburocratização da produção “On Farm“: dispensa o registro para bioinsumos produzidos e utilizados exclusivamente na propriedade, reduzindo custos e facilitando a adoção pelos pequenos e médios agricultores.

Simplificação do registro de produtos comerciais: define critérios mais claros e eficientes para o registro de bioinsumos destinados à comercialização.

Fomento à sustentabilidade: estimula práticas agrícolas mais sustentáveis, reduzindo a dependência de insumos químicos importados e de alto custo.

A nova lei se destaca por fortalecer a segurança jurídica para o mercado de agentes biológicos, pois além de garantir que agricultores que produzem bioinsumos para uso próprio não sejam penalizados, tal regulamentação promove a elaboração de contratos mais seguros entre produtores, fornecedores,  distribuidores e negociações comerciais.

“Com uma regulamentação mais clara e favorável, o mercado de bioinsumos no Brasil tem tudo para crescer exponencialmente, reduzindo custos de produção, aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro e contribuindo para a preservação ambiental”, pontua João Máximo. “Além disso, ao incentivar a pesquisa e o desenvolvimento, o projeto de lei pode atrair investimentos e promover a inovação no setor, criando um ecossistema favorável para o uso de tecnologias biológicas no campo”, conclui o advogado.

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Silvicultura e COP30: florestas plantadas estão no centro do clima, da economia e do cotidiano

Legenda: Floresta de pinus no Paraná, Brasil Crédito: Zig Koch

silvicultura, setor da economia voltado ao cultivo e manejo de árvores com fins econômicos e ambientais, está no cerne de uma grande transformação, que será amplamente debatida na COP 30, que tem início no dia 10 de novembro em Belém do Pará; essa cadeia produtiva conecta campos florestais, indústrias, construção civil, inovação, clima e economia

O uso da madeira ganha destaque no evento principalmente como material de construção e alicerce para atividade econômica sustentável. O material, utilizado em produtos como móveis ou painéis de construção, sequestra carbono e o armazena durante toda a vida útil do produto.

Em comparação com outros sistemas produtivos, o uso da madeira representa uma alternativa muito mais sustentável e igualmente eficiente em termos de resistência e versatilidade. Assim, optar pela madeira significa mais do que escolher um material de construção. É uma decisão que valoriza as florestas e o meio ambiente, por conta do sequestro de CO₂ e por ser um produto 100% renovável.

Dessa forma, o setor de silvicultura não apenas abastece indústrias e gera valor econômico, mas ocupa um papel fundamental nas metas de descarbonização, a agenda principal da COP30.

Relevância econômica, social e ambiental

O Paraná possui a quarta maior área plantada do país e o segundo maior Valor Bruto da Produção da Silvicultura entre os estados brasileiros em 2024. De 1,17 milhão de hectares de florestas plantadas no estado, 713 mil ha são florestas de pinus e 442 mil ha de eucalipto. É importante destacar que o setor não só contribui para a geração de emprego e renda com a silvicultura, mas também contribui muito para a conservação da natureza: para cada hectare plantado pelas empresas associadas à APRE Florestas (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), existe outro hectare de floresta nativa destinado à conservação.

Além disso, “o Paraná reúne cerca de 15,6% dos empregos do setor florestal brasileiro e responde por 13,8% das empresas do segmento no país”, aponta o presidente da APRE Florestas, Fabio Brun.

A existência das florestas plantadas oferece muitos benefícios para o meio ambiente, como a conservação da água e do solo, fixação de carbono da atmosfera e recuperação de áreas degradadas.

Ailson Loper, diretor-executivo da APRE Florestas, afirma que a silvicultura vive um momento de desafios, diante da hipertaxação do governo norte-americano. Porém, relembra que “outras crises já foram vivenciadas ao longo do tempo e o setor é resiliente e vai conseguir ultrapassar essa fase”.

Ligação direta com a COP30 e o futuro da silvicultura

Com a COP30, o manejo das florestas comerciais desponta como parte fundamental da solução climática. O Brasil é protagonista não somente como produtor de matéria-prima, mas como provedor de soluções de baixo carbono, com cadeias produtivas sustentáveis, inclusive para exportação.

Assim, a madeira proveniente dessas florestas surge como uma das respostas concretas para os desafios do século XXI: clima, materiais e desenvolvimento sustentável. “A madeira engenheirada não é apenas uma alternativa viável, mas é uma necessidade diante dos desafios climáticos, sociais e econômicos que se impõem. Ao escolher produtos de madeira certificada, apoiar cadeias sustentáveis e valorizar o manejo florestal responsável, cada pessoa participa de um movimento que conecta a floresta ao cotidiano e à agenda global da COP30”, conclui Loper.

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Quebra inesperada de máquinas agrícolas pode reduzir em até 25% a disponibilidade dos equipamentos

Imagem: Freepik

A manutenção corretiva pode custar até 3 vezes mais que a preventiva

Em um agronegócio cada vez mais tecnológico e competitivo, a eficiência operacional é essencial. Manter o maquinário em pleno desempenho evita custos e garante produtividade, tornando a manutenção preventiva uma estratégia indispensável para resultados consistentes e sustentáveis.

No agronegócio, tempo é produtividade e produtividade é resultado. Cada hora de máquina parada pode representar prejuízo em uma safra que depende de janelas curtas para o plantio e colheita. Por isso, a manutenção preventiva dos equipamentos agrícolas é uma prática essencial para garantir o bom desempenho das operações e evitar paradas inesperadas.

Uma parada de maquinário não planejada pode causar uma perda de até 25% na disponibilidade do equipamento, de acordo com informações da Revista Cultivar. E a manutenção corretiva pode custar até 3 vezes mais que a preventiva. 

Segundo André Mario, Engenheiro Agrônomo e Gerente de Vendas do grupo Multibelt, “no plantio, toda parada gera custo, mas há diferenças entre as programadas e as não programadas. As paradas programadas fazem parte do manejo: ajustes, lubrificação e inspeções que asseguram o funcionamento correto da máquina. Já as não programadas são aquelas que pegam o produtor de surpresa, como falha de peça, embuchamento ou superaquecimento. É nesse ponto que mora o maior prejuízo”, diz.

Na prática, isso significa que quem investe em revisões programadas e peças de qualidade garante mais segurança, previsibilidade e constância no ritmo de plantio. Comprometido com a sustentabilidade, o grupo Multibelt aposta no olhar técnico de seus agrônomos para impulsionar soluções que elevem o desempenho e reduzam desperdícios nas operações agrícolas. 

De acordo com dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em 2024 mais de 70% das propriedades rurais brasileiras já incorporam equipamentos de alta performance, otimizando processos e ampliando resultados.

Com tecnologia de ponta, o grupo Multibelt oferece lonas, esteiras, correias que ajudam o produtor a manter o ritmo no campo, evitando paradas não planejadas, perdas de produtividade e custos extras. Em um cenário em que cada grão conta, apostar em manutenção preventiva e em equipamentos de confiança é o que separa o produtor que enfrenta imprevistos daquele que colhe resultados. 

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Projeto científico monitora saúde de ambientes aquáticos continentais no Paraná; confira as mais recentes descobertas realizadas

Projeto científico monitora saúde de ambientes aquáticos continentais no Paraná; confira as mais recentes descobertas realizadas

O trabalho integra o NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, projeto desenvolvido com apoio da Fundação Araucária e que promove a cooperação entre ciência e sociedade na proteção dos recursos naturais

Rios, lagos e reservatórios de água doce são fundamentais para a vida no planeta. Eles fornecem alimento, regulam ciclos climáticos, armazenam carbono, sustentam atividades econômicas e garantem a sobrevivência de comunidades humanas e da biodiversidade. No entanto, esses ecossistemas estão sob crescente pressão devido à poluição, ao excesso de nutrientes, à introdução de espécies exóticas e às mudanças no uso do solo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 80% das águas residuais retornam à natureza sem tratamento, afetando diretamente a qualidade da água e a saúde dos ambientes aquáticos.

Com o objetivo de compreender esses impactos e propor soluções, o NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos desenvolveu protocolos de monitoramento da saúde de ambientes aquáticos continentais. A pesquisa inclui análises de biodiversidade (fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados e peixes), qualidade da água, resultados da pesca profissional e amadora, além da detecção de contaminantes e microplásticos nos organismos aquáticos.

Entre os principais achados estão a identificação de espécies de algas responsáveis pela redução da qualidade da água em determinadas bacias do Paraná, como a região noroeste, e o levantamento de parâmetros críticos, fósforo, nitrogênio, oxigênio dissolvido e transparência da água. Também foi detectada a presença de contaminantes e microplástico em peixes, indicando riscos tanto para a fauna quanto para o consumo humano.

O projeto monitora ainda a atividade pesqueira. Os dados revelam a dinâmica da pesca profissional, que abastece comunidades ribeirinhas e mercados regionais, e da pesca amadora, atividade de lazer com relevância econômica crescente. Esses resultados ajudam a dimensionar a pressão sobre os estoques pesqueiros e a projetar cenários de manejo sustentável.

Segundo Claudia Bonecker, coordenadora do projeto e pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM),  a iniciativa busca alinhar conservação e uso responsável dos recursos aquáticos ao monitorar de forma contínua a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos associados. “Assim, conseguimos antecipar riscos, reduzir impactos e apoiar a tomada de decisões para a gestão da água e da pesca no Paraná. Isso significa proteger não apenas os peixes e os rios, mas também a segurança alimentar, a economia e a qualidade de vida das comunidades”.

Conforme aponta o pesquisador, mais do que garantir ambientes aquáticos equilibrados, o monitoramento possibilita compreender tendências de transformação da paisagem e antecipar riscos à biodiversidade. Ao reunir ciência, tecnologia e gestão pública, a iniciativa fortalece a resiliência dos ecossistemas de água doce e reforça o papel do Paraná como referência nacional em inovação para a conservação ambiental.

Saiba mais sobre os projetos do NAPI em: https://napibiodiversidade.eco.br/

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