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Pesquisa da UTFPR e Embrapa defende o uso de produtos biológicos no manejo de doenças agrícolas
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológicos, o investimento para o manejo de doenças com o uso de biológico vem crescendo 20% ao ano
O manejo de doenças na agricultura a partir de produtos biológicos tem se tornado uma alternativa viável para combater o uso excessivo dos pesticidas químicos tradicionais. Os produtos biológicos permitem produções mais saudáveis e um sistema agrícola mais sustentável.
De acordo com o professor Sérgio Mazaro, da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos, esses produtos biológicos são compostos por microrganismos benéficos como fungos, bactérias, leveduras, vírus, que atuam no controle de pragas que atacam as plantações. Pesquisador dos benefícios do controle biológico, Mazaro lançou recentemente o livro “Trichoderma Uso na Agricultura”, resultado de uma parceria com a Embrapa.
Mazaro defende o uso do Trichoderma spp como antagonista de patógenos de plantas, atuando no controle de fitopatógenos habitantes do solo.
“As espécies desse fungo têm sido exploradas pelas suas principais habilidades, que são a produção de enzimas com importantes aplicações biotecnológicas e a capacidade de controlar patógenos de plantas por meio de diferentes mecanismos de ação, com destaque para o micoparasitismo, a antibiose, a competição por substratos e nutrientes e a indução de resistência das plantas”, explica.
O Trichoderma spp. é um dos microrganismos mais estudados no mundo devido à sua alta versatilidade e possibilidade de ser encontrado em diversos ambientes. No livro, Mazaro afirma que o uso associado do controle químico com o controle biológico pode ser uma melhor opção por possibilitar uma interação positiva quando comparados com os métodos isolados, obtendo efeitos aditivos ou sinérgicos.
“As espécies desse fungo têm sido exploradas pelas suas principais habilidades, que são a produção de enzimas com importantes aplicações biotecnológicas e a capacidade de controlar patógenos de plantas por meio de diferentes mecanismos de ação, com destaque para o micoparasitismo, a antibiose, a competição por substratos e nutrientes e a indução de resistência das plantas”, explica.
O livro publicado pelo pesquisador, em parceria com a Embrapa, é referência nestes estudos no Brasil. A publicação aborda o principal agente biológico utilizado no Brasil e no Mundo e reúne mais de 100 autores, com 27 capítulos e está disponível no site da Embrapa.
Panorama
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológicos (ABCBio), o investimento para o manejo de doenças com o uso de biológico vem crescendo 20% ao ano. Para o pesquisador, esse aumento é uma consequência da conscientização da necessidade de diversificação de medidas de controle, de posicionamentos técnico mais assertivos e da melhoria da qualidade dos produtos disponibilizados ao mercado.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor e consumidor de produtos biológicos com mais de 120 empresas e 600 produtos, tendo movimentado, no ano de 2023, um valor próximo a R$ 4 bilhões. De acordo com previsões do setor, as maiores companhias de químicos já estão migrando para produção de produtos biológicos e estima-se que, até 2030, esse mercado esteja próximo de R$ 20 bilhões.